Aprendendo sobre amor romance Capítulo 1

Laura batucava a ponta da caneta sobre a quina da mesa de vidro, onde acabara de participar de uma reunião importante sobre um novo projeto, o qual vinha desenvolvendo há algum tempo, era de suma importância que tudo validasse com o que fora pedido, seria a oportunidade da sua carreira alavancar na empresa.

Um sorriso confiante surgiu em seus lábios, ela tinha certeza de que conseguiria a tão sonhada promoção. Observou mais uma vez o relógio de pulso caro que usava e constatou que perderia novamente meia hora do horário de almoço, como se seu tempo já não fosse curto o suficiente — estava tão preocupada, que mal tivera tempo para se alimentar nas últimas semanas — entretanto, caso tudo desse certo, conseguiria descansar e cuidar da alimentação precária. Terminou de ler a última parte do projeto em que os acionistas pediram pequenas modificações, anotou algumas observações ao final dela, recolheu sua bolsa, jogou a caneta em seu interior, e saiu em disparada para fora.

Passou pela sua secretária antes e entregou os documentos exigindo que as modificações estivessem prontas até o dia seguinte, com mais algumas cópias que seriam entregues aos acionistas.

No elevador batia freneticamente o pé direito em um tom ritmado e cheio de pressa, seu estomago roncava e nem ao menos conseguiria comer direito, teria que se contentar com salada, como sempre.

Deu uma rápida olhada nas mensagens, já que não teria tempo para responder naquele momento.

Quando a porta se abriu revelando o saguão principal, caminhou a passos rápidos rumo ao estacionamento onde pegou sua BMW M3 na cor preta e, como não daria tempo de chegar em casa, por ser muito longe, seguiu para um restaurante próximo.

O trânsito encontrava-se caótico àquela hora do dia, algo que sempre a deixava muito estressada.

Olhou-se pelo retrovisor e percebeu que seus cachos castanhos estavam bagunçados de um jeito estranho, rapidamente fez um coque baixo e voltou a atenção ao trânsito.

Chegando ao restaurante, estacionou o carro e adentrando o recinto, sentou-se a primeira mesa vazia sem esperar o atendimento de algum garçom.

— Boa tarde, senhorita. — uma garçonete aproxima-se com o cardápio em mãos.

— Eu quero uma salada com arroz integral e peixe grelhado, não demore, estou com pressa. — disse afobada, olhando para o relógio em seu pulso — E uma garrafa de vinho tinto.

— Sim, Senhora. — a garçonete saiu após um sorriso forçado.

Laura remexeu seu celular novamente, mas, não havia mensagens interessantes, pelo contrário, a maioria se tratava de trabalho, alguns pedindo urgência no retorno, sem lembrar que Laura também é um ser humano e precisava se alimentar e descansar, mesmo que por poucos minutos.

— Posso sentar-me aqui? — uma voz grossa e melodiosa, questionou.

Ela levantou a cabeça levemente para o encarar, suas sobrancelhas arquearam rapidamente, era incomum algum estranho se aproximar daquela maneira, ainda mais sendo um homem, e muito bonito por sinal.

— Não tem alguma outra mesa vazia? — questionou recostado na cadeira.

O rapaz soltou uma risada anasalada, balançou a cabeça levemente e então sentou-se, não parecia ter mais do que trinta anos, usando um terno feito sob medida, com abotoaduras personalizadas, cabelos alinhados e barba bem-feita.

Um sorriso involuntário se formou nos lábios de Laura, ela não costumava dar atenção a homens, principalmente desconhecidos, no entanto, havia algo de diferente nele.

— Bom, acredito que uma mulher tão linda não deva almoçar desacompanhada.

— Para quantas você jogou essa cantada hoje? — Laura cruzou os braços.

— Duas ou três... — deu de ombros.

Era impossível não rir diante do ar de espontaneidade dele, nem ao menos se sentira constrangido em falar aquilo, o que apontava uma certa mentira em sua resposta.

Laura não acreditava ser uma mulher extremamente linda, porém, sabia que atraia alguns olhares, sempre fora muito preocupada com a aparência, roupas e sapatos caros, os cachos muito bem cuidados, tratamentos de pele e unhas sempre feita.

— Com licença. — a garçonete retornou com duas taças e uma garrafa de vinho tinto — Eu posso

anotar o seu pedido?

— Não, agradeço, estou apenas cumprimentando uma amiga. — a dispensou.

A garçonete assentiu antes de sair.

— Até onde eu me lembro, nunca tinha te visto antes. — Laura comentou se servindo do vinho.

— Mero detalhe — meneou com os braços abertos —, enfim, quero convidá-la para sair essa noite, o que me diz?

— Você não sabe o meu nome, eu não te conheço e não é uma boa semana para sair. — revirou os olhos.

— Está se esforçando demais para me rejeitar.

— Sério? O que mais? — perguntou apoiando os cotovelos sobre a mesa para encará-lo, com um sorriso cínico.

— Até onde pude perceber, você está tensa com o seu trabalho, talvez uma possível promoção em mente, também é muito competitiva e se sente tentada a aceitar meu convite, não para sair comigo, apenas para ter uma relaxante noite de sexo. — respondeu sem tirar os olhos dos lábios dela.

— Quem é você? — se afastou levemente — Está me seguindo, por acaso?

— Claro que não, sou apenas um bom observador. — deu de ombros — Meu nome é Ethan, mas, pode me chamar de amor, sem problemas.

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