Ardente Como O Sol romance Capítulo 16

"...O quê?" - A mente de Delfina não conseguiu acompanhar o rumo inesperado dos acontecimentos.

Ela rapidamente repassou os ingredientes que usou para fazer o bolo: Todos foram comprados hoje, não deveria haver problema...

"Vou deixar passar desta vez, pelo bem do seu irmão" - Alfredo disse generosamente: "mas lembre-se de dizer a ele que me deve um favor."

Não muito longe, um casal saiu rindo e brincando da mansão e entrou no carro. Pouco depois, o veículo deixou o estacionamento.

Uma brisa levantou a barra do vestido de Delfina.

Ela não havia enganado ninguém.

Mas havia sido enganada.

Ela originalmente só queria evitar que Thales ficasse em dívida com alguém, mas, no fim, suas ações saíram pela culatra: além de não alcançar seu objetivo, acabou perdendo o bolo e ficando com uma nova dívida com ele.

Delfina sabia que havia sido manipulada. Sentiu-se frustrada e não tinha mais a quem recorrer, engolindo sua indignação.

Ela estava realmente se sentindo mal hoje, com uma sensação no peito como se algo estivesse empurrando, pressionando suas emoções e provocando uma onda de lágrimas.

A saúde debilitada de Glória, a arrogância de Eraldo, um lar onde ela não era bem-vinda e a atriz nos braços de Thales...

Delfina sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, com sua visão rapidamente embaçada pela umidade.

Ela baixou os olhos: "Se não quiser ajudar, tudo bem. Me desculpe por tomar seu tempo."

Depois de dizer isso, ela se virou rapidamente e foi embora.

No momento em que ela se virou, Alfredo viu um lampejo de lágrimas em seus olhos.

Ela era magra, mas não ossuda. Tinha uma delicadeza fresca e seu vestido preto delineava suas curvas suavemente. Por trás, ela parecia frágil.

Um ar de distância e nobreza.

Embora Delfina tenha dito a Thales para não se incomodar, ele ainda fez questão de falar com o hospital e providenciar uma sala VIP para Glória.

Os efeitos colaterais da quimioterapia de Glória eram graves e só melhoraram um pouco depois que ela tomou um antiemético. Ela estava pálida e extremamente cansada.

Para Glória, ele era incrivelmente belo e distante, mas ela não esperava que ele fosse tão... desprezível na vida real.

"Se ele não quiser ajudar, tudo bem, mas ele é amigo do seu irmão, como pode tratá-la assim?"

"Eu nunca deveria ter tido muitas esperanças. Só porque ele é amigo do meu irmão, não significa que ele tenha que me tratar bem."

Delfina já havia aceitado a realidade e reconhecido sua própria ingenuidade, franzindo a testa com preocupação: "Talvez eu deva mesmo falar com meu irmão."

"Não. Não incomode mais o seu irmão." - disse Glória: "Alfredo é difícil demais de lidar. Se ele quisesse fazer esse favor, já teria feito, não precisaria de todo esse esforço. No mundo dos adultos, se ele não deu uma abertura, significa que não está interessado. Por que insistir?"