Ardente Como O Sol romance Capítulo 17

Delfina foi pega de surpresa: "Então você pretende simplesmente entregar esse projeto de mão beijada para a Tecnologia Estrela Soberana?"

"Se eles querem tanto, que fiquem com ele."

"Eu pensei que você não deixaria isso barato."

"É meu próprio projeto, claro que valorizo. Se outros podem destruí-lo, não posso fazer o mesmo. Se a Tecnologia Estrela Soberana quiser iniciar uma guerra de preços, certamente não poderemos competir. A escolha do Grupo Escudo Nuvem faz sentido. Se fosse eu, também escolheria a mais barata."

Nos últimos dias, Glória teve uma epifania, convencendo-se: "Tudo bem, se os outros jogam sujo e eu perdi, a culpa é minha por eu não saber como julgar as pessoas. Mas não é minha vergonha, minha consciência está limpa."

"O dinheiro que você me deu já resolveu os problemas contábeis da Neve Voadora, todos os salários e bônus atrasados foram pagos. Se necessário, começaremos do zero. Quando eu me recuperar, vou me certificar de cobrar essa dívida!"

De repente, Delfina disse: "Você se lembra de quando nos conhecemos?"

É claro que Glória se lembrava: "Naquela época, você estava muito distante. Você estava com gastroenterite aguda e, querendo ajudar, levei você ao hospital. Depois de toda a correria, você me deu notas em espécie como para me despachar."

"Não foi para despachar você, foi um agradecimento" - Delfina corrigiu: "Naquela época, eu tinha acabado de ser traída pela minha melhor amiga, por isso não queria fazer novos amigos."

"Não é de se admirar que você não tenha me procurado depois que saiu do hospital." - Glória comentou: "Pensando bem, ainda tenho que agradecer ao meu ex-namorado mestiço por isso."

Naquela época, o ex de Glória morava no mesmo prédio que Delfina e numa noite enviou mensagens inapropriadas para Delfina.

Era difícil decidir se deveria contar a interessada sobre tais mensagens.

Depois de pensar, Delfina, correndo o risco de ser mal interpretada, decidiu encaminhar as mensagens para Glória.

"No dia em que você apareceu na minha casa, achei que você vinha para brigar." - Delfina disse: "Mas você me arrastou até ele, deu-lhe dois tapas na cara, um por você e outro por mim, e depois o dispensou com estilo."

"Naquele momento, pensei: essa mulher é incrível, adorei sua personalidade." - Delfina se virou para olhar Glória, e seus olhos sorridentes eram sérios.

"Fico feliz que, depois de todos esses anos, você ainda seja a mesma Glória, capaz de deixar ir o que precisa ir."

Glória abriu os braços e deu um abraço em Delfina: "Então aprenda comigo, viu? O segredo para viver bem é saber levar as coisas na boa. Homens? Tem aos montes por aí."

Delfina ficou surpresa, pois aquele momento de hesitação revelou um segredo bem guardado: "Como você sabia..."

"Eu adivinhei." - Glória riu, fraca, mas astuta: "Delfina, seus olhos são tão bonitos, é uma pena que eles só vejam seu irmão."

Havia uma repreensão nas suas palavras por ela não ter demonstrado respeito e consideração, mas Delfina sabia melhor do que ninguém que, se realmente fosse fazer uma visita, só receberia desprezo.

O que Lourdes realmente condenou foi o fato de ela ter voltado ao país sem a permissão deles.

"Estive ocupada com várias coisas. Quando acabar, eu vou." - disse Delfina.

"Venha neste fim de semana."

Lourdes deu a ordem diretamente, sem deixar espaço para recusa, e depois desligou o telefone com frieza.

Delfina afastou o celular do ouvido, confiante de que não poderia ouvir mais nada, e murmurou: "Quem quiser voltar, que volte."

Assim que ela levantou o pé para entrar na casa, o som de uma buzina a surpreendeu.

Delfina se assustou e só então percebeu que um Koenigsegg, parecido com uma grande barata, estava estacionado não muito longe na rua.

A janela se abriu e Alfredo estava lá dentro, olhando para ela.