Ardente Como O Sol romance Capítulo 35

Com dezesseis ou dezessete anos, os adolescentes estão na idade de se permitir excessos. Alguns se entregam às corridas de carros, outros às aventuras amorosas, e há aqueles que se perdem entre fumaça de cigarro, tatuagens e piercings nos lábios. Thales, por outro lado, dedicou-se a cuidar de uma menina mais nova ao seu redor.

Era de conhecimento geral que ele tratava essa irmãzinha como um verdadeiro tesouro, mimando-a ao máximo, dando-lhe tudo o que ela queria e levando-a para todos os lugares com ele.

Uma garotinha que a Família Holanda descartou como lixo foi criada por ele como uma princesinha.

Quando Delfina falou com Adélia sobre seu passado de abandono, ela não demonstrou tristeza. As feridas que sua família biológica lhe causara haviam sido curadas por Thales.

O que a entristecia era sentir que estava sendo forçada a seguir um caminho que a levaria para longe de Thales, empurrada para frente sem poder parar.

Às vezes, ela se perguntava se não estava sendo afetada pelos vírus escondidos nas cartas de amor que as outras meninas escreviam para Thales. De que outra forma explicar seu amor pelo próprio irmão?

Quando ela foi abandonada pelo mundo, foi Thales quem a trouxe de volta para casa.

O que ela faria se um dia até mesmo Thales a abandonasse?

Sentada em um banco perto da ponte, ela sentia o vento ficar cada vez mais forte, bagunçando seus cabelos.

Como seria bom acordar e descobrir que tudo não passou de um sonho, e que ela voltou a ser uma criança.

Seria melhor nunca crescer.

Um carro esporte preto passou voando por ela e, após um momento, retornou lentamente.

O som da buzina do carro trouxe Delfina de volta de seus pensamentos profundos e ela olhou confusa para o carro superesportivo preto estacionado na lateral da rua.

Alfredo baixou a janela do carro. Seus olhos se detiveram por um momento nos olhos vermelhos e lacrimejantes dela, depois olhou por cima do ombro dela e arqueou uma sobrancelha.

"Planejando se jogar no rio porque não pode me ter? Isso sim é uma paixão profunda."

Uma onda de confusão a atingiu como um furacão, desordenando os pensamentos de Delfina e rompendo a opressão que a envolvia, como se a brisa tivesse espalhado a nuvem pesada que a cercava.

Ela desviou o olhar, mas depois de alguns segundos não conseguiu conter o riso.

Ela riu rapidamente e mordeu os lábios, fingindo que não havia rido.

Que pessoa estranha.