Casada com a Fera romance Capítulo 29

Eu não podia acreditar no que estava vendo! Aquele filho da puta estava tocando ela, tocando a minha Sophie! Porra, eu ia matar o desgraçado!

— Antes que você quebre a tela do computador, volta tudo e escuta a conversa deles. — a voz de Cris soou no alto falante do celular.

Ele tinha me mandado imagens da câmera de segurança da oficina, e graças a Deus meu amigo tinha sido rápido em rackear o sistema e me mandar aquilo. Cris mandou os minutos exatos quando Sophie e o stripper entraram na oficina e a cada segundo de vídeo meu sangue ferveu ainda mais.

— Eu não quero saber que porra eles conversaram, o que me importa é ele tocando nela!

— Bem se você escutasse entenderia o que tem que fazer para reconquistá-la. — ele falou de forma condescendente. — Ou talvez apenas deixe esse cara te chamar de babaca na frente da sua esposa e diga a ela o quanto ele pode ser melhor que você.

Trinquei meu maxilar com tanta força que meus dentes rangeram batendo um contra o outro. Tinha ficado tão absorto com a cena dele tão perto dela, a encurralando em um canto e a tocando, que nem pensei em aumentar o som.

Apertei a tecla dando voz a cena e voltei desde o começo. O outro homem cumprimentou Sophie e devorou com os olhos como um maldito pervertido, minha mulher estava cercada de tarados, só podia ser isso ou alguma piada.

— Só é difícil não olhar pra você. Você ainda não tem noção da sua beleza, não é mesmo?

O prostituto falou e meu sangue ferveu. Sim ela não sabia o quanto era linda, mas não cabia a ele dizer isso a ela!

— Eu sei que sou bonita Alejandro, mas vocês dois também são, isso não é uma coisa tão extraordinária assim.

Ela era sim extraordinária e nada para o bico daqueles dois, Sophie merecia o mundo e não dois safados que não podem colocar os olhos na mulher alheia que já estão babando como dois cachorros.

Aquele merdinha assanhado, não bastava a cercar e falar idiotices ainda saiu do banheiro pelado. E minha mulher não conseguiu se manter indiferente a ele. O cara ganhava a vida tirando a roupa para mulheres, é claro que eu não deveria esperar menos dele, ia tentar atraí-la com aquele jogo sujo.

— Então você me acha bonito?

— Não foi pra isso que eu vim até aqui. Você ia me falar sobre o que pensava da minha situação.

Rosnei com a aproximação dele e intimidade que ele achava ter com ela. Por Deus, ela tinha saído daqui por um único dia!

— Sim, vamos falar do seu marido babaca. — desgraçado de merda, eu gritei dentro do meu escritório, enquanto minha vontade era dizer isso direto na cara dele. — Você passou anos trancada com seu tio abusivo, em uma casa sem amor e acabou sendo obrigada a casar com alguém que nunca viu, e agora você acha que está apaixonada por ele, mas nunca teve tempo de conhecer outras pessoas.

Ela não precisava de tempo para mais nada! Eu daria tudo o que ela precisasse, ensinaria tudo o que ela quisesse, Sophie não estava em uma prisão.

Mas foi a parte do apaixonada que atiçou meu peito. Ela estava apaixonada por mim?

— Então você acha que se eu saísse por aí e conhecesse outros caras isso me faria deixar de amá-lo? Acho que não faz sentido. Patrick pode não ser o homem mais fácil de lidar e sim, ele me magoou, mas isso não me fez gostar menos dele.

Porra! Não acredito nas palavras dela, não podia ser verdade! Joguei o celular sobre a mesa e pausei a cena vendo toda a sinceridade no olhar dela. Como ela podia ter se apaixonado por mim em tão pouco tempo? Me amar? O que ela tinha na cabeça?

Mas é claro que ela achava que me amava, Sophie não conhecia do mundo e ainda tinha aquela ideia tola sobre amor fixada na cabeça. Até mesmo eu demorei para entender que essa coisa de amor não existe, precisei sofrer na vida para entender que amor era apenas uma invenção das pessoas para se sentirem mais de felizes e para justificar duas idiotices.

— Ela te ama amigo! — Cris exclamou me trazendo de volta. — Mesmo com toda a sua estupidez você fez algo certo que conquistou o coração dela.

— Não venha com essa ladainha, sabe bem que não acredito mais nessas besteiras! — o interrompi voltando para o vídeo.

— Ainda sim você não sabe se vai voltar pra ele, mesmo gostando dele você está incerta se vai perdoa-lo ou não. Não estou dizendo que você deve se envolver com outra pessoa. Mas já pensou se estivessem no mundo aqui fora cercada de outros caras que pudessem te dar mais do que ele deu? Te oferecer mais do que alguns orgasmos e dinheiro. Alguém que te oferecesse atenção, carinho, um homem de verdade que entregasse não tivesse medo de te amar.

— Olha a audácia desse filho da puta! Eu vou rasgar a cara dele e enfiar aquelas ferramentas na bunda dele, para que ele aprenda a se manter longe da mulher dos outros! — me levantei não aguentando ficar sentado parado assistindo e ouvindo aquela merda toda. — Quem ele pensa que é pra falar assim com ela? Pra sonhar que pode oferecer mais a Sophie do que eu?

— O que você está...

— Mostrando que você tem outras opções. Uma pequena amostra de como poderia ter sido se não tivessem te jogado no colo dele.

— Boa tarde! — foi Jason que entrou na hora interrompendo o momento, antes que o desgraçado colocasse aquela boca imunda na minha mulher.

— Me de o endereço agora, vou buscá-la agora mesmo! — afirmei e ouvi os xingamentos de Cris do outro lado da linha. — Ande logo, ou eu arrumo de outro jeito!

— Você se escuta? Não está prestando atenção em nada do que está acontecendo aqui! O cara que está louco pra se enfiar no meio das pernas dela está dizendo pra ela que pode oferecer amor! AMOR Patrick, essa coisa que você disse que não existe! É isso que você não pode oferecer a ela e ele sim! — Cris gritou, mas eu não me importei, sai do escritório e comecei a descer a passos largos já buscando por John. — Se você não pode amá-la deixa a ir, porque é exatamente isso o que ela quer: ser amada!

— Ela não sabe o que quer! — gritei do outro lado da linha chamando a atenção da minha mãe e de John que estavam no jardim. — Ela está magoada e confusa, não está pensando direito e aquele merda está se aproveitando disso!

Houve um minuto de silêncio, enquanto isso eu arrastei John direto para o carro ignorando os olhares de todos a nossa volta.

— Sophie disse a ele com todas as letras que te ama e por isso ainda não sabe o que vai fazer depois de você ter colocado um par de chifres na cabeça dela. — ele falou me lembrando das palavras dela. — Você pode até não acreditar no amor, mas é a crença nele que a está impedindo de dar um chute na sua bunda de merda. Continue assim, continue a negar que a ama e agir como um ogro das cavernas para ver se ela vai voltar para você! Cada ação sua a joga para os braços do mecânico e eu só posso lamentar que não é para os meus braços que você a está empurrando.

— Seu filho...

— O endereço está no email babaca, faça bom proveito e coloque um ponto final no seu casamento!

Cria desligou me fazendo desejar que ele estivesse aqui, só para que eu pudesse acertar mais socos naquela cara. O babaca tinha que parar de achar que eu ouviria seus conselhos, ele nem mesmo tinha uma vida amorosa, só pulava de cama em cama e vivia mais enfiado na LUST do que eu, Cris não tinha nenhuma moral para dar conselhos sobre relacionamentos.

Dei o endereço a John e me remexi no caminho até lá, só quando avistei a casa e do outro lado da rua a oficina foi que eu sosseguei. Estava na hora de levar ela de volta pra casa e por um fim em toda essa bobagem.

Desci do carro, mas ao invés de ir direto para a casa chamar por ela eu marchei até a oficina. Antes de ir era bom dar uma lição naquele tarado de merda, entrei no lugar pequeno buscando por ele, mas foi a risada dela que me fez ver vermelho.

Sem pensar em nada nem no que iria encontrar eu abri uma das portas do fundo dando de cara com Sophie e o desgraçado ali.

— Patrick? — ela perguntou surpresa, quase como se não acreditasse que eu estava ali. — O que... o que está fazendo aqui?

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