Casada em Segredo com o Herdeiro romance Capítulo 115

Beijo... ele queria beijá-la? Ali mesmo?

A mente de Robin se apagou como se tivesse sido atingida por um raio. Suas bochechas ardiam, e o calor se espalhava até suas mãos. Seus olhos grandes e úmidos evitavam ansiosamente o olhar penetrante de Edward.

— N-Não...

Ela mal começou a protestar quando ele segurou seu queixo e, sem hesitação, selou seus lábios com os dele. O toque era quente e macio, mas carregava uma intensidade que fez o coração de Robin disparar como nunca.

Foi como se uma corrente elétrica a percorresse, arrepiando cada centímetro de seu corpo e a deixando sem forças. No canto do olho, notou a governanta cruzando a porta, o que a fez prender a respiração em pânico.

Por sorte, a mulher não entrou.

Robin soltou um suspiro aliviado, mas logo se assustou ao sentir uma leve dor nos lábios — Edward a mordera, descontente com sua distração. Uma mordida rápida, quase como uma repreensão, e então ele recuou.

— Ai! — reclamou, cobrindo os lábios com a mão e o encarando com olhos brilhantes. — Eu nem disse que podia!

— Você não disse nada, então tive que agir — respondeu ele, a voz baixa e carregada de significado. — Ou preferia que eu ficasse conversando?

— Só um idiota beija alguém sem permissão! — retrucou Robin, irritada. — E eu ia deixar o George ganhar, mas você estragou tudo. E ainda quer uma recompensa?

Bufando, ela se levantou abruptamente e foi ao banheiro, onde jogou água no rosto, tentando recuperar a compostura antes que George percebesse algo.

Contudo, era tarde demais.

A governanta já tinha contado tudo a George, que ficou tão contente com o que viu que jantou com mais apetite naquela noite.

Como sua saúde já não era das melhores, ele logo subiu para descansar.

Robin acompanhou Edward até o andar de cima, entrando atrás dele no quarto. Como não havia trazido roupas para dormir, teve que vestir uma das camisas dele. Suas roupas foram entregues à governanta para serem lavadas e estariam prontas pela manhã.

Embora já tivesse usado suas roupas antes, fazê-lo agora, consciente, parecia completamente diferente. Estava sóbria, e isso tornava tudo mais íntimo.

Ela demorou no banheiro, lutando com seus pensamentos, até criar coragem para sair.

Edward estava sentado na cama, lendo sob a luz suave do abajur, que realçava seus traços elegantes e serenos, como se fosse parte de uma pintura viva.

Lembrando das palavras de George, Robin sacudiu os pensamentos confusos, aproximou-se da cama e se acomodou discretamente do outro lado, puxando o cobertor.

— Está usando calças? — ele perguntou, lançando-lhe um olhar de soslaio.

— O que você acha que eu sou? — murmurou ela, encolhida sob as cobertas. — Claro que estou. E não estou bêbada, se é isso que quer saber!

— Será mesmo? — ele comentou com tranquilidade, virando uma página do livro. — Quem garante?

Robin levantou um pouco a cabeça para encará-lo.

— Você não percebeu com aquele beijo?

— Ainda tenho dúvidas. Preciso confirmar?

O tom brincalhão na voz dele era provocador, quase perigoso.

Robin corou até as orelhas, sem conseguir disfarçar a irritação e o constrangimento no olhar.

— Senhor Dunn, não deveria estar no sofá?

Edward fechou o livro, apoiou o cotovelo no joelho e a encarou.

— Por que eu dormiria no sofá? Esta cama é minha.

— Estamos nos divorciando. Não acha inapropriado dividir uma cama?

Ao ouvir isso, Edward sentiu um incômodo subir pela mandíbula. Passou a língua lentamente pelos dentes e retrucou:

— Robin, até quando vai dizer uma coisa enquanto sente outra?

Ela ficou imóvel, surpresa com a resposta. Antes que pudesse reagir, a luz do quarto se apagou, mergulhando tudo na penumbra.

No instante seguinte, sentiu a presença de Edward sobre ela — quente, próxima demais, como um casulo que a envolvia.

Assustada, tentou empurrá-lo, mas ele segurou seus pulsos, prendendo-os acima da cabeça.

— O que está fazendo? — perguntou, desconfortável, contorcendo-se de leve.

A luz fraca delineava seu rosto corado, envolto numa aura suave, quase irreal.

Vestida com sua camisa, deitada em sua cama e com o cabelo impregnado com o cheiro do xampu dele... tudo nela gritava que pertencia a ele.

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