Casada em Segredo com o Herdeiro romance Capítulo 187

A tão temida “batalha sangrenta” nunca se concretizou.

No fim, tudo que aconteceu foi Robin bebendo o restante da água morna sobre a mesa — de uma forma nada apropriada, diga-se de passagem.

Quando tudo terminou, Edward a levou para o banheiro, completamente exausto, a pele coberta de suor. Robin se escorou em seu peito, sentindo-se mais desgastada do que se tivesse corrido por horas. O sono pesava tanto que mal conseguia manter os olhos abertos.

Como um peixe entregue a uma tábua de cortar, ela deixou-se ser manipulada como ele quisesse — cortada, limpa ou cozida. Não tinha forças nem para se debater.

Após ajudá-la a se lavar, Edward a deitou na cama.

Ainda tonta pelo álcool e pelo vapor quente do banho, Robin sentia a cabeça girar, como se tudo ao redor tivesse virado uma massa sem forma.

“Edward, minha cabeça está rodando.”

Ele apagou as luzes e se aproximou, sua voz soando baixa e tranquila. “Vai beber de novo da próxima vez?”

Ela franziu o cenho e balançou a cabeça, enfática. “Nunca mais.”

O enjoo ainda persistia. Só de lembrar, sentia vontade de vomitar novamente.

Deitando-se ao lado dela, Edward a envolveu com um braço, acariciando suas costas com delicadeza.

Ela se enroscou em seu peito, os olhos pesando mais a cada segundo, até que o sono começou a dominá-la por completo.

“Tem algo te incomodando ultimamente?” ele perguntou de repente.

Quase dormindo, Robin murmurou: “Quando... você vai se divorciar de mim...”

A voz dela foi sumindo, até virar apenas um sussurro inaudível.

Edward escutou cada palavra. A suavidade de seu olhar desapareceu, substituída por uma frieza cortante.

Será que ele a mimou demais? Estaria ela realmente considerando o divórcio?

Foram necessários dois ou três dias para que os efeitos do vinho desaparecessem completamente e Robin voltasse a se sentir normal. Assim que terminou o que tinha pendente no trabalho, decidiu ir ao hospital para um exame de rotina. Era melhor prevenir — especialmente após tantas noites mal dormidas afetando sua saúde.

“Parabéns, Sra. Olson”, disse o médico com um sorriso após analisar o relatório. “Você está grávida de quatro semanas.”

Grávida?

A mente de Robin parou. Os lábios se moveram, mas nenhuma palavra saiu.

O peito apertou com uma onda de pânico.

Fazendo as contas, só podia ter acontecido naquela noite — quando ela foi drogada e acabou indo até Edward.

Mas ela tinha tomado a pílula do dia seguinte depois.

“Médico, tem certeza de que não houve engano?”

“Absoluta”, respondeu o médico com segurança, apontando para os resultados. “Está tudo aqui. Não há erro.”

Ela pressionou os lábios ressecados. A voz saiu hesitante. “Mas eu usei contraceptivo de emergência... e depois, sempre fui cuidadosa. Como isso ainda aconteceu?”

O médico, ao notar sua juventude, suavizou o tom. “Senhorita, nenhum método é 100% eficaz. São casos raros, mas acontecem.”

Ele ainda acrescentou: “Por outro lado, o exame mostra indícios de um possível aborto espontâneo. Felizmente, não é grave, mas você vai precisar seguir corretamente o tratamento e retornar para acompanhamentos regulares.”

Robin sentiu as palavras girarem como um turbilhão dentro de si, deixando seus sentimentos confusos e incertos.

“Obrigada, doutor.”

Ao sair do hospital, ela estava tão distraída que quase trombou com um pedestre. Encontrou um banco próximo e se deixou cair nele, o rosto pálido enquanto repetia as palavras do médico mentalmente.

A gravidez viera do nada.

Ela não estava pronta. Nem emocional, nem psicologicamente. Definitivamente, não agora.

Seu olhar vagou até seu abdômen. Ao tocá-lo, sentiu-o ainda liso e plano, sem nenhum sinal da vida que crescia dentro dela. Aquela sensação era tão estranha, tão nova, que despertava nela um medo instintivo, quase sufocante. Queria correr, fugir. Mas para onde?

Quase sem perceber, pegou o celular e procurou o número da mãe. O polegar pairou sobre o botão de chamada. Ela saberia o que fazer — afinal, já passara por isso.

Mas, no segundo seguinte, Robin recobrou a razão e apagou o número da tela.

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