Casada em Segredo com o Herdeiro romance Capítulo 19

O coração de Robin disparou em pânico enquanto ela instintivamente tentava recuar, mas seus colegas já haviam fechado a porta atrás dela, bloqueando qualquer rota de fuga.

"Vamos, Robin, não seja tão reservada."

"Ficamos sabendo que você teve desentendimentos com o Sr. Badman. Esta é a chance perfeita para resolver isso."

"Vai lá, o Sr. Badman está esperando por você!"

Então caiu a ficha — era uma emboscada.

Robin afastou com força as mãos que tentavam conduzi-la.

"Vocês acham isso divertido? Se juntando para me atrair aqui dessa forma?"

Ao ouvir sua indignação, alguns colegas trocaram olhares desconfortáveis.

"Atrair você? Que palavra forte... Estamos tentando te ajudar! O Sr. Badman seria um ótimo parceiro. Você só tem a ganhar com isso, então por que guardar tanto rancor?"

Nisso, amigos beberrões de Norris entraram rindo alto.

"O Sr. Badman se rebaixou pra te procurar! Você devia se sentir lisonjeada!"

"Um pouco de atitude numa mulher é cativante, mas exagerar vira problema."

Os comentários vulgares e os olhares lascivos fizeram um calafrio subir pela espinha de Robin.

Ela franziu a testa, virou-se para Norris e disse friamente:

"Já terminamos. Não entendeu ainda? Quantas vezes eu preciso repetir?"

Levantando-se do sofá, Norris avançou e a agarrou pela gola, gritando furioso:

"Você me traiu e nem conversamos sobre isso ainda! Estou sendo generoso ao tentar te dar outra chance! Você entende isso?"

"Me solte!" rebateu Robin, o rosto tomado de desprezo. "Eu nunca vou voltar pra você. E não pense que não percebi que tudo que você quer é minha herança.

Você não é capaz de conquistar nada sozinho, por isso usa uma mulher como trampolim. Você é patético!"

O rosto de Norris se contorceu de raiva.

Durante sua detenção, a família Badman gastou influência e recursos para libertá-lo, mas as coisas não eram mais como antes.

O pai dele, cada vez mais insatisfeito, considerava passar sua autoridade para Derek, o irmão mais velho de Norris.

Sem o casamento com Robin, ele não teria chance na disputa.

Descontrolado, Norris rasgou a gola da blusa de Robin com violência. Sua pele pálida ficou exposta ao ar frio.

Os olhos de Robin se arregalaram quando ele se inclinou para beijá-la à força. Ela virou o rosto rapidamente, tentando evitar.

"Melhor se comportar!", rosnou Norris, os olhos vermelhos e agressivos, apertando o pescoço dela. "Acha que estou implorando? Depois que eu terminar com você, vai ser obrigada a casar comigo!"

Ele se virou para o grupo e gritou:

"Tragam a câmera, agora!"

Os outros vibraram:

"Mandou bem, Sr. Badman!"

"Isso sim é atitude!"

Robin gelou ao ver a câmera ser apontada diretamente para ela. Tentou escapar, mas Norris a empurrou contra a mesa.

O rosto dele se aproximava, distorcido e cruel, enquanto gritos ecoavam e seus colegas observavam com indiferença.

Com os dentes cerrados, Robin tateou e agarrou um cinzeiro. Num impulso, arremessou-o com força contra a cabeça de Norris!

O objeto se despedaçou com um estrondo. Norris gritou de dor e afrouxou o aperto.

Robin o empurrou, levantou-se num salto, pegou uma faca de frutas da mesa e cravou com força nas costas da mão dele!

"Ahhh!"

Norris caiu de joelhos, o suor escorrendo da testa.

"Meu Deus! Você viu isso?"

"Robin, pense bem! A família Badman vai se vingar se você machucar ele!"

A brutalidade do ato os paralisou. Ninguém teve coragem de se aproximar.

Robin arrancou a faca da mão de Norris. Com o rosto pálido e os olhos vazios, apontou a lâmina ensanguentada para os outros.

"Não tenho os privilégios que vocês têm, então não tenho nada a perder.

Se vocês não me deixarem em paz, por que eu deveria deixar vocês tranquilos?"

"Não consigo derrubar todos, mas posso levar alguns comigo pro inferno. Parece justo!"

Um arrepio percorreu todos ali. Até Norris, no chão, encolheu-se.

Ele já conseguia visualizar uma cena inteira em sua mente.

Seus olhos brilharam, e ele mal podia esperar para voltar ao estúdio e transformar aquela visão em arte.

Robin correu por um longo tempo, sempre na direção oposta ao clube.

Só parou quando suas forças acabaram e desabou num banco à beira da rua, massageando as pernas doloridas.

Tinha deixado o casaco e a bolsa para trás. Não tinha dinheiro nem para um táxi.

A brisa da noite era fresca. Não chegava a ser gelada, mas a fez apertar os braços ao redor do corpo.

Ela ergueu os olhos para a lua minguante no céu, mergulhada em pensamentos.

Teve apenas um relacionamento na vida.

E ele havia sido um pesadelo do início ao fim.

Será que todas as pessoas passavam por isso? Ou será que ela teve o azar de se apaixonar por alguém totalmente desequilibrado?

Talvez simplesmente não tivesse sido feita para o amor.

Robin abaixou o olhar — e acabou encarando um cachorro de pelos castanhos, agachado à beira da calçada.

"Au! Au au au!"

O cachorro começou a latir para ela furiosamente.

Ela tentou ignorar, mas ele ficou ainda mais agitado.

"Por que você está latindo?!" gritou, exasperada. "Também quer me intimidar?"

O cachorro rosnou e latiu mais alto, desafiador.

"Tá achando que tenho medo de você?", berrou, arregaçando as mangas, pronta para enfrentá-lo.

Nesse momento, uma buzina soou. Um Maybach preto e luxuoso parou à sua frente.

A janela do motorista baixou, revelando um rosto impecavelmente bonito.

Com um olhar impassível, Edward falou:

"Por que você está aqui, a essa hora, discutindo com um cachorro num lugar desses?"

Seus olhos se moveram levemente na direção do cachorro castanho.