Casada em Segredo com o Herdeiro romance Capítulo 193

O tom de Robin soava sarcástico, mas havia uma leve ironia cômica em suas palavras.

Ela parecia uma pequena ave enfezada, lançando provocações sutis antes de se recolher num silêncio amuado.

Edward não estava acostumado a esse tipo de provocação, e curiosamente, não se irritou.

Ao invés disso, deu dois toques leves na divisória. "Ned, traga minha agenda recente."

"Sim, Sr. Dunn," veio a resposta rápida.

Assim que a divisória desceu, Robin recebeu o caderno das mãos de Ned com as sobrancelhas franzidas. Olhou para Edward sem entender o motivo e, em seguida, passou os olhos pelas páginas.

O cronograma mostrava os dias de Edward repletos de compromissos, das 6h30 até as 23h30, com apenas duas horas reservadas para descanso, incluindo as refeições.

Ficava evidente que sua dedicação ao projeto de desenvolvimento em Westville — algo que ela tinha visto nos noticiários — era real.

Ele não estava a ignorando de propósito; estava realmente sobrecarregado.

"Adicione o contato de Ned no seu WhatsApp," ele instruiu.

Robin olhou confusa. "Pra quê?"

"Ele vai te enviar minha agenda diariamente," respondeu ele com um meio sorriso. "Assim você não pode mais me acusar de negligência."

"Não precisa disso."

"Por que não? Você não se sente deixada de lado pelo seu chefe poderoso?"

Ela pensou em como ele podia ser mesquinho, mas manteve o rosto impassível. "Ok, talvez dessa vez tenha sido só um mal-entendido. Mas e nas outras vezes? Você me evitou, sim."

Edward franziu o cenho, mas permaneceu em silêncio.

Robin riu suavemente. "Viu? Toda vez que discutimos, é a mesma coisa. Como posso não pensar que você está simplesmente virando as costas pra mim?"

"É por isso que você saiu pra jantar com outro homem?" ele rebateu, a voz baixa.

"Isso é outra história," disse Robin com firmeza. "Só quero que entenda que não gosto disso. Prefiro uma briga a passar a noite sozinha.

Quando você vai embora sem dizer nada, parece que está me excluindo, e me faz pensar que a culpa é minha."

Do lado de fora, a luz e a sombra que dançavam pelas janelas do carro criavam contornos duros no rosto de Edward, tornando suas emoções difíceis de decifrar.

Robin não esperava que ele entendesse. Ele era alguém acostumado a controlar tudo, a dominar qualquer situação. Como ele poderia compreender o que ela sentia?

Talvez essa fosse mais uma prova de que pertenciam a mundos distintos.

Ela refletia amargamente, até perceber que já estavam de volta ao apartamento. Sem dizer nada, saiu do carro, seguida por Edward em silêncio.

Dentro do apartamento, caminharam calados. Só no quarto Edward finalmente quebrou o silêncio.

"Vamos continuar."

Robin piscou, confusa. "Continuar o quê?"

Tirando o paletó e arregaçando as mangas, ele respondeu: "Você acha que me afastei por causa daquele assunto. Está em conflito com a ideia de não ter filhos, não é?"

Ela hesitou por um instante, mas confessou: "E se for isso? Sempre sonhei em ser mãe. Adoro crianças, queria ter um dia."

"Então adotamos," disse ele com simplicidade.

Robin o encarou, incrédula. "Se você aceita adotar, por que é contra ter um filho seu?"

Edward parou o que estava fazendo e se aproximou dela.

Seu olhar era intenso. Sem dizer nada, estendeu a mão e pousou sobre o ventre dela.

"Robin, você está grávida?"

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