Casada em Segredo com o Herdeiro romance Capítulo 262

"O que você estava fazendo? Por que não atendeu o telefone antes?"

A voz de Edward soava mais apertada do que de costume. "Ro?"

Era raro ele chamá-la assim. Quando acontecia, tornava-se memorável.

Ela se lembrava dos momentos em que ele murmurava aquele apelido contra sua pele, com a respiração quente em seu pescoço durante um beijo, ou quando a provocava de propósito só para vê-la corar, para arrancar uma reação. Também se lembrava das vezes em que, no auge da paixão, ele sussurrava “Ro” como se fosse a única coisa que conseguia dizer.

Mas agora, naquele "Ro", havia algo diferente — um peso que fez o coração de Robin apertar. Um desconforto profundo, inegável.

As lágrimas vieram aos olhos, sua voz frágil. "É um cômodo refrigerado... parece um freezer. Está tudo escuro lá fora, não consigo ver nada... não sei onde estou."

"Está tudo bem, entendi," Edward respondeu, tentando soar calmo. "Fica tranquila. Eu vou te encontrar, o mais rápido possível."

"Não sei se consigo esperar... está tão frio... só quero dormir," sussurrou ela, a voz cada vez mais fraca.

Edward percebia isso. Cada palavra dela parecia mais exausta, mais próxima do fim.

"Não dorme. Mantém os olhos abertos. Fica comigo, Ro, por favor."

Seu nariz estava vermelho, o rosto pálido, e os pensamentos dela estavam se embaralhando. O frio era cada vez mais insuportável.

"Edward, você é o pior homem que eu já conheci. Um idiota completo. Você é um caso perdido. Ninguém deveria te amar."

Mesmo enquanto rastreava a localização do telefone, Edward respondeu com uma paciência surpreendente, "Tudo bem. Eu sou tudo isso."

"Quero saber uma coisa," disse ela, quase sem voz.

"Fala."

"Aquilo que você me disse no carro... o que era verdade? O que era mentira? Me diga a verdade."

Edward já estava no carro, acelerando.

Ele não hesitou. "Tudo foi mentira. Você estava com um dispositivo de escuta. Eu disse aquelas coisas para Harley ouvir."

Robin sentiu como se algo dentro dela tivesse se rompido. Ela fungou, lutando para conter o choro. A voz estava embargada. "Você podia ter me dito de outro jeito. Podia ter escrito, feito qualquer coisa. Por que você teve que me tratar assim? Me fez sentir... como se eu não valesse nada...

"Você sabe que eu não machuquei George. Por que sempre me olha como se eu fosse culpada? Como se eu fosse suja? Como se eu tivesse feito algo horrível?"

Os soluços eram baixos, tímidos, enfraquecidos pelo frio, mas pesados, cheios de dor e mágoa.

Edward sentiu o peito rasgar. A culpa o sufocava.

Ele abaixou os olhos, a luz intermitente da estrada lançando sombras em seu rosto — e escondendo seus sentimentos.

"Robin, não chora," murmurou, a voz rouca. "Agora... eu não posso te segurar."

Tudo soava vazio.

Ele queria abraçá-la. Mas não podia.

O homem que controlava um império inteiro, sempre impassível, agora estava impotente.

Robin apertou os olhos com força. As lágrimas congeladas nos cantos derretiam, misturando-se com a geada em sua pele.

Mas ela não queria que ele a segurasse.

Ela queria ser amada.

A temperatura continuava caindo. A tela do celular apagou.

Yvette, que ouvira tudo em silêncio, sentiu o peito apertar — uma mistura dolorosa de tristeza... e ciúmes.

De repente, o corpo de Robin amoleceu contra ela.

"Robin? Robin?"

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