Casada em Segredo com o Herdeiro romance Capítulo 293

Percebendo os perigos iminentes, Robin sentiu as pernas fraquejarem, mal conseguindo se sustentar apoiada na mesa.

Ela não podia simplesmente ficar esperando. Precisava agir.

O verdadeiro alvo daquele que puxava as cordas era a família Dunn. Se a polícia não encontrasse provas de que haviam abandonado o Prez, os ataques poderiam mudar de foco...

...

Dentro de uma van preta em movimento.

Prez estava com as mãos amarradas para trás. À sua volta, homens fortes formavam uma barreira impenetrável.

"Senhor," a voz calma de Prez era surpreendentemente tranquila, quase educada. "Posso perguntar para onde estão me levando?"

Um homem de rosto marcado por cicatrizes virou-se do banco da frente, erguendo o punho. "Guarda as perguntas, moleque. Fica quieto."

"Tudo bem. Mas será que eu poderia tomar uma garrafa de leite? Está na hora do meu jantar."

"..." A boca de Scarface se contraiu antes de soltar um rosnado. "Você é nosso refém, e ainda tem a ousadia de fazer exigências? Quer morrer, é isso?"

"Você vai me matar?"

"Claro!"

Prez inclinou levemente a cabeça. "Então, poderia me dar o leite antes? Minha mãe diz que crianças precisam comer no horário certo para crescerem altas."

Ele não podia permitir que Gaz ficasse mais alto do que ele.

Os sequestradores se entreolharam, surpresos.

Será que esse garoto era normal?

"Mais uma palavra e te jogo pela porta," ameaçou Scarface, irritado.

"Senhor, a raiva faz mal à saúde," respondeu Prez com seriedade. "Com sua idade, deve ter filhos, talvez até netos. Imagino que esteja fazendo isso por dinheiro. Todos enfrentamos dificuldades. Eu entendo."

Scarface o encarou, perplexo. "Você, um refém, entende sequestradores?"

Os outros começaram a rir.

"Sim. Estamos, de certo modo, num acordo. Vocês querem dinheiro, e eu quero voltar para casa. Então por que não manter as coisas em paz?"

Scarface ficou pasmo.

Aquele menino parecia ter apenas quatro ou cinco anos, mas falava como um adulto.

Com apenas algumas frases, quase o havia convencido.

Por fim, cedeu. "Trey, desamarra o garoto e dá pra ele um pouco de pão e leite."

Era só uma criança. Deixá-lo solto não representava uma ameaça real.

"Sim, chefe."

Prez pegou a comida das mãos do homem ao lado, agradecendo educadamente. "Muito obrigado, senhor."

Scarface o observava, intrigado, vendo-o comer sem mostrar qualquer traço de medo.

"Garoto, você não tem medo de que a comida esteja envenenada?" provocou, rindo. "E se você nunca voltar pra casa?"

"Seria um mau negócio," respondeu Prez com um sorriso inocente. "Se eu morrer, vocês não recebem resgate. E podem acabar sendo caçados por meu pai."

"Hahaha!" Scarface gargalhou. "Você é mesmo especial."

Não era à toa que alguém pagou caro para sequestrar aquele menino.

Inteligente ao ponto de ser perigoso.

Depois de comer, Prez deixou que amarrassem suas mãos novamente, sem resistência.

Sua obediência era desconcertante.

"Então, para onde estão me levando?" perguntou com calma.

A família Dunn havia sido generosa com os Crawfords.

Era por causa deles que os Crawfords ainda mantinham posição na alta sociedade de Skoena.

E agora, Myra estava ali, espalhando mentiras sobre Edward, se fazendo de vítima abandonada.

"Ha! Não finja que não odeia Edward tanto quanto eu. Você não ficou com rancor por ele ter te forçado a interromper a gravidez?"

Os olhos de Robin se arregalaram.

"Como você sabe disso?!"

Percebendo que havia falado demais, Myra disfarçou com um sorriso irônico. "Eu era secretária dele, lembra? Nada me escapava. Pelo menos eu tive coragem de enfrentá-lo. Você nem sequer teve força pra encará-lo. Patética!"

Robin mordeu os lábios, contendo a raiva. "Você também sequestrou o filho dele, não foi? Onde ele está?!"

"Você está mesmo me perguntando isso?" O rosto de Myra se contorceu com ódio. "É claro que mandei ele para o lugar dele— Argh!"

Antes que pudesse terminar a frase, Robin agarrou sua garganta com força.

Por mais que Myra se debatesse, o aperto de Robin era firme, implacável.

"Robin, você... ousa?!" O rosto de Myra ficou vermelho, os olhos arregalados. "A polícia tá aí dentro! Se me encostar, vai ver!"

O olhar de Robin era frio como gelo. "Onde ele está?"

Myra riu com escárnio, mesmo sufocada. "Você se importa tanto assim com aquele bastardo? É seu filho, não é? Pois então, me mate. Porque se ele morrer, valeu a pena!"

Robin apertou mais o pescoço dela, erguendo-a alguns centímetros do chão.

Mas antes que a sufocasse de verdade, a razão falou mais alto, e ela a soltou com desprezo.

"Você não vale a pena sujar minhas mãos."

Myra caiu no chão, tossindo sem parar, mas logo se pôs a rir, histérica. "Robin, adivinha como está seu filho agora... Depois de tanto tempo... Será que ele ainda está vivo?"