Casada em Segredo com o Herdeiro romance Capítulo 300

Um pen drive com o nome dela gravado?

O coração de Robin disparou, tomada por uma súbita sensação de mau presságio.

"Preciso ir. Pode entregar isso ao Sr. Dunn?" Ned lhe estendeu o pen drive, preso a um colar junto a um lenço.

Robin hesitou por alguns segundos antes de estender a mão e aceitar. "Claro."

Quando voltou para dentro, Edward perguntou com naturalidade: "Era o Ned?"

Ela assentiu e colocou o pen drive diante dele. "O Sr. Walton pediu que eu te entregasse. Ele disse que foi encontrado com a Myra e pode ter relação comigo."

Edward olhou para o pen drive. Ao ver seu nome escrito em tinta vermelha, seu semblante endureceu levemente.

"Você tem um computador?"

"Sim, está na sala de estar."

Ele fez que sim com a cabeça e se levantou, mas parou ao notar Gaz espiando com os olhos arregalados. "Terminou? Vai para a cama sozinho?"

"Só porcos dormem logo após comer. E eu não sou um porco!" Gaz inflou as bochechas e pulou da cadeira. "Quero brincar com a Gab antes de dormir!"

Dormir com o ladrão de doces? Nem pensar.

A porta do quarto das crianças estava trancada.

Na sala de estar, Robin observava Edward inserir o pen drive no computador. Um sentimento de inquietação a consumia. "Será que a Myra gravou fotos íntimas minhas aqui?"

Ela lançou olhares nervosos ao redor do apartamento, receosa de encontrar câmeras escondidas.

Aquilo já acontecera com ela antes — precisava ser cuidadosa.

Edward estava prestes a abrir a única pasta do pen drive quando ouviu seu comentário e parou.

Ele deu um tapinha no sofá ao seu lado, indicando que ela se aproximasse.

"Fecharei os olhos. Você dá uma olhada primeiro. Se for o que você teme, pode apagar."

Robin assentiu e se sentou, mordendo o lábio.

Havia apenas um vídeo na pasta.

Seu coração acelerou. Virou-se para olhar Edward, que permanecia recostado com os olhos fechados, mantendo distância da tela.

Tomando coragem, ela clicou para reproduzir.

No começo, a tela estava escura. Segundos depois, vozes frenéticas e o som de alguém despertando sobressaltado preencheram o ambiente.

"Quem é você? O que está fazendo comigo? Onde está o Sr. Walton?"

"Srta. Olson, por favor, não se mova. Estamos prestes a iniciar uma cirurgia."

"Cirurgia? Que tipo de cirurgia?"

"Um aborto, naturalmente."

A imagem clareou de repente, mostrando Robin sendo contida numa mesa cirúrgica. Ao ver a cena, ela foi dominada por uma sensação sufocante — como se revivesse o trauma.

O cheiro do desinfetante, as expressões impassíveis da equipe médica, tudo voltou com força.

"Você subestimou o talento do Dr. Chandler. O Sr. Dunn não quis expor você antes, queria lhe dar a chance de se livrar desse filho bastardo sozinha. Mas você falhou. O Sr. Dunn me encarregou de te dizer que nunca deixaria alguém como você gerar um herdeiro dos Dunns. Seria uma vergonha para a família." A voz de Ned ressoava no vídeo com um sorriso cruel.

Nesse instante, Edward abriu os olhos abruptamente, sua expressão tomada por uma fúria aterradora. Ele encarava a tela como se pudesse atravessá-la.

O vídeo durou poucos segundos, mas o impacto foi devastador.

Aborto.

Estava exausta. A dor era física e emocional.

Vomitou — mas nada saía.

Encolheu-se no chão gelado, os olhos fixos no teto.

Do outro lado, os toques na porta se tornaram insistentes.

A voz de Edward soava mais grave. "Robin, por favor. Abre. Não se feche assim."

"Deixa eu explicar. Não é o que você está pensando. Robin?"

Silêncio.

Aos poucos, os toques cessaram.

Robin se encolheu, o rosto enterrado nos joelhos, os olhos fechados, buscando alívio para a vertigem.

Então, ouviu o som de uma chave girando na fechadura.

Quando ergueu a cabeça, foi surpreendida por um abraço quente e firme.

"Me solta! Sai de perto!" Ela lutava, arranhava, arrancou dois botões da camisa dele, deixando marcas de sangue no peito.

Mas Edward não cedeu. Continuou segurando-a com firmeza.

"Ei, ei… está tudo bem. Você está segura agora." A voz dele era baixa, rouca, carregada de dor.

Não era encenação. Era preocupação genuína.

Talvez… só talvez… Edward fosse mesmo capaz de se importar com alguém.