Casada em Segredo com o Herdeiro romance Capítulo 337

No caminho de volta no carro, Robin esperava que Edward dissesse algo, mas ele apenas lançou um olhar rápido em sua direção antes de focar na estrada e continuar dirigindo.

Aquele olhar breve a deixou inquieta e um tanto confusa.

O trajeto inteiro foi envolto por um silêncio denso.

Assim que chegaram ao apartamento, Edward a puxou rapidamente para dentro da porta ao lado.

Lá dentro, ele segurou seus braços com firmeza, ergueu-a e a posicionou sentada sobre o armário próximo à entrada, de forma que seus olhos ficassem no mesmo nível.

Robin tentou sair dali, desconfortável, mas a presença imponente de Edward não lhe dava espaço para recuar.

— O que você está fazendo? — perguntou ela, franzindo o cenho.

— Você não acha que me deve uma explicação? — a voz dele era grave e firme.

— Do que você está falando? — Robin mordeu o lábio, evasiva.

— Acha que eu não percebi nada hoje? — seu olhar perscrutava o rosto dela. — Estava esperando que você dissesse alguma coisa no caminho.

Ficava claro que ela estava escondendo algo de propósito.

Robin sentiu um aperto no peito. Apesar de já imaginar que este momento chegaria, ouvir isso diretamente dele tornou a situação ainda mais difícil.

Edward a havia encurralado, determinado a arrancar uma resposta.

Ela desviou os olhos, permanecendo em silêncio.

De um lado, havia a promessa que fizera a Henry de manter certos assuntos em sigilo — um compromisso que não queria trair.

De outro, temia que Edward se magoasse e interpretasse sua reserva como um sinal de afastamento, especialmente depois que descobrisse tudo.

Mesmo assim, lembrar de Edward ao lado de Jasmine antes do jantar lhe provocava um sentimento incômodo, amargo.

Conforme o silêncio se prolongava, a expressão dele se tornava cada vez mais fria, até que sua postura assumiu uma rigidez indiferente.

— Não vai dizer nada? — sua voz agora soava distante. — Robin, eu te dei inúmeras chances, mas você se recusou a aproveitá-las.

Ele já havia se aproximado dela inúmeras vezes, e mesmo assim, ela escolhia permanecer imóvel, sem avançar.

Antes, Edward achava que o noivado com Henry era motivado pela doença terminal dele, algo que Robin fazia questão de reforçar.

Mas agora, começava a acreditar que Henry talvez nem ocupasse um espaço tão importante no coração dela quanto havia imaginado.

Um sorriso amargo curvou os lábios de Edward enquanto ele soltava devagar os pulsos de Robin e se virava para sair.

Parecia que aquele apartamento não teria mais razão de existir no futuro.

Seu rosto permaneceu inexpressivo, e os olhos, tão escuros e profundos quanto um mar congelado, não revelavam nada.

De repente, um som abafado soou atrás dele.

Em seguida, um toque quente e suave encostou-se às suas costas, e braços delicados o envolveram com força pela cintura.

Edward ficou imóvel.

Robin, com os olhos fechados, encostou-se a ele e disse, como se não tivesse mais nada a perder:

— Eu fiz uma promessa a outra pessoa sobre outra situação e não posso quebrá-la... Mas posso compensar de outras formas. Pode ser assim?

Sem hesitar, ela tomou as mãos dele e as levou ao próprio peito, os olhos fixos nos dele, carregando uma mistura de ousadia e embaraço.

— Hoje você não pode ir embora!

A sensação de impotência que tivera ao vê-lo partir da última vez era algo que não queria reviver jamais.

Ela não podia ignorar o que sentia e também não queria mais esconder isso.

Queria que Henry tivesse uma vida boa, mas isso não significava ferir quem ela realmente amava.

Com isso em mente, Robin sentiu-se mais lúcida.

Reconheceu que, lá no fundo, também carregava aquela intensidade emocional que via em Edward.

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