Assim que a porta do apartamento se abriu, Robin entrou correndo sem hesitar.
Mas, antes de atravessar completamente, colidiu direto com o peito de Edward. O impacto a fez cambalear para trás, batendo a testa com força contra ele, perdendo o equilíbrio.
Rapidamente, Edward a segurou pelo braço. Assim que ela se estabilizou, ele a soltou e perguntou, em um tom firme e baixo:
"Por que essa pressa toda?"
"Tem... alguém me seguindo," arfou Robin, respirando com dificuldade. Suas pernas tremiam do esforço.
Edward saiu de imediato para verificar a área. Olhou em volta, mas não encontrou nada suspeito. Voltando, fechou a porta atrás de si.
"Não vi ninguém lá fora. Você conseguiu ver quem era?"
Robin balançou a cabeça, o rosto pálido.
"Não tive coragem de olhar para trás, mas ouvi os passos... e a respiração pesada. Era um homem, com certeza."
As sobrancelhas de Edward se contraíram em concentração.
"Foi a mesma pessoa com quem você esbarrou hoje mais cedo?"
"Não... Isso tem acontecido há dias. Sinto como se alguém estivesse me seguindo."
"Você só me conta isso agora?" O tom dele endureceu, revelando impaciência.
"A sua boca serve só pra decoração?"
Robin hesitou, sem entender por que ele estava tão irritado.
Edward a observou com um olhar gelado.
"Essa área não é segura, ainda mais à noite. E você acha mesmo que conseguiria fugir de um homem adulto, com essa resistência fraca?"
"Hoje você teve sorte. E se não tiver da próxima vez?"
A frieza em sua voz caiu sobre Robin como um balde de água fria. Suas mãos começaram a suar.
"E mais uma coisa," ele continuou, com os olhos afiados. "E se ele te vir correndo para o apartamento? Já pensou nisso?"
Robin congelou. Nunca havia considerado esse risco. Achava que estaria segura ao entrar em casa, mas... e se alguém resolvesse esperar do lado de fora?
Ela sentiu os olhos arderem e murmurou, quase sem voz:
"Por que isso sempre acontece comigo?"
Depois de finalmente se livrar de Norris, ela pensou que teria paz.
Por que o destino insistia em persegui-la?
Edward queria apenas alertá-la, fazê-la entender o perigo. Mas ao ver as lágrimas em seus olhos, perdeu o ímpeto de continuar.
Ficou em silêncio por um tempo, até perguntar:
"Seu contrato de aluguel é de quanto tempo?"
Robin esfregou os olhos.
"Pago mês a mês," respondeu com a voz fraca.
"Arrume suas coisas. Você vai se mudar hoje à noite."
Ela piscou, confusa.
"Mudar? Para onde?"
"Para o meu apartamento."
O quê?!
Robin pensou que fosse brincadeira — até se ver na sala de Edward.
Tinha poucas coisas: duas malas e só.
Como a Residência Bauhinia já fornecia os móveis, não precisou trazer nada além disso. As plantas da varanda, segundo Edward, poderiam esperar até o dia seguinte.
Em apenas duas horas, sua vida foi embalada e transportada.
"Por que está parada aí?" Edward se aproximou.
Robin conhecia o apartamento, mas agora era diferente. Ela estava se mudando.
Sentia-se desconfortável.
"Você tem certeza que não vou incomodar?"
Edward a encarou.
"Quando eu fiquei na sua casa, você se incomodou?"
"Claro que não!"
"Então qual o problema?"
Sua resposta direta a fez relaxar.
"Senhor Dunn, qual é o meu quarto?"
Robin começou a desfazer a mala.
Tirou almofadas, cobertores, porta-retratos, sinos de vento e outros objetos decorativos.
Organizou tudo pela sala, deixando o espaço mais aconchegante e acolhedor.
Ao entrar no quarto principal, já pensava em itens que poderia comprar para tornar o ambiente ainda mais pessoal.
Quando Edward terminou o trabalho e voltou à sala, parou na entrada.
O apartamento parecia diferente.
Era o mesmo espaço, mas... com vida.
Pela primeira vez, Edward percebeu que talvez tê-la ali não fosse tão ruim assim.
Mais tarde, já na cama, Robin não conseguia dormir.
Virou-se, olhando Edward deitado do outro lado.
Havia espaço suficiente entre eles para mais duas pessoas. Ele estava bem distante.
Desta vez, com certeza, ela não acabaria nos braços dele.
Observando sua silhueta, cerrou os punhos.
"Até quando vai continuar me encarando?"
A voz dele quebrou o silêncio. Ele se virou e cruzou o olhar com o dela.
Robin puxou o cobertor até o rosto.
"Você ainda está acordado?"
"Como eu poderia dormir com você se mexendo tanto?"
Ela realmente achava que podia ficar encarando-o por tanto tempo sem que ele percebesse?
Robin virou de costas e sussurrou:
"Sr. Dunn, agora que estou morando aqui... e seu avô? O que vai acontecer quando ele montar aquela barraca de novo?"
Essa era sua maior preocupação.
George era um senhor idoso. Ela não conseguia deixá-lo por aí, sozinho.
Enquanto ela se mexia, um leve aroma chegou até Edward. Seu olhar se desviou por um momento, captando um pedaço de pele revelado pela gola do pijama dela.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Casada em Segredo com o Herdeiro
O livro e ótimo, só que fiz que e gratuito mais agora estão cobrando, antes não era assim, pq mudou??...