Casada em Segredo com o Herdeiro romance Capítulo 368

Henry pediu que Herb levasse as crianças para outra sala para descansarem, forçando um semblante sereno enquanto os observava sair.

Assim que os dois desapareceram pelo corredor, sua expressão desabou. Ele caminhou às pressas até o banheiro e cuspiu uma quantidade espessa de sangue escuro, quase negro.

Apoiando-se na pia, seu olhar caiu, revelando um esgotamento que ia além do físico.

— Henry, a temperatura da Sra. Olson voltou a oscilar — avisou Evan do lado de fora.

Henry não respondeu. O gosto metálico ainda impregnava sua garganta, a náusea apertava o estômago e a cabeça latejava. Seu corpo tremia, como se a qualquer momento fosse desabar.

Mas ele não podia ceder.

Limpando os lábios com pressa, tirou do bolso um frasco cerâmico azul acinzentado e engoliu uma pílula sem hesitar.

Ele sabia que não era invulnerável. Para seguir com o desenvolvimento do antídoto sem atrasos, precisava recorrer a medidas drásticas.

Poucos minutos depois, Evan voltou a chamá-lo.

Henry lavou rapidamente as mãos e saiu. — Já estou indo.

...

Três dias depois, em um dos quartos no último andar do Hospital Eden.

Após tantos dias acamada, Robin sentia as pernas fracas e o corpo trêmulo ao tentar se levantar. Se Henry não a tivesse amparado, ela teria caído.

— Seu corpo ainda está fragilizado. Não tente se forçar — disse ele, ajudando-a a caminhar devagar pelo quarto, com um tom surpreendentemente leve.

Robin notou as olheiras profundas em seu rosto. — Você não dormiu direito nos últimos dias, não foi? Eu disse para se cuidar, mas você não escuta.

Henry deu um sorriso sem jeito. — Estou dormindo bem, acredite. Se duvidar, pode perguntar ao Herb. Ele pode confirmar que eu não tenho tossido sangue ultimamente.

Ela não insistiu. Supôs que os remédios preparados pelo Mestre Neale estivessem surtindo efeito.

Robin deu algumas voltas pelo quarto, mas logo precisou sentar-se na cama novamente, exausta e suando.

— Não se passaram nem duas semanas e já estou me sentindo completamente acabada — comentou, rindo de si mesma.

Henry olhou para ela, com uma preocupação discreta nos olhos. — Os efeitos de uma infecção como essa não desaparecem tão rápido. Na verdade, você está se recuperando bem, só está com mobilidade limitada no momento. Alguém até...

Ele se interrompeu.

Robin percebeu a pausa e logo questionou: — E a outra pessoa que estava internada comigo? O que aconteceu com ela?

Henry hesitou antes de responder. — O caso dele é mais grave. Ainda não retomou a consciência.

— O antídoto não funcionou?

— Ele eliminou o vírus do corpo, mas não consegue reparar os danos causados. Agora, é uma questão de tempo e recuperação. Não existe cura instantânea — explicou Henry.

— Entendo — disse Robin, massageando o joelho ainda dolorido. — Esse vírus é assustador. Se eu for infectada de novo, não sei se teria forças para resistir outra vez.

Comparado a ele, o chamado Vírus X parecia até brando.

Henry franziu o cenho. — O fato de você ter sido a única infectada é muito estranho. Por que o vírus mutaria só em você? Isso não faz sentido.

Era como se alguém tivesse intencionalmente exposto Robin a uma versão alterada do vírus.

Se o diagnóstico tivesse sido feito mais tarde, se o antídoto ainda estivesse em fase inicial, ou se Edward não tivesse sido compatível para o teste... Robin talvez não estivesse mais viva.

Esse pensamento fez os olhos de Henry se tornarem sombrios por um instante.

— Está dizendo que não foi por acaso que eu adoeci? — Robin franziu a testa.

— Provavelmente não — ele respondeu. — Você incomodou alguém recentemente? Especialmente alguém de Ervingdale?

Robin pensou por um instante. — Não que eu saiba. Talvez algumas pessoas aqui, mas nada muito sério.