Robin franziu o cenho e deu uma sacudida leve no pacote. Quase não tinha peso e, por mais que balançasse, não produzia nenhum som.
Não parecia uma pegadinha de mau gosto, como aquelas que ela já recebera no passado — caixas com baratas ou ratos mortos, destinadas a causar repulsa.
O Estúdio Celestique vinha chamando atenção no mercado, primeiro pela parceria com a Evervita e, agora, pelo interesse da renomada marca internacional YOKE. Era natural que competidores e desafetos sentissem inveja e procurassem formas de incomodar.
Sem uma faca por perto, Robin resolveu abrir o pacote com as mãos.
O conteúdo caiu sobre a cama: várias fotos.
Pegou a primeira, depois a segunda, sentindo a confusão aumentar a cada imagem.
Eram fotos de um bebê recém-nascido.
Ela parou, observando mais de perto. Será que… poderia ser eu?
Era impossível ter certeza. Bebês costumam parecer uns com os outros, e ela não tinha nenhuma referência, já que os Olson nunca haviam tirado fotos dela.
Ainda assim, o que lhe chamou atenção foi a possibilidade do homem misterioso que rondava o estúdio ser, na verdade, seu pai biológico.
Mas como ele teria a encontrado agora? E por que esperar tanto tempo para aparecer?
Robin massageou as têmporas. A teoria de que seus pais biológicos fossem os lendários ladrões de joias procurados internacionalmente voltou à mente, embora não passasse de suposição. Talvez aquelas fotos nem fossem dela.
Nos dias seguintes, Cheryl trouxe outros pacotes. Todos continham fotos semelhantes.
Até que, no último, havia algo diferente: um bilhete com um endereço escrito e, no verso, uma frase curta:
“Você deve vir sozinha.”
Robin segurou o bilhete, apoiando o queixo na mão, refletindo.
Quem quer que fosse, não tinha coragem de se identificar. E ela não era ingênua a ponto de cair em uma armadilha dessas. Talvez nem fosse.
Um som de batidas na porta interrompeu seus pensamentos.
— Entre — disse ela.
Para sua surpresa, quem entrou foi Ned.
— Sr. Walton? O que houve?
— Srta. Olson, desculpe interromper. O pequeno Prescott voltou da escola com febre. O médico já prescreveu o remédio, mas ele se recusa a tomar. O Sr. Dunn não sabe mais o que fazer, então… — explicou.
Robin prendeu a respiração.
— Febre? Não me diga que é…
— Não. Apenas um resfriado comum — apressou-se Ned em tranquilizá-la.
Ela soltou o ar, aliviada. Mesmo com antídoto, não queria ver Prez ou Gaz doentes.
— Vou lá ver. — Colocou o pacote na gaveta e seguiu Ned.
Na outra ala, a atmosfera estava tensa.
O cobertor sobre a cama formava um montinho firme, bem dobrado em volta, como uma fortaleza.
Edward estava ao lado, imponente, embora sem enxergar, localizando o filho apenas pelo som.
— Prescott, saia — ordenou.
Nenhuma reação.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Casada em Segredo com o Herdeiro
O livro e ótimo, só que fiz que e gratuito mais agora estão cobrando, antes não era assim, pq mudou??...