Casada em Segredo com o Herdeiro romance Capítulo 55

Robin parou por um instante e balançou a cabeça. "Não somos próximos. Apenas nos encontramos por acaso quando cheguei. O Sr. Carson viu que eu estava meio perdida e se ofereceu para me acompanhar até aqui."

A mulher de cabelo curto ergueu uma sobrancelha, desconfiada. "Mas você mal começou e já foi designada para trabalhar na ‘Rubimore’? Isso é muita sorte."

Robin franziu a testa. "Por que você diz isso?"

"A ‘Rubimore’ é uma coleção voltada para debutantes da elite. Está em alta há uma década e sempre gera lucros enormes," explicou a mulher. "Os designers selecionados recebem comissões generosas, mas só duas pessoas são escolhidas por ano. E você já é uma delas."

O tom dela era carregado de inveja. "Estou aqui há mais de um ano e nunca me deixaram nem chegar perto da ‘Rubimore’."

Robin deu um sorriso contido. "Imagino que seja porque os outros já estão sobrecarregados e eu ainda tenho tempo livre. O Sr. Carson provavelmente achou que seria desperdício me deixar à toa.

"E também é parte da minha avaliação. Se eu não fizer um bom trabalho, posso ser dispensada. Saber disso me motiva a me esforçar ainda mais."

A mulher se surpreendeu com a resposta e, depois de um momento, soltou uma risada sem graça. "Entendi. Boa sorte, então.

"Aliás, sou Amy Buckley. E você é...?"

Antes que Robin pudesse responder, uma mulher de cabelo cacheado castanho claro se aproximou com expressão severa.

"Vocês estão aqui pra fofocar ou pra trabalhar?"

Com brusquidão, jogou um grosso maço de documentos na mesa de Robin. "Analise isso e se familiarize. Quero de volta até o fim do dia. Nada de tirar do escritório."

Virou-se e saiu, seus saltos ecoando com arrogância pelo corredor.

Amy olhou para Robin, que ainda parecia um pouco confusa. "Essa é a nossa diretora de design, Willa Ingram. Ela é brilhante, mas tem um ego do tamanho da empresa. Ah, e ela também é uma das que têm uma quedinha pelo Sr. Carson. Melhor ficar atenta."

Robin encarou os papéis à sua frente e sorriu discretamente. Não respondeu ao comentário.

"Vou começar agora. Conversamos depois."

"Claro! Qualquer dúvida, é só me chamar," respondeu Amy com leveza.

Robin se concentrou nos documentos, revisando rapidamente as coleções da Evervita.

Embora a coleção ‘Rubimore’ fosse relançada anualmente, começava a parecer repetitiva. Faltava inovação, e muitos dos conceitos que lhe vinham à mente já haviam sido usados antes.

Ela logo percebeu que as comissões generosas não vinham facilmente.

Recostou o queixo na mão, imersa em pensamentos.

...

No Hospital Eden, no andar superior reservado.

O clima no quarto era pesado.

Edward estava sentado à beira da cama, o rosto impassível.

Felicia, acomodada no sofá à frente dele, se mexia desconfortavelmente. Não sabia por onde começar.

Sentia mais culpa do que afeto em relação ao filho.

Diferente de Harley, com quem tinha um laço mais próximo, a distância entre ela e Edward era resultado de anos de ausência.

Ela pensou que teria tempo para consertar as coisas. Mas, num piscar de olhos, Edward já tinha deixado a casa dos Dunn.

Desde então, só se viam esporadicamente, em feriados ou ocasiões importantes.

Agora, cara a cara, ela mal conseguia abrir a boca.

"Edward, como está sua recuperação?" perguntou com cautela, segurando a alça de sua bolsa de pérolas. "Seu pai e eu estávamos resolvendo algumas coisas e não conseguimos voltar a tempo. Você está bravo conosco?"

"Está se preocupando à toa, mãe. Já não sou mais criança," respondeu Edward, sem emoção, olhando pela janela.

Felicia sentiu o baque. Seus olhos se voltaram para o chão. "Você nem me chama mais de ‘mãe’..."

"Por que veio aqui hoje?"

Ao ouvir isso, Felicia engoliu a tristeza. "É sobre o Harley. Eu... sei que ele passou dos limites. Vou garantir que ele seja repreendido. Será que você poderia..."

"Se veio implorar por Harley, vou ser direto." Edward desviou ligeiramente o olhar. "Ou ele cumpre a pena até o fim, ou entrega as ações que tem no Grupo Dunn. A escolha é sua."

Felicia entendeu o recado. Não haveria perdão sem consequências.

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