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Casada em Segredo com o Herdeiro romance Capítulo 77

Edward estava no sofá da sala, com o laptop apoiado nas pernas, finalizando alguns documentos pendentes. Quando Robin lhe perguntou algo, ele nem sequer desviou os olhos da tela.

— Não.

— Mhm... — murmurou ela, franzindo a testa enquanto vasculhava a lixeira. — Será que joguei fora sem querer?

Sem sucesso na lixeira, passou a procurar em volta do sofá. Irritado com o movimento constante dela, Edward disse num tom impaciente:

— Tem uma pomada para queimaduras no meu quarto. Vai lá pegar e me deixa trabalhar em paz.

— Certo! — respondeu Robin, saindo apressada para pegar o tubo e correr para o banheiro.

Meia hora depois, ela ainda não havia saído.

Os dedos de Edward diminuíram o ritmo no teclado. Embora mantivesse os olhos fixos na tela, seu foco estava na porta do banheiro. Pouco depois, levantou-se e bateu.

— Robin, ainda não terminou?

Lá dentro, ela lutava para aplicar a pomada sozinha, com suor escorrendo pela testa.

— Falta pouco! Já vou sair!

— Eu não tenho a noite toda — resmungou ele. — Anda logo.

Sem palavras, Robin se vestiu rapidamente, ainda segurando a pomada, e abriu a porta.

Edward passou por ela sem sequer lançar um olhar, fechando a porta ao entrar.

Do lado de fora, Robin esperou pacientemente. Precisava terminar de lavar as mãos após aplicar o remédio, mas ainda sentia dor e dificuldade em alcançar a área afetada.

Menos de cinco minutos depois, Edward saiu do banheiro.

Hesitante, ela o chamou em voz baixa:

— Senhor Dunn... posso pedir um favor?

Ele parou e a olhou com expressão neutra.

— Eu... não consigo passar a pomada nas costas. Pode me ajudar?

Suas bochechas coraram só de fazer o pedido. Em outras circunstâncias, jamais teria coragem. Mas comparado a continuar lutando sozinha e correr o risco de uma nova cãibra, mostrar as costas para ele parecia mais suportável.

Edward soltou um riso discreto.

— Pensei que pedir ajuda não fosse do seu feitio.

Robin mordeu o lábio, se sentindo um pouco repreendida.

— Vamos para a sala — disse ele, dessa vez sem ironia.

Ela o acompanhou, sentando-se devagar no sofá.

Edward pegou o tubo sobre a mesa, arregaçou a manga e a observou com um olhar paciente.

— Tira a blusa.

Ela ficou em choque com o pedido.

Sem coragem de protestar, virou-se e, com o rosto em chamas, retirou rapidamente a parte de cima do pijama, mantendo-a segura na frente do corpo.

— P-pronto — murmurou, nervosa.

Edward afastou os cabelos dela, jogando-os sobre o ombro. Seu olhar pousou na pele clara e sensível de suas costas, e ele percebeu o leve tremor em seus ombros.

Os olhos dele escureceram.

Em silêncio, começou a aplicar o remédio. Seus dedos quentes em contraste com sua pele fria a fizeram sentir como se estivesse pegando fogo por dentro.

— A Myra me contou que você disse a ela que é minha esposa — comentou ele, casualmente.

Robin abaixou o olhar, desconfiada.

Então ele veio tirar satisfações por causa da Myra?

— Foi o que disse. Ela insistiu em saber qual era nosso relacionamento, então contei a verdade. Ou isso também é proibido? Você quis esconder nosso casamento, mas em momento algum me pediu para colaborar com essa farsa.

Edward arqueou a sobrancelha.

Era só uma pergunta, mas ela desatou num desabafo.

— Por que está tão irritada, Robin?

Ela se enrijeceu, apertando com força o tecido do pijama que segurava.

Seu semblante fechou ao examiná-las.

Estavam tão danificadas quanto as anteriores — costuras soltas, defeitos visíveis. Inutilizáveis.

— É isso o que você chama de trabalho bem feito? — ironizou.

Robin não se surpreendeu. Alguém claramente sabotara as peças novamente.

— Sra. Ingram, agora tenho certeza de que minhas amostras foram adulteradas.

— Ah, então agora vai culpar os outros? Teria mais respeito se assumisse seus erros — retrucou com ceticismo.

— Tenho como provar — disse Robin, colocando um celular antigo sobre a mesa. — Como a vigilância do estúdio só é ativada após as 8h, deixei meu telefone lá gravando desde cedo. Por volta das 7h, ele captou algo interessante.

Ela reproduziu o vídeo.

Uma figura sombria entrou no estúdio e foi direto ao armário onde estavam as amostras. Com habilidade, usou um descosedor para danificá-las antes de sair.

A filmagem era escura demais para identificar a pessoa.

Os colegas, que antes desconfiavam, agora estavam pasmos.

Willa se virou para o grupo.

— Quem foi o primeiro a chegar hoje?

Todos negaram discretamente com a cabeça, sem se acusar.

Antes que Willa pudesse continuar, William entrou na sala.

— O que está acontecendo? Por que estão todos reunidos?

— Sr. Carson — cumprimentou Willa, explicando rapidamente o ocorrido.

William assistiu ao vídeo com atenção e disse com calma:

— Quem fez isso tem conhecimento técnico e atacou pontos estratégicos. Muito provável que seja alguém de dentro.

Amy, que estava mais afastada, riu ironicamente.

— Mas Sr. Carson, a filmagem está tão escura... isso não prova muita coisa. Quem garante que essa pessoa existe mesmo?

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