Casada em Segredo com o Herdeiro romance Capítulo 79

Com a situação das amostras resolvida, Robin finalmente conseguiu respirar aliviada.

No entanto, a lembrança de Norris conspirando com Amy permanecia como um espinho cravado em sua mente. Por que ele insistia em aparecer, sempre determinado a complicar sua vida?

Se a Evervita fosse tão frágil quanto sua empresa anterior, ela já teria sido esmagada por ele. O pensamento fez seu estômago se revirar. E como se o destino quisesse provocá-la, seu celular vibrou. O nome de Norris iluminava a tela.

Ela havia desbloqueado o número recentemente e esquecera de corrigir o erro.

Seu primeiro impulso foi rejeitar a ligação. Mas algo dentro dela mudou — uma chama de coragem e desafio se acendeu.

Por que continuar se escondendo? Até quando ela iria fugir?

Tomou uma decisão. Atendeu.

— Norris, vamos conversar. Tenho algo a dizer.

Às sete horas, ela chegou ao Muse Abode.

Depois de falar com a recepcionista, foi conduzida até um espaço reservado no andar superior. Norris já a esperava.

Vestido para impressionar, ele usava um terno branco impecável e segurava um buquê de rosas vermelhas. Seu sorriso polido parecia ensaiado e artificial.

— Ro — cumprimentou, oferecendo as flores —, são para você. Rosas lindas para uma mulher ainda mais linda.

Robin sequer olhou para o buquê. Sentou-se e falou com firmeza:

— Norris, você precisa aceitar uma coisa. Eu sou casada.

O sorriso dele vacilou. Por um instante, a fachada escorregou, revelando algo mais sombrio por trás.

Mas ele rapidamente recuperou o controle.

— Eu sei — respondeu, com suavidade forçada. — Mas também sei que isso não passa de uma farsa. Uma história inventada para não se casar comigo.

Os olhos de Robin se estreitaram.

— Não é mentira. Eu realmente sou casada.

Ele riu e se inclinou, sacudindo a cabeça.

— Não se engane. Você prometeu levar seu marido para jantar com seus pais. Onde ele está? — fez uma pausa, deixando a pergunta pairar. — E mesmo que seja verdade… com alguém como ele? O que ele pode te oferecer?

Norris estalou os dedos.

Da escada, garçons apareceram, cada um carregando uma bandeja com joias reluzentes, bolsas de grife e até a escritura de uma vila luxuosa.

Ele recuou, empinando o queixo e sorrindo com confiança.

— Ro, tudo isso pode ser seu. Basta dizer que quer voltar para mim. Aquele motorista com quem está… que tipo de vida ele pode te oferecer? Luta? Sobrevivência?

— Escolha-me, e terá luxo. Comigo, terá status. — Sua voz tornou-se mais grave. — Casamento é um jogo. Faça a escolha errada, e tudo desmorona.

O rosto de Robin endureceu a cada palavra.

Ela não respondeu. O silêncio entre eles cresceu.

Então, pela escada espiral, surgiu um grupo.

À frente, um homem de presença marcante. Usava um terno sob medida e caminhava com segurança, uma das mãos no bolso. Seu olhar era calmo, mas carregava autoridade natural.

Atrás dele, executivos o seguiam com pressa e respeito. Um deles apontou para a sala de jantar, falando com entusiasmo:

— Senhor Dunn, os pratos especiais da casa são extraordinários. Tenho certeza de que vai se surpreender…

Edward acenou brevemente, sem demonstrar entusiasmo.

Mas uma voz firme interrompeu o ambiente elegante:

— Norris, perder no jantar dos Hewitts te deixou desnorteado? Agora acha que pode me tratar como se fosse tão tola quanto você?

Edward parou no meio do salão. Seus olhos se voltaram para a origem da provocação.

Robin estava ali. Sentada com postura ereta, a doçura habitual substituída por um olhar cortante. Seus olhos lançavam faíscas enquanto encarava Norris.

Uma mulher ao lado de Edward comentou, admirada:

— É raro ver alguém não se deixar seduzir por dinheiro. Ela deve amar muito o marido.

Outro completou:

— Recusar algo como a escritura da Vila do Lago Westlune? Isso é o tipo de coisa que só se vê em romances.

Edward sorriu de leve.

Era só um pedaço de papel. Como ele pensou que isso bastaria para conquistar Robin?

Ridículo.

Enquanto Robin deixava o Muse Abode, suas palavras ainda ressoavam em sua mente. Sentiu as bochechas esquentarem.

Usar o nome do Sr. Dunn fora só uma forma de afastar Norris — nada mais.

Mas mesmo assim, não conseguia se livrar da estranha sensação de inquietação.

Tentou se acalmar. Aquilo não tinha importância. Edward sequer sabia disso.

Esse pensamento trouxe um pouco de alívio.

Ela parou em um café para tomar chá com leite e comprou algo para comer em uma barraca próxima antes de voltar ao apartamento.

O ambiente estava silencioso. Edward ainda não havia chegado.

Ela regou as plantas, tomou banho e organizou tecidos e acessórios. Depois, deitou-se.

Mas assim que se acomodou, uma dor aguda atingiu seu estômago.

Ela se contorceu, tentando achar uma posição confortável. Ofegava, com o abdômen se contraindo intensamente.

Não sabia se era algo que havia comido ou se era apenas o início da menstruação. Mas a dor era intensa, incômoda e constante.