Casada em Segredo com o Herdeiro romance Capítulo 8

O semblante de Edward se fechou de imediato, sombrio como uma tempestade prestes a cair.

Robin percebeu a insatisfação dele e coçou a bochecha de forma sem graça. "Se você não quiser, eu posso dormir no sofá."

"Não precisa", respondeu ele com a voz baixa. "Vamos fazer como você disse."

Seria apenas por alguns dias.

Pelo menos naquele lugar, não havia olhos observando cada passo seu.

Dividir a cama com ela não era algo que ele não pudesse suportar.

Já era tarde da noite.

Após um dia tão tumultuado, só quando se deitou na cama macia é que Robin sentiu seus nervos finalmente começarem a relaxar.

Mas não demorou muito até a cama afundar levemente ao seu lado.

Ao virar o rosto, ela se deparou com o perfil impecável de Edward. Sua respiração falhou por um instante.

Como nunca havia notado o quão pequena era sua cama?

Pequena o suficiente para, mesmo com um ursinho de pelúcia entre eles, ainda parecer que estavam próximos demais.

Próximos o bastante para que ela ouvisse sua respiração ritmada.

"Se tem algo a dizer, diga logo." Percebendo o olhar dela, Edward falou num tom indiferente.

Pegando no flagra, Robin corou, mas a curiosidade foi mais forte. "Posso perguntar... que tipo de trabalho você faz?"

Na primeira vez que se encontraram, ele estava gravemente ferido e sendo perseguido por gente perigosa.

Agora, parecia ter sido rejeitado pela noiva, sendo forçado a se casar com ela.

Sua situação não era das melhores, mas suas habilidades surpreendiam. Ele ter detectado a câmera no brinquedo a impressionou.

Edward lançou um olhar profundo em sua direção, sua expressão indecifrável.

Estaria ela perguntando aquilo de propósito?

Estaria fingindo desconhecer sua identidade para fazê-lo baixar a guarda?

"Sou motorista", respondeu ele de forma casual, desviando da questão.

Robin soltou um suspiro discreto. Então ele era motorista.

Nada mal. Melhor do que ter um trabalho que o colocasse em perigo constante.

Pensando assim, relaxou e fechou os olhos, adormecendo aos poucos.

Para Edward, porém, o conforto não era o mesmo.

A cama era estreita e dura. Até o travesseiro parecia inadequado.

O que mais o irritava era o cabelo comprido de Robin, que insistia em cair sobre ele.

As mechas roçavam sua orelha, provocando uma coceira incômoda. Ele evitava tocá-la, mas o incômodo era persistente.

Edward franziu o cenho.

Robin engoliu seco, com um nó na garganta. Queria dizer algo — como "eu só te abracei sem querer" — mas se conteve.

Sentia-se frustrada.

Não tinha feito nada intencionalmente. Por que ele agia como se ela estivesse tramando algo? Aos olhos dele, seria ela uma sedutora?

Ela precisava preparar o quarto dele o quanto antes.

Murmurando sozinha, foi se lavar.

Depois, trocou o curativo dele e seguiu para a cozinha preparar o café da manhã.

Agora vestido com roupas novas, entregues por seu segurança na noite anterior, Edward pegou o relógio da mesa da sala e o colocou no pulso calmamente.

Ao ver Robin tirando ingredientes para duas pessoas da geladeira, disse em voz baixa: "Não precisa fazer o meu. Eu não tomo café da manhã."

"Pular o café pode causar problemas estomacais. Eu termino rápido, e minha comida é boa. Você deveria experimentar." Robin respondeu sem nem se virar.

"Eu disse que não quero."

"Fica tranquilo, não vou cobrar pelo café", retrucou ela casualmente.

Edward ficou sem palavras.

Olhou para o relógio — ainda faltavam 40 minutos para sua reunião da manhã.

Era só café da manhã. Se ela achava que podia conquistá-lo pela barriga, estava redondamente enganada.

Se fosse assim tão fácil, ele teria se casado com uma chef.