CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 340

"Você morar aqui?" Eduardo franziu o cenho com impaciência, o semblante carregado de desagrado, o olhar dirigido ao guarda-costas atrás de Aline, perguntou sem expressão: "E a senhora?"

"A senhora foi para o quarto depois do almoço."

Eduardo trocou de chinelos e seguiu em direção à escada: "Foi a senhora que te deixou entrar?"

Na Villa Bella Vista há regras, sem ordens, os guarda-costas não entram na casa principal.

Guarda-costas: "A senhora pediu para eu, Dr. César e Paula cuidarmos bem da Srta. Sousa."

Paula é a empregada que chegou hoje.

O rosto de Aline se contorceu, que cuidado, era clara vigilância. Ela queria subir ao segundo andar para pegar secretamente um pouco do cabelo de Renata, um pente, ou algo das unhas dela, mas nem pensar em subir ao segundo andar – se ela se mexesse, aqueles seis olhos estavam fixos nela.

Eduardo mal tinha pisado no degrau, Renata saiu do quarto, levantou ligeiramente o queixo, indicando Aline: "Seu pequeno pessegueiro, cuidei dele o dia todo, agora é com você."

"Heh," o homem resmungou sem emoção, rindo baixinho pela garganta, "Eu pensei que Villa Bella Vista iria mudar de nome."

Renata desceu os degraus lentamente, perguntando por cortesia: "Mudar para quê?"

Eduardo cerrava os dentes, forçando pelas fendas palavras amargas: "Estação de Reciclagem Villa Bella Vista."

Ontem tinha pegado um Rafael, hoje veio uma Aline.

Ele tinha um monte de coisas, e nem sabia se poderia usar tudo antes de expirar, pensando nisso, o olhar que Eduardo lançou para Renata estava cheio de lamento.

Não podendo descontar em Renata, só restava descontar na principal culpada, Aline. Ele olhou para o guarda-costas lá embaixo e encontrou os olhos cheios de mágoa de Aline.

Mas o coração de Eduardo era de ferro, sem um pingo de compaixão ou delicadeza, desviou o olhar após um breve encontro e disse ao guarda-costas: "Por favor, peça para a Srta. Sousa sair."

"Por quê?" Aline, agitada, tentou se levantar, mas esqueceu que sua perna estava quebrada. Assim que pisou no chão, gritou de dor e caiu de volta na cadeira de rodas: "Renata... nós não tínhamos combinado antes? Eu te conto o que sei, e você me deixa morar aqui."

Renata, com um sorriso frio e zombeteiro nos lábios, disse: "Srta. Sousa, você não se informou de quem é esse lugar antes de vir? Eu e o Sr. Adams agora somos ex-marido e ex-mulher, não podemos mandar na Villa Bella Vista."

Aline: "...Então você estava me enganando? Você nunca teve a intenção de me deixar ficar aqui?"

"Como poderia ser um engano?" Renata sentou-se à mesa de jantar, "Você não morou aqui hoje? Ouvi a Paula dizer que você até tirou uma soneca. Já que a comida está pronta, fique para o jantar, não diga que eu não sou cordial."

"..." Aline, olhando para os olhos sorridentes de Renata, ficou ainda mais irritada, mas não deixou transparecer. Ela mordeu o lábio, ficou em silêncio por um momento e de repente sorriu: "Ainda bem que eu estava preparada e não fui tola o suficiente para te contar tudo. Desde que João foi para a prisão, aquela mãe e filho têm recebido uma grande quantia de transferências a cada ano, todas de contas estrangeiras. Você acha que João e aquela mulher parecem ter parentes ricos assim?"

Renata: "..."

Vendo que ela não respondia, Aline levantou o queixo orgulhosamente: "Eu também descobri algo recentemente. Alguém entrou em contato com aquela mulher, perguntando se ela 'sabia o que fazer'. O endereço IP mostra que a mensagem foi enviada da Família Sousa."

Aline ficou surpresa. Quando seu pai falou deste homem antes, ela havia visto várias de suas entrevistas. Ela nunca imaginou que o Sr. Adams, que parecia tão distante e elegante diante das câmeras, poderia ser tão atencioso e delicado em particular... ou pelo menos na frente de Renata, ao ponto de cuidar pessoalmente de algo tão trivial quanto descascar camarões.

E Renata comia sem nenhum fardo, sem mostrar surpresa ou gratidão excessiva, como se o ato de Eduardo descascar camarões para ela fosse a coisa mais natural do mundo.

Originalmente, Aline só queria se casar com Eduardo, e o amor não era importante. Em casamentos de conveniência entre famílias de mesmo nível social, o que importa é a adequação, sentimentos são secundários. Se for necessário, depois do casamento cada um poderia viver sua própria vida. Mas agora, ela estava determinada a ter aquele homem.

Ela achava que nunca mais encontraria um homem tão bom em sua vida.

Depois de conhecer alguém tão bom, como poderia se contentar com um homem como os da família Sousa, que passam o tempo todo cercados por mulheres?

No entanto, seu Tio Marcel era uma mutação genética, para não falar em girar, até os cães que ele criava eram machos.

Aline falou de maneira doce e gentil: "Nata, como você pode deixar o Sr. Adams descascar camarões para você? Ele trabalhou duro o dia todo lá fora, e ainda tem que cuidar de você quando volta para casa."

Não importa o tipo de mulher que os homens gostam, mas se houver escolha, a maioria se casa com mulheres gentis e virtuosas, adequadas para serem esposas.

Mulheres como Renata, que não sabem ser atenciosas, por mais bonitas que sejam, são adequadas apenas para serem amantes.

A mastigação de Renata desacelerou, ela virou a cabeça para olhar para Eduardo: "Parece que o seu pequeno romance está preocupado com você."

Eduardo limpou as mãos com uma toalha úmida e, sem levantar a cabeça, continuou descascando camarões, "Srta. Sousa, eu gosto de descascar camarões para minha esposa. Em vez de se preocupar com o relacionamento alheio, seria melhor pensar um pouco mais em si mesma."