CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 341

Aline Sousa automaticamente interpretou a frase do homem como se ele estivesse preocupado com ela. Ela sorriu de canto de boca, prestes a falar, quando ouviu o segurança do lado de fora dizer: "Sr. Adams, Marcel Sousa chegou."

Tio Marcel?

Imediatamente, sua expressão mudou, e ela encarou Renata Soares: "Nata, você não quer descobrir quem da Família Sousa queria fazer mal à sua mãe? Você não tem acesso à Família Sousa, então, só eu posso ajudá-la a investigar."

Renata colocou os talheres de lado: "Agradeço a oferta, mas não será necessário."

Ela se levantou e, ao chegar à porta, Marcel também chegou. "Desculpe pelo transtorno, vou levar a Aline agora mesmo."

Aline concordou em voltar para a Cidade A e já tinha marcado sua passagem de avião para depois de amanhã bem cedo. Hoje, ao sair do hospital, disse que queria se despedir dos amigos no RJ antes de partir. Ele andava ocupado recentemente e não podia cuidar pessoalmente de tudo, então deixou que André designasse alguém para acompanhá-la, e ele concordou.

Só não esperava que ela fosse aparecer na Villa Bella Vista.

Buscar alguém não era algo que ele precisava fazer pessoalmente.

Renata ficou de pé no topo da escada, confrontando o homem de uma posição elevada. Ela sorriu educadamente: "Marcel, podemos conversar um momento?"

Marcel ficou em silêncio por um instante, antes de acenar levemente com a cabeça. "Claro."

Os dois foram para o gazebo no meio do jardim, ao lado de um pequeno lago artificial, com pedras falsas e água corrente entre névoas. A brisa da noite trazia um leve vapor d'água, cercados por flores da estação, cujo aroma suave enchia o ar.

Renata olhou para as flores, sem conhecer suas espécies, achando-as apenas bonitas e com um cheiro agradável.

Paula trouxe uma chaleira de chá, sabendo que eles tinham assuntos a discutir, e se retirou após colocá-la na mesa.

"Minha mãe morreu cedo, mas ela sempre foi muito boa para mim, especialmente...," ela serviu uma xícara de chá para Marcel, com um tom significativo: "naquele período posterior, entendi ainda mais o valor dessa bondade."

Renata sorriu amargamente com autodepreciação: "Às vezes, coisas que consideramos banais se tornam preciosas quando perdidas. Todos somos assim."

Marcel começou a dizer: "Naquele período..."

Ele queria dizer "você sofreu", mas percebeu que não tinha posição para falar isso, então engoliu as palavras antes de pronunciá-las.

André já havia investigado minuciosamente tudo o que aconteceu com Renata ao longo dos anos. Ele entendeu o que ela disse e sabia a que período ela se referia: quando foi alvo de sua madrasta e irmã, enquanto Diego Soares favorecia a mãe e a filha.

Renata serviu mais uma xícara de chá para Marcel: "Minha mãe morreu subitamente. Você já investigou isso?"

Marcel colocou a xícara de chá de lado: "Não precisa me testar. A morte da sua mãe não foi obra minha."

Embora Renata tivesse investigado e ouvido de Sra. Gomes que Marcel era um cavalheiro íntegro e improvável de cometer um crime por interesses, as pessoas mudam. Depois de mais de dez anos, quem poderia dizer?

Ele olhou para Renata com um olhar complexo: "Impedi que você investigasse a morte da sua mãe também para protegê-la. Já venho investigando isso há alguns anos. Se conseguirmos encontrar o culpado e levá-lo à justiça, o que importa quem encontrou as respostas?"

Renata contou a Marcel sobre o que Aline havia dito a ela. Ao ver que a expressão dele não mudava, como se já soubesse de tudo, ela perguntou: "Então, foi mesmo alguém da Família Sousa?"

"É, a Família Sousa é complicada. Melhor você não se envolver."

"Se você quer que eu fique de fora, tudo bem, mas pode me informar sobre o progresso da investigação? Como o que foi descoberto ou se há algum suspeito? Assim eu também tenho o direito de saber," Renata inclinou a cabeça com uma expressão encantadora de filha: "Sabendo como as coisas estão progredindo, fico mais tranquila e evito imaginações desnecessárias."

"Meu Tio Marcel não é casado, não tem escândalos amorosos, e apesar de sua idade, não parece velho, exceto por algumas rugas ao redor dos olhos. Seu físico não é inferior ao de muitos jovens, e se ele dissesse que tem pouco mais de quarenta anos, ninguém duvidaria. Além disso, ele é bonito e culto," Aline não exagerou nem um pouco: "E homens da sua idade têm experiência, conhecimento e sabedoria. Eles podem mimar uma mulher como se estivessem cuidando de uma criança. Se o meu Tio Marcel realmente cortejasse Renata, você acha que ela conseguiria resistir?"

O olhar de Eduardo caiu sobre Aline, a luz refletindo em seus olhos escuros, frios e sombrios, "Srta. Sousa, é hora de você ir."

Antes que Aline pudesse reagir, o guarda-costas já estava segurando a alça da cadeira de rodas, empurrando-a para fora da sala de estar.

O silêncio voltou aos seus ouvidos.

Eduardo voltou seu olhar para o gazebo.

Não se sabe o que Marcel disse, mas Renata, que estava séria e compenetrada, de repente sorriu, seus lábios se movendo levemente.

Não dava para ouvir, mas pela forma dos lábios, ela disse: "Obrigada."

Eduardo observou o rosto delicado e sorridente da mulher sob a luz, seus lábios se apertando em uma linha reta.

Embora as palavras de Aline fossem ásperas, ele teve que admitir que a cena dos dois juntos parecia bastante – adequada.

À beira da piscina envolta em fumaça, um homem e uma mulher se olhavam através da luz, e as flores ao redor pareciam deslocadas.

Nesse momento, questões como idade se tornavam completamente irrelevantes.

Eduardo, impaciente, permaneceu sentado por mais alguns segundos, mas não conseguiu conter a irritação crescente e, abruptamente, levantou-se, o ruído agudo das pernas da cadeira raspando contra o chão ecoando pelo ambiente—