CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 390

Renata refletiu cuidadosamente, mas simplesmente não conseguia se lembrar do que o dia treze de junho poderia significar, "Festa Junina, talvez? Mas a Festa Junina não é no dia cinco de maio?"

Eduardo disse, frustrado: "O dia em que pegamos nossa certidão de casamento."

Renata exclamou sem pensar: "Agora que já trocamos por um divórcio..."

Ela parou de falar no meio da frase, percebendo que esse tipo de comentário, nesse ambiente nebuloso e romântico, onde até os porcos parecem graciosos, era realmente um desmancha prazeres. Quando ela e Eduardo se casaram, além de carregar o peso dos empréstimos com juros altos, ela também sofria com ataques virtuais tão severos que mal podia sair de casa. O casamento foi decidido de última hora, sem tempo para memorizar datas especiais.

"Você ainda se lembra disso."

Renata não disse isso com ironia ou intenção de reavivar discussões antigas, mas sim com pura surpresa. Durante os três anos de casamento, Eduardo nunca lembrou sequer um aniversário de casamento, quem dirá a data em que obtiveram a certidão.

O homem resmungou, parecendo muito ressentido: "Sim, lembro-me, desde que pegamos a certidão que me lembro. Quem esquece é você."

"Como assim você nunca mencionou isso durante os três anos do nosso casamento?" Lembrar-se de um aniversário significa que você se importa. E se você se importa, certamente faria algum gesto, mesmo que fosse apenas sugerir um encontro. Mas ela se lembrou bem, Eduardo nunca sequer a convidou para um jantar sozinhos, muito menos para um encontro.

"Eu mandei a loja te enviar um presente."

Renata não pôde deixar de levantar uma sobrancelha: "E depois?"

Quando ele mencionou isso, ela se lembrou que, embora Eduardo fosse frio com ela emocionalmente, nunca foi severo financeiramente. A cada mudança de estação, ele fazia questão de enviar as novas coleções das grandes marcas de luxo, e junho era justamente a época de enviar roupas de verão.

Ela sempre se perguntou por que recebia dois envios em junho, e agora percebia que um deles era um presente para comemorar o dia em que pegaram a certidão de casamento.

"Depois, você não mostrou a menor reação. O pessoal da loja disse que você nem abriu o pacote, apenas mandou colocar direto no armário."

Renata: "......"

Porque ela simplesmente tinha roupas demais para usar, então nem se deu ao trabalho de abrir.

"Você não poderia ter enviado um cartão de felicitações, ou pedido para alguém me lembrar de alguma forma? Quando é aniversário de alguém, Dia dos Namorados ou até o Dia de Finados para homenagear os ancestrais, sempre há algum tipo de indicação."

Se ele tivesse feito qualquer esforço para lembrá-la, ela não estaria descobrindo apenas agora que aqueles eram presentes.

"Tudo o que você precisava fazer era dar uma olhada na certidão de casamento que você teria adivinhado."

Mas ela nunca olhou para a certidão em três anos, e se não fosse pelos criados que limpavam todos os dias, provavelmente estaria coberta de poeira.

Renata: "??"

Então, ainda é culpa dela? Ela deveria ter investigado a razão por trás de receber essas coisas?

Ela estava sem palavras, exibindo uma expressão de 'tanto faz, você decide': "Esse casamento, realmente não foi uma injustiça se desfazer dele."

"Na época, você gostava do Vinicius, até sonhava com ele à noite, chamando seu nome. Se eu ficasse esperando com expectativas, não pareceria um cachorro sem dignidade?"

"......" Ele ainda estava falando sobre dignidade com ela, Renata quase riu de nervoso, "E quando você me enganou com o relógio, isso era ter dignidade?"