CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 391

Eduardo raramente falava palavras de amor, mesmo agora sendo tão atencioso e cuidadoso com ela, não era como outros homens que estão sempre com doces palavras na boca, talvez porque não o fazia com frequência, suas palavras tinham a capacidade de tocar aquela corda sensível no fundo do coração.

Renata desviou o olhar, evitando aqueles olhos que perturbavam seu ritmo de pensamento, e puxou sua mão.

O homem não a soltou, pelo contrário, segurou-a ainda mais forte. "Ao ouvir que gostei de você por tantos anos, não tem nada que queira dizer?"

Sua expressão permanecia inalterada, mas só ele sabia o quanto estava nervoso e ansioso ao fazer essa pergunta.

O coração não esquece, agora, esperando por um eco.

Renata curvou ligeiramente os lábios, pretendendo mostrar uma expressão fria para assustá-lo, mas antes que pudesse endurecer o rosto, ela riu: "Idiota, até para se declarar você confunde as pessoas."

"Eu vi você lá e fui até você, só não esperava..."

Que fosse tão coincidente.

Renata revirou os olhos, impaciente: "Talvez o bom Deus ache que um homem que só se declara no escuro não merece uma esposa, por isso somos destinados a nunca ficarmos juntos."

Pensar nisso era engraçado, que figura tão tola.

Eduardo baixou as pálpebras, escondendo as emoções que tremulavam em seus olhos: "Declarei no escuro porque sabia que você iria recusar."

Embora soubesse que ele poderia estar fingindo e que, mesmo que estivesse triste e magoado naquela época, tudo havia passado há tanto tempo. Depois disso, ele ainda teve um relacionamento com Alice Silva, embora ele dissesse que nunca se envolveu emocionalmente, dando-lhe dinheiro e recursos, mimando-a, havia uma diferença.

Mas ao ver essa expressão dele, Renata ainda sentia seu coração amolecer, puxando levemente sua mão: "Não é o aniversário de registro do nosso casamento? Você planeja me levar para beber café o dia todo?"

Eduardo se levantou, seguindo o puxão dela: "Ainda é cedo, vamos jantar primeiro e depois ao cinema, tudo bem?"

"Está bem."

Eram mais de onze horas, e o sol já estava quase no ápice, quando a porta se abriu, o ar quente envolveu suas pernas nuas, ardendo intensamente.

Estava muito calor, Renata não tinha muito apetite, "Que tal irmos comer comida tailandesa?"

O sabor ácido e picante era mais apetitoso.

Ela queria ir, então Eduardo a acompanhou, mas ele pessoalmente não gostava de comida tailandesa, com especiarias fortes e muito picante, então ele não comeu muito.

"Que filme você quer ver?"

Renata não estava interessada nos filmes recentes, muitos blockbusters só seriam exibidos durante as férias, "Qualquer um, veja quais filmes estão passando nos cinemas por perto e escolha um com um horário conveniente."

Ela disse qualquer um, então Eduardo não perguntou mais e depois de um tempo, colocou o celular de lado, "Os ingressos são para as duas horas, dirigir demora quinze minutos, é perfeito depois do jantar."

"Não tem um cinema do outro lado da rua? Por que ir tão longe?"

"Aquele filme só está sendo exibido naquele cinema."

Renata fez um som de 'ah' e não continuou falando, ela pensou que era um filme que estava prestes a sair de cartaz, com apenas alguns cinemas ainda exibindo, mas não esperava que Eduardo a levasse a um cinema para casais, onde o filme contava a história de um casal de universitários que, após a formatura, teve um desentendimento sobre em qual cidade permanecer e acabou se separando. O homem ficou na cidade da universidade, e a mulher voltou para sua cidade natal.

Cinco anos depois, sem nenhum contato.

Mais tarde, o homem teve outra namorada e, ao discutir sobre casamento, de repente encontrou uma foto antiga com sua ex-namorada e descobriu que ainda não a havia esquecido. Então ele terminou com a namorada atual, abandonou a carreira que tinha construído por anos e foi para a cidade onde a ex-namorada vivia.

Pediu perdão, fez um esforço hercúleo para reconquistá-la e, no final, abriram seus corações um ao outro e ficaram juntos novamente.

Mesmo que Eduardo não fosse muito emocionalmente inteligente, sabia que essa era uma questão complicada. "Não, é que eu não estava na mesma sintonia que você, não consegui acompanhar seus pensamentos."

Renata: "..."

Tem alguma diferença? Não estava apenas dizendo que ela tinha pensamentos impuros, de uma maneira mais sutil?

No final do filme, era o casamento dos protagonistas, e nos bastidores, a coadjuvante perguntava ao protagonista, chorando: "Depois de tantos anos, você já sentiu algo por mim? Mesmo que fosse um pouco."

O protagonista com uma expressão de culpa: "Não, me desculpe, meu coração sempre pertenceu apenas a ela."

Seguiu-se uma análise profunda dos próprios sentimentos, e a protagonista no camarim chorava tanto que sua maquiagem escorria, enquanto algumas garotas sussurravam soluços ao fundo.

Renata não se sentiu nem um pouco tocada, apenas lamentou pela maquiagem que a maquiadora levou duas horas para fazer: "Homem desprezível, isso não é o mesmo que enganar os sentimentos de alguém? Abraçar, beijar, dormir juntos, e agora, na véspera do casamento, mantém uma imagem de homem apaixonado, não tem medo de que um raio caia e te mate por ser um traidor?"

Eduardo: "..."

Quando o filme terminou, as luzes não se acenderam como em um cinema comum, provavelmente para dar tempo aos casais que se deixaram levar pela emoção de arrumarem suas roupas. As outras pessoas começaram a se levantar e sair, mas Eduardo permaneceu sentado.

Se ele não saía, Renata também não podia sair.

Ela olhou para ele confusa e disse: "O que você está fazendo? O filme já acabou, vamos embora."

Eduardo: "Espere."

"???" Renata cheia de interrogações em sua mente, de repente, como se tivesse entendido algo, seus olhos se arregalaram, e ela abriu a boca, sussurrando: "Eduardo, você não terá tido uma reação a esse filme péssimo, terá?"

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