CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 392

Eduardo lançou-lhe um olhar ligeiramente atônito e disse: "Eu só queria te dizer que eu não sou como esse canalha do filme, eu e a Alice não nos beijamos, não dormimos juntos, não fizemos promessas e muito menos chegamos a falar de casamento."

"..."

"Eu fui gentil com ela, não só por causa do pai dela, mas também para ver se você ficaria com ciúmes."

O resultado foi que ela não demonstrou ciúmes, e ele acabou se irritando muito, como se estivesse levantando uma pedra para depois deixá-la cair em seus próprios pés.

Renata se levantou e disse baixinho: "Eu fiquei."

"O quê?"

"Eu disse que você é muito tolo..."

Antes que ela terminasse de falar, Eduardo, que se levantou de súbito, a puxou para seus braços, abraçando-a por trás e encostando o queixo em seu ombro: "Renata, eu ouvi."

"Então por que você ainda pergunta?"

"Quero ouvir você dizer isso de novo. Você nunca me disse palavras doces ou que gosta de mim, nem mesmo quando estávamos casados, mas naquela época eu não fui bom para você. Agora que voltamos, você também não disse nada."

"Se eu não gostasse de você, por que eu voltaria? Você acha que eu estou louca?"

Eduardo insistiu para que ela falasse claramente: "Ouvir você dizer é diferente de perceber por mim mesmo, é uma sensação diferente."

Uma figura vestida em uniforme de trabalho se aproximou da porta.

Renata rapidamente puxou as mãos de Eduardo que estavam em volta de sua cintura para baixo: "Vamos embora, a faxineira já espiou aqui várias vezes, pensando que estamos fazendo algo indecente no escuro."

Os braços de Eduardo eram como tenazes, e, apesar dos esforços de Renata, ela não conseguiu soltá-los. Ele não ouviu a resposta que queria e começou a beijá-la, seus lábios percorrendo o pescoço dela e, por fim, capturando o lóbulo de sua orelha delicadamente.

Renata não esperava esse gesto e seu corpo se retesou, suas mãos apertando os músculos tensos do braço de Eduardo: "Eduardo..."

"Desculpe, o filme já acabou, precisamos limpar aqui," disse a faxineira, que finalmente entrou para apressá-los.

Antes que a faxineira chegasse, Eduardo já havia soltado Renata, seu rosto bonito coberto por uma sombra fria. Assim que ela se sentiu livre, desapareceu como um coelho, e ele ficou olhando para a porta vazia, com um humor sombrio.

Foi por pouco.

Apenas um pouco.

Ao sair do cinema, ainda era cedo. Renata parou na sombra e, por hábito, tirou seu celular do bolso. Durante o filme, ela o havia colocado no silencioso, e viu que tinha duas chamadas perdidas de Rafael.

Desde a última vez que ele saiu da Villa Bella Vista, ele não havia entrado em contato, e agora havia telefonado duas vezes, provavelmente algo urgente.

Renata retornou a ligação e o telefone foi rapidamente atendido: "Desculpe, estava vendo um filme. Você precisa de algo?"

"Sim, preciso pedir um favor."

"..."

A localização que Rafael enviou era a de sua casa. Quando Renata e Eduardo chegaram, ele estava na porta, encostado na parede fumando. Ao vê-los sair do elevador, ele apagou o cigarro e se endireitou: "Renata, me ajude a convencê-lo, já tentei de tudo."

Quanto a Eduardo ao lado, Rafael o tratou como se não existisse.

Renata não entendeu, com uma expressão confusa: "O que aconteceu?"

Rafael explicou o incidente em que ele acidentalmente esbarrou em Lorena saindo da Villa Bella Vista: "Depois disso, a moça diz que perdeu a memória, mas ela se recusa a ir ao hospital. O médico da família só pode examiná-la superficialmente; o cérebro é complexo demais, é necessário fazer exames de imagem. Ele está impotente sem os equipamentos necessários."

Enquanto falava, Renata viu Lorena, a mulher em questão, e também notou a TV quebrada no chão: "Isso é o quê?"

"Desde que ela chegou aqui, tem assistido aquela TV velha incessantemente, 24 horas por dia, até que a TV começou a fumar," disse ele, ainda sentindo dor no peito ao mencionar o incidente de dias atrás, "a fumaça acionou os alarmes de incêndio no teto e trouxe toda a administração do prédio aqui."

Não era a TV que ele lamentava, mas sim, como um homem adulto, cuidar de uma moça com problemas mentais não era apropriado.

Renata: "..."

Eduardo finalmente encontrou a chance de devolver o favor das algemas, zombando com um sorriso frio: "O problema da TV soltando fumaça é porque ela é velha, isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde, não procure desculpas. Você a atropelou, ela não foi ao hospital nem pediu dinheiro, isso mostra que ela tem um bom coração. O que mais você poderia querer?"

Rafael não se irritou, concordou e disse: "Foi o seu carro que a atropelou, de acordo com as leis de trânsito, o proprietário também tem certa responsabilidade. Já que você é tão altruísta, por que você não a leva para a sua casa? Eu me encarrego de pagar, e você se encarrega de cuidar dela. Que tal?"

(Livro Vermelho completo, atualização extra para os fãs, estarei aqui amanhã ao meio-dia, não consigo mais estar acordado, queridos.)