CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 396

Renata também virou o rosto.

A senhora de meia-idade ficou satisfeita só de ver aquela face; era tão bonita, digna de seu filho, e claramente uma moça de bons costumes, infinitamente melhor do que aquela sem educação da Aline.

Imediatamente, seu rosto se iluminou com um sorriso, desfazendo-se da feição de quem antes parecia uma peixeira brigando: "Minha jovem, de que ano você é? Ah, ah, ah."

Eduardo subitamente apertou com mais força a mão que segurava, ela torceu o rosto de dor, seus joelhos dobraram, e sua voz saiu reprimida e alterada: "Solta... solta, você... ah, ah, ah... me solte, rápido."

Ela ouviu o som dos próprios ossos estalando.

Vendo que o homem permanecia impassível com uma expressão fria, ela começou a gritar desesperadamente: "Socorro, está me matando..."

"Você não tem o direito de cobiçá-la," Eduardo a lançou para longe com um movimento brusco, e a mulher, sem conseguir se equilibrar, cambaleou alguns passos antes de cair sentada ao chão. "Não me importa se você tem gratidão ou rancor para com a Família Sousa, mas ela é minha esposa. Melhor você apagar esses pensamentos."

Ele só tinha ouvido metade da história, mas isso não impediu que ele deduzisse o começo e o fim do assunto.

"Ela casou-se? Impossível, João..."

Ela parou de falar.

Claro, as palavras de Aline eram desconfiáveis. Para evitar o casamento com seu filho, ela não poupou difamações a eles, dizendo que eram desavergonhados, um vegetal querendo a carne de um cisne, e ainda afirmou que o incidente em que seu filho salvara o velho Sr. Sousa da Família Sousa fora um teatro armado para aproximar-se deles.

Mas o casamento foi arranjado pelo próprio Velho Sr. Sousa, e quanto ao resgate, foi absolutamente real. Em um frio de inverno, quem encenaria um espetáculo para pular em um reservatório e salvar alguém? Seria apenas para ficar deitado na cama como um vegetal por anos?

Se não fosse por falta de opção, quem desejaria casar com uma mulher de língua tão venenosa?

Seu filho estava prestes a não resistir mais, o médico disse que ele estava em coma há tempo demais, suas funções corporais estavam muito debilitadas, seria difícil um milagre acontecer.

Ela procurou um mestre espiritual que lhe disse que seu filho tinha uma má estrela e que precisava de uma celebração para purificar.

Eduardo não deu mais atenção à mulher, e foi em direção ao elevador abraçando Renata.

Na entrada da loja, Aline observava a cena com um olhar amargurado. Se não fosse por Renata, seu pai teria ido tratar da aliança com a Família Adams. Agora, quem estava nos braços de Eduardo era ela, olhando para a mulher de meia-idade ainda sentada no chão, fazendo um escândalo, como ela poderia ter acabado naquela situação?

Quando a mulher a olhou, Aline não se escondeu, porque sabia que não tinha como fugir; seu pai e aquela mulher já tinham feito um acordo, e o casamento seria no dia 6 do mês que vem.

O avô dela temia que após sua morte a Família Sousa voltasse atrás na palavra, então deu a essa mulher 2% das ações da Família Sousa.

2%, apesar de render um bom dividendo anual, não era suficiente para cobrir as despesas anuais de seu pai, e ela não entendia porque ele estava disposto a sacrificar a felicidade dela por uma pequena porção de ações.

Mas desde pequena, o que seu pai decidia não mudava, então ela teve que encontrar seu próprio caminho.

Aline se aproximou e, diante do olhar feroz da mulher, calmamente informou a data de nascimento completa de Renata, "Ela já se divorciou daquele homem, mas você está procurando uma esposa para seu filho apenas para trazer alegria e boa sorte, o fato de ela ter sido casada antes é irrelevante, o que importa é um bom horóscopo, certo?"

Ela se agachou com arrogância, "O horóscopo dela não só promete riqueza e prestígio, mas também traz prosperidade ao marido, aos filhos e a toda a família, é realmente um em um milhão."

Os sons dos cliques ficaram ainda mais altos, e Renata, que não era uma figura pública apesar de ter aparecido em programas de televisão gravados, sentiu-se desconfortável com tantas câmeras de estranhos apontadas para eles, sabendo que as imagens iriam parar na internet.

Ela se inclinou levemente, deixando seu cabelo cobrir seu rosto de lado: "Você não vê que eles estão tirando fotos? Levanta logo."

Para Eduardo, que cresceu sob os holofotes, essas fotos eram apenas um pequeno evento. Mesmo quando centenas de jornalistas o cercavam com microfones e câmeras durante lançamentos de produtos de sua empresa, ele se mantinha sereno e confiante: "Nós somos solteiros e estamos em um relacionamento sério. Mesmo que sejamos fotografados, não há problema."

Ele estava ansioso por uma oportunidade para oficializar a relação.

Renata às vezes se perguntava se não estava destinada a atrair homens, já que até uma ida casual ao shopping poderia resultar em um 'noivo'. Ela sabia que se não definisse a relação rapidamente, poderia haver complicações.

Com esse pensamento, ela se sentiu ainda mais à vontade, quase desejando que aqueles fotógrafos estivessem ali para capturar o momento, preferencialmente se um deles fosse um influenciador digital com milhões de seguidores.

Renata não compreendia completamente as intenções de Eduardo, que sempre mantinha uma postura fria e nobre quando vestido, mas ao vê-lo se agachar, ela se sentiu emocionada e tocada.

Um homem que se agacha na rua para carregar sua mulher ou é um conquistador ou realmente a ama.

Eduardo não poderia ser um conquistador; sua própria fala o impedia de seguir esse caminho. Por mais bonito que fosse, suas palavras poderiam irritar qualquer mulher.

Ela não queria um namorado que a fizesse querer fugir, mas sim alguém que trouxesse a felicidade do amor.

À medida que mais pessoas começaram a fotografá-los e a multidão a observá-los, pensando que fossem modelos em uma sessão de fotos, Renata sentiu sua ansiedade social surgir. Ela rapidamente se inclinou sobre Eduardo e bateu em seu ombro: "Vamos, vamos logo."