CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 414

Eu, Viviana, um segundo antes, ainda estava maravilhada com o fato de que a criatura encantada das conchas finalmente tinha se tornado sensata. Não apenas tinha abandonado o hábito de ser venenosa, mas também se tornou romântica. Olhe só para as flores frescas e os cordões de luzes enchendo o quarto, parecia até uma cena de casamento. Eu, uma mulher de ferro jurada a nunca casar, não pude deixar de sentir um certo desejo por um relacionamento.

No segundo seguinte, percebi com o canto do olho uma figura amolecendo e caindo.

"Renata..."

Estendi a mão para segurá-la, mas a pessoa desmaiada estava completamente flácida, pesada como chumbo, impossível de ser sustentada nos braços.

Como resultado, não consegui segurar, e acabamos caindo juntas no chão. Preocupada que Renata pudesse bater a cabeça, já que estava desmaiada e sem consciência, decidi amortecer sua queda com meu próprio corpo, apoiando-me com o cotovelo.

"Thud..."

Meu cotovelo bateu com força contra o duro piso de azulejo, uma dor aguda me invadiu, e eu gritei de agonia, o braço todo adormecido.

Os seguranças da Villa Bella Vista foram levados por Eduardo, e nos últimos dias eles não estavam em casa, Paula também não veio, deixando o grande casarão apenas para nós duas, sem ninguém para ouvir nossos chamados.

Eu, Viviana, havia sido treinada em primeiros socorros e examinei a Renata rapidamente, concluindo que ela provavelmente havia desmaiado devido ao excesso de cansaço e à instabilidade emocional, nada muito grave. Mas mesmo assim, com uma desmaiada e a outra ferida, a única opção era chamar uma ambulância, pois não podíamos ficar ali deitadas até ela acordar.

Eu geralmente não gosto de dever favores quando posso simplesmente pagar por um serviço.

Com dificuldade, tirei o celular da bolsa, pronta para chamar a ambulância, e mal tinha digitado um '1', quando uma chamada de vídeo do Miguel chegou.

"? ?"

Cheia de interrogações na cabeça, sabia que Miguel tinha um jeito de agir como um veterano burocrata, e sempre que precisava de mim, ele ligava. Já fazia um tempo que tínhamos Whatsapp, mas não havíamos trocado mais do que cinco mensagens, todas textuais. Eu até suspeitava que ele nem soubesse que o Whatsapp tinha a função de chamada de vídeo.

E nós não éramos tão íntimos a ponto de fazer chamadas de vídeo.

Apesar da dúvida, atendi, suportando a dor.

Eu estava deitada e segurar o celular no alto era exaustivo, então baixei um pouco, e assim que a chamada começou, Miguel viu um rosto ocupando toda a tela.

Nesse ângulo, até uma fada pareceria ter um rosto inchado.

Miguel: "......"

Estava com muita dor no braço, Renata em cima de mim, respirar já era difícil, minha cabeça zumbindo, falei o que veio à mente: "Ancestral, o que deseja?"

"Você pode afastar um pouco o celular?"

Que pessoa exigente.

Irritada, Viviana baixou as pálpebras e olhou para a tela do celular, apenas para ver suas duas grandes narinas.

Ah...

Ela silenciosamente levantou o braço, e o que antes eram duas grandes narinas agora mostrava ela deitada no chão, com Renata deitada sobre ela, e as flores frescas e os cordões de luz também apareceram na imagem.

Miguel parecia ter sido cegado pelo sol, estreitando os olhos ligeiramente: "...então, entre eu e você, quem é o protagonista de uma história de amor entre homens?"

Assim que ouviu essas palavras, Viviana lembrou-se de seus infortúnios recentes, não só forçada a ver uma dúzia de fotos de homens na cama, mas também levada para reconhecer a cena, o medo do controle a fez esquecer a dor no braço: "Isso se chama yuri... não é... quero dizer, mulher com mulher se chama yuri, não finja entender, é fácil ser ridicularizado."

Ela estava sendo esmagada e mal conseguia respirar, se contorcendo um pouco: "Se tem algo a dizer, use o Whatsapp, não me atrapalhe enquanto chamo a ambulância."

Miguel franzia a testa: "Você se machucou de novo?"

O que você quer dizer com 'de novo'?

Viviana, sem paciência, arqueou o peito para que ele pudesse ver mais claramente a situação de Renata: "Você não vê que Renata desmaiou, não está apenas dormindo? Você dorme no chão? Além disso, com essa minha voz, até um porco acordaria."

"..."

Em apenas dois minutos e meio, ela já havia deixado o advogado Miguel, famoso por sua eloquência e invencibilidade nos tribunais, sem palavras pela terceira vez: "Onde você está?"

Miguel soltou a mão imediatamente e se agachou diante dela: "Você machucou a mão?"

Enquanto perguntava, ele examinava a mão dela.

Viviana estava suando frio de dor: "Não era nada sério, mas agora acho que quebrou."

...

Como suspeitado, Renata havia desmaiado devido ao cansaço e oscilações emocionais, enquanto Viviana sofria de contusões nos tecidos moles; o cotovelo estava inchado e parecia assustador, mas não era nada grave. O dedo mindinho estava machucado, embora não quebrado, ainda doía.

Miguel cuidou dos trâmites de internação, e Viviana, entre caretas de dor, transferiu o dinheiro do aluguel e os custos hospitalares para ele, colocando o celular no criado-mudo e, com uma mão, navegava na tela para fazer um pedido.

Ela acabara de escolher algo quando a tela do celular foi bloqueada por uma caixa de entrega.

Viviana olhou para cima, vendo Miguel, que não se mexeu.

O homem franziu levemente a testa: "Coma sozinha, tem uma colher."

"???" Viviana ergueu a mão direita machucada, "Seria ótimo se você pelo menos pudesse desatar o nó da sacola plástica. Ainda não dominei a técnica incrível de telecinese, então por favor, poderia se esforçar um pouco mais enquanto cuida de mim?"

"Eu acho que você já está incrível o suficiente."

Miguel tirou a comida da caixa, abriu-a e arrumou tudo.

Viviana, sentada de pernas cruzadas, com os olhos brilhando de excitação, perguntou: "É mesmo? O que tem de incrível?"

"Em ser azarada, você está anos-luz à frente de todos."

"..."