CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 436

O telefone permaneceu em silêncio por um instante antes de a voz suave e sorridente de Vinicius ser ouvida: "Então, gostou dos presentes?"

Renata olhou para os muitos pacotes de produtos para gestantes e massageou as têmporas inchadas. "Vinicius, eu realmente não preciso desses itens de maternidade, você poderia devolvê-los?"

"Você vai precisar deles em breve. Agora você está trabalhando na Família Adams e o trabalho é cansativo, sem tempo para escolher essas coisas", Vinicius parecia estar ocupado, com o som de papéis sendo movimentados ao fundo: "Já comprei os itens, então não é tão fácil devolvê-los. Guarde-os, você terá que comprá-los de qualquer maneira. Se você se sentir mal por isso, daqui a alguns dias vou a um banquete e escolhi alguns trajes, mas não estou certo de qual usar. Você poderia me ajudar a escolher?"

"Vinicius, eu não estou grávida, então realmente não tenho uso para eles."

A história da gravidez falsa era apenas para silenciar aqueles da Família Adams com segundas intenções. Vinicius não era um deles, então não havia necessidade de esconder a verdade dele.

Vinicius: "Você não está...?"

Sua surpresa era evidente, mesmo através do telefone.

Renata continuou por ele: "É, não estou grávida. Depois do desaparecimento do Eduardo, as pessoas da Família Adams começaram a agir por interesse próprio. Meu pai então anunciou que eu estava grávida para calar a boca deles."

Vinicius, apesar de ter se juntado à Família Gomes há menos de um ano, estava familiarizado com os negócios desde pequeno. Renata não precisou entrar em detalhes para que ele entendesse as complicações da situação. As pessoas queriam aproveitar a ausência de Eduardo para tomar o poder para si e, naturalmente, se oporiam a Renata, que surgiu como um elemento inesperado.

"Os itens não podem ser devolvidos, então guarde-os por enquanto. Não seria certo pedir que a pessoa que os trouxe os levasse de volta. Vou passar aí em breve para pegá-los e doá-los para áreas carentes onde as pessoas realmente precisam."

Já que Vinicius insistiu, Renata concordou em guardar os itens temporariamente.

Ela já havia sentido que havia muito quando estava no corredor, mas pensou que fosse devido ao espaço reduzido. Só ao levar tudo para dentro de casa ela percebeu que era realmente muito. A sala de estar, de quarenta metros quadrados, estava ocupada pela metade com roupas, sapatos, lingerie, fórmula infantil, ácido fólico, brinquedos antiestresse... Tinha de tudo.

A menos que estivesse esperando um Nezha, ela nunca usaria tudo aquilo.

Vinicius chegou rapidamente, provavelmente começou a caminho assim que desligou o telefone. Ao ver todos os produtos para gestantes pela casa, ele hesitou por um momento e, em seguida, um sorriso se formou em seus lábios: "Então eu mando alguém retirar tudo?"

"Sim, obrigada." Embora não fosse manter os presentes, Renata agradeceu educadamente, sua fala carregando um toque de constrangimento pela mentira.

"Não precisa agradecer." Ele respondeu sinceramente. "Então eu peço para que levem as coisas agora?"

"Por favor."

Renata começou a se abaixar para ajudar com os itens, mas Vinicius a deteve: "Deixe que o meu assistente cuide disso. Você trabalhou o dia todo, descanse."

Vinicius não sabia que havia tantos itens e só trouxe uma pessoa, então demorou várias viagens para levar tudo.

Olhando para o carro cheio, com exceção do assento do motorista, e para a pilha de itens ainda na rua, Vinicius tirou algumas fotos casualmente.

......

Nos dias seguintes, Renata não viu mais Alex. Desde que ele deixou clara sua posição, Nicole também não tentou mais aproximar as duas partes.

Hoje, Renata finalmente teve um momento livre e marcou de encontrar-se com Viviana para tomar sol.

Na cafeteria ao ar livre, Viviana apoiava o corpo sobre a mesa de vidro com uma expressão desolada, segurando uma xícara com ambas as mãos.

Depois de dois encontros desastrosos, sua mãe deu um tempo na pressão para se casar. Mas nos últimos dias, ao ouvir uma amiga gabar-se sobre o quão maravilhoso era ter um sobrinho, sua mãe começou a vacilar novamente.

Parece tanto com um livro que Viviana tinha lido, lido com tanta emoção e entusiasmo.

"Quando você estava obcecada por histórias de traição, você não estava chorando dizendo que o protagonista era tão digno de pena, que você queria entrar no livro para salvá-lo, humilhar a ex-namorada e alcançar o ápice da vida juntos?"

"Agora estou gostando de romances açucarados, onde o protagonista tem que ser puro e imaculado. Não apenas as mulheres, mas até o cachorro que ele tem deve ser macho. Pensando agora, se tivesse uma ex-namorada tão marcante, por que eu iria querer humilhá-la? Eu deveria bater palmas para mim mesma por ser cega."

Renata: "..."

Ela era um verdadeiro exemplo de inconsistência.

"E se ele não tivesse uma ex-namorada, nem mesmo tivesse tido um cachorro, você se casaria com ele?"

Não foi Renata quem fez essa pergunta. A voz veio de trás dela, e soava um tanto familiar.

Viviana ficou surpresa e, por reflexo, virou-se para olhar para trás, perguntando automaticamente: "Quem é?"

Um homem com uma aparência séria e austera, vestido impecavelmente de terno, com a camisa abotoada até o topo e uma gravata formal.

Era, de fato, Miguel.

Ela se perguntou se ele havia instalado algum tipo de rastreador nela, já que parecia encontrá-la onde quer que fosse. Se ela tivesse que cortar a garganta toda vez que isso acontecesse, já estaria fatiada como uma zebra.

Miguel tinha um ar indiferente e até acenou educadamente para Renata: "Desculpe, eu sou o 'grande azarado' de que vocês estão falando."