CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 446

Quando o sol se pôs naquela tarde serena, o Conde Almeida retirou-se para o seu escritório, um cômodo repleto de estantes que chegavam ao teto, abarrotadas de livros encadernados em couro. Ele havia passado o dia supervisionando as colheitas no vasto território de sua fazenda, e agora, com as mãos ainda marcadas pela lida, ansiava por um momento de sossego.

"Conde, o jantar está servido," anunciou o mordomo, entrando no escritório com uma reverência respeitosa. O Conde levantou-se, alisando seu colete cuidadosamente. "Estarei lá em breve, Marcelo. Peça à cozinheira que mantenha o vatapá e a feijoada quentes, por favor."

Ao caminhar em direção à sala de jantar, seus pensamentos foram interrompidos pelo som de risadas e música vindo do jardim. Curioso, ele se aproximou da janela e observou as luzes cintilantes que indicavam a celebração de uma festa junina, com seus trabalhadores reunidos ao redor de uma fogueira, dançando quadrilha ao som de uma sanfona.

Ele permaneceu ali, observando por um instante, um sorriso discreto desenhando-se em seu rosto. As tradições daquela terra o tinham conquistado, e ele se orgulhava de poder proporcionar aqueles momentos de alegria aos seus empregados.

Depois de jantar, o Conde decidiu caminhar até o jardim para cumprimentar seus trabalhadores. Ao se aproximar, foi recebido com vivas e saudações calorosas. "Boa noite, Senhor Conde," disseram eles em uníssono.

"Boa noite, meus amigos," respondeu ele com um aceno de cabeça. "É bom ver todos vocês desfrutando da festa. Espero que o quentão e os doces de abóbora estejam ao gosto de todos."

O Conde passou algum tempo entre eles, compartilhando histórias e ouvindo as aventuras do dia. Era evidente a admiração e o respeito que tinham por ele, e isso o preenchia de uma satisfação profunda. Ao retornar para a casa, sob a luz prateada da lua, ele sentiu que aquela noite ficaria marcada em sua memória, como um lembrete precioso dos laços que uniam a todos naquela terra.