CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 447

Naquela manhã, o Barão de Alencar desceu as escadas de sua mansão colonial com uma postura que denotava sua alta linhagem. O sol ainda não havia alcançado o zênite, e o ar fresco da manhã carioca enchia os jardins de aromas que lembravam os campos de café florescentes. Ele se dirigiu ao mordomo que, com uma reverência respeitosa, informou:

"Senhor, o café da manhã foi servido na varanda, conforme sua instrução. A senhora Baronesa aguarda sua presença."

O Barão assentiu, ajustando os óculos de aro fino sobre o nariz aquilino. "Muito bem, Firmino. Avise à minha esposa que estarei lá em breve. Quero saborear a broa de milho e o queijo Minas que chegaram ontem de nossa fazenda."

"Perfeitamente, Senhor Barão", respondeu Firmino, antes de se retirar para transmitir a mensagem.

Conforme caminhava, o Barão refletia sobre os eventos da noite anterior. A festa de gala que oferecera em honra do Visconde de Mauá fora um sucesso retumbante, com a elite do Império reunida em sua residência. Muitos negócios foram acordados sob o brilho dos lustres de cristal e entre goles de caipirinha, a bebida que se tornara um símbolo de refinamento entre a aristocracia.

Enquanto partilhavam a refeição, a conversa fluiu entre os assuntos da corte e as últimas notícias sobre os preparativos para a comemoração da Independência. O Barão estava particularmente interessado nos avanços do projeto de ferrovias que prometia impulsionar o comércio e a modernização do Brasil.

Após o desjejum, com a mente já voltada para os seus afazeres, o Barão se despediu de sua esposa com um beijo casto na mão e saiu para enfrentar os desafios do dia, determinado a solidificar sua posição entre os homens mais influentes do Império.