CASAMENTO PRIMEIRO,DEPOIS AMOR romance Capítulo 520

Mário não viu em seu rosto nenhuma das emoções que esperava, apenas indiferença e frieza. Ele se endireitou e disse: "No Ano Novo, papai quer que a gente passe o Carnaval no exterior este ano."

Eduardo acenou com a cabeça, "Você acabou de chegar, deve estar cansado da viagem. Melhor ir descansar agora, e a gente janta juntos mais tarde."

Essa última frase foi apenas uma formalidade, mas assim que a disse, ele se arrependeu. Uma formalidade que qualquer pessoa normal poderia perceber, mas com o jeito de pensar de Mário, talvez não.

"Então eu vou tirar uma soneca na sala de descanso do seu escritório."

Eduardo: "…"

O humor sombrio de Mário clareou instantaneamente com essa frase. Ele empurrou a porta da sala de descanso, e ao entrar, virou-se e perguntou: "Irmão, você me abandonaria?"

Eduardo pensou que havia dado alguma pista sem querer, e sentiu um aperto no coração. Seus dedos segurando a caneta apertaram um pouco mais, "Por que está perguntando isso de repente?"

"É que recentemente vi algumas pessoas casando e comecei a pensar que você também está na idade de casar. Então, fiquei preocupado que, depois que você se casar, não vai mais querer saber de mim."

Eduardo reprimiu a impaciência que começava a surgir: "Isso não vai acontecer. Pare de pensar bobagens."

"Irmão, então lembre-se do que você disse hoje. Não importa o motivo, você não pode me abandonar. Senão, eu ficarei muito triste." Mário lhe deu um sorriso significativo e entrou no quarto.

A decoração da sala de descanso era simples, contendo apenas uma cama, um criado-mudo e um guarda-roupa.

Ele foi tomar um banho, usando os produtos de Eduardo, e deitou-se na cama dele, cobrindo-se com seu cobertor...

Nesse momento, Mário sentiu como se fosse Eduardo, o precioso e invejado jovem senhor que sempre o fez roer-se de ciúmes.

Nas noites de insônia, olhando para o céu noturno escuro pela janela, ele pensava se, tivesse sido adotado pela Família Adams, não seria igual a Eduardo?

Mário passou a mão pela superfície fria e lisa da fronha de cetim. "Irmão, já que a Família Adams não tem espaço para mim, vou encontrar um novo lar para você. Gosta da ideia?"

Ele vestia seu pijama, que se abria levemente no colarinho a cada movimento, revelando grandes manchas roxas em sua pele, claramente marcas de agressão.

"Se você não gosta do papai, então no futuro seremos apenas nós dois. Podemos viver juntos, que tal?"

Ao mencionar o pai, um brilho cruel passou pelos olhos de Mário, que teria sido reconhecido por Morticia como o mesmo olhar que ele tinha quando maltratava cachorros no orfanato.

...

Vinte e seis de novembro.

A cerimônia anual da Família Adams não só convidou os funcionários da empresa, mas também figuras proeminentes de vários setores e parceiros comerciais, tornando o evento extremamente grandioso.

Renata ainda estava de férias, e como ex-esposa e sem filhos, teoricamente não precisaria participar. Mas Morticia queria que ela fosse, "Eduardo não está aqui, você precisa sustentar a situação por ele. Desde que 'o bebê' se foi, as pessoas estão ficando cada vez mais ousadas, talvez até forcem seu pai a abdicar em público. Hoje, estando conosco, se alguém perguntar, diga que é nossa filha adotiva."

"Quero que essas pessoas saibam que, mesmo sem Eduardo, ainda temos você."