Cativa do Sheik romance Capítulo 18

Raed

Olho meu reflexo no espelho e solto um longo suspiro. O dia lá fora está bonito, o sol das oito horas deixando seus sobre as águas do lindo mar Ligúria. Um mar calmo e transparente.

Tudo parece perfeito, tão contraditório se comparado aos sentimentos dentro de mim.

Como será meu dia com Isabela hoje?

Ela continuará lutando? Ou finalmente cederá?

Essa noite fiquei pensando, rolando na cama. Cogitei até em abrir meus sentimentos. Mas confessá-los é piorar as coisas. Ela vai interpretar que eu não a achava o suficiente para mim e por isso eu não assumi o que sentia.

Meu irmão queria apenas se divertir com ela, mas será que ela acredita realmente nisso? São minhas palavras contra o que ela viveu. Então confessar agora é bater de frente com o sentimento que ainda ela alimenta pelo meu irmão.

Preciso ir devagar. Eu sinto isso.

Ela precisa se acostumar comigo, e colocando na cabeça que serei seu futuro marido. Aos poucos vou conquistá-la. Preciso ter paciência.

Afasto as cortinas e corro a porta de vidro. Antes de ir ao parapeito viro minha cabeça e vejo Isabela lá olhando a paisagem.

Ela se levantou cedo.

Solto o ar e caminho até a lateral, ficando mais perto possível da sacada dela, para que ela possa me ouvir. Digo alto.

—Vamos tomar café? Pensei de visitarmos alguns pontos turísticos, o que acha?

Ela acena um sim e entra. Eu respiro fundo. E olho o mar pensativo. Eu não planejei o dia. Sempre fui de ficar repassando cada gesto meu, mas agora quero fazer diferente. Fazer as coisas sem planejamento. Sair com Isabela sem rumo certo. Conheço Verona como a palma da minha mão. Essa casa foi meu refúgio nos dias que eu andava estressado. Por incrível que possa parecer, sempre vim sozinho ou com um amigo. Nunca trouxe Camily. Realmente ela não era a mulher certa para mim.

Isabela

Allah! Eu pareço uma colegial. Nem acredito que no fundo me arrumei para ele. Dou uma checada no meu visual. O vestido cor de vinho cabe perfeitamente nas minhas curvas.

Sempre reparei que Raed não segue os costumes como seu pai. Muitas vezes observava ele bebendo socialmente para o desgosto do Sheik Youssef. Então não me surpreendi quando vieram vestidos como esse, de cores vivas, fortes. Mas tenho a curiosidade em saber quem os comprou.

Não sou uma garota do tipo gostosa, mas tenho meus atributos físicos, como seios empinados, e um bumbum razoável.

Checo minha maquiagem leve e meus cabelos parcialmente presos, só na frente. Calço uma rasteirinha nos pés e uma pequena bolsa de couro cru nos ombros.

Estou pronta!

Caminho em direção a sala com um nervosismo que de anormal não tem nada. Raed sempre me deixa assim. Ele está lá na sala, bem à vontade conversando com Donatela. Demoro-me na entrada para tentar ouvir a conversa.

—Sempre me perguntei por que nunca se casou? Trinta anos para um árabe é muita coisa.

Ele ri.

—Verdade, isso sempre foi um desgosto para o meu pai. Na nossa cultura eles associam a demora ao pecado. Já o homem comprometido é um homem virtuoso, sério.

—Da outra vez que você veio você estava quase noivo de Camily.

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