Cativa do Sheik romance Capítulo 17

Isabela

As sobrancelhas dele quase se unem, a boca se forma numa linha quase reta, o maxilar fica tenso quando ele ouve do outro lado. Eu dou um tempo, mas a curiosidade é grande e me levanto, entro para dentro, me enveredando pelos cantos. Raed está na sala de jantar.

—Camily, não insista. Eu vou me casar, está resolvido. —Ele se cala. —E daí que vou me casar por causa da criança? Ela precisa de um pai, uma família normal que eu não tive. Foi meu pai que te pediu para me ligar, não foi? Não me liga mais. Eu vou bloquear esse número e todos que você usar para me ligar. Aliás, eu vou mudar de linha. Khara! (Merda!)

Eu fungo e vou até a sacada. Raed surge momentos depois.

—Não faça mais isso. Não atenda por mim.

Eu respiro fundo:

—Não acha esse casamento um mal começo? Essa sua ex, seu pai...

Ele me corta:

—Minha ex é passado. Esqueça meu pai, já disse. Relaxe, curta o momento!

Raed

Allah! Não quero algo imposto, forçado, sei que minhas ações dizem ao contrário. Eu posso aprisioná-la a mim, mas não posso força-la me amar. Preciso senti-la mais receptiva, sei que só assim conseguirei expor mais o quanto a desejo e quem sabe a natureza dos meus sentimentos.

Ela se ajeita melhor na espreguiçadeira, seus olhos fixos em mim.

—Você poderia dizer que perdi o bebê e então me ajudaria a sumir. Eu poderia recomeçar em qualquer lugar...

Meu coração martela em meu peito enquanto olho para ela.

—Isabela, pare! Eu não farei isso. Esqueça!

Ela se vira para frente, parece frustrada. Eu respiro fundo.

—Por Allah! Toda vez que penso que você finalmente está se dando conta que eu sou a sua melhor opção, você me vem com essas mesmas falas? Por que você não nos dá uma chance?

Ela ainda está olhando para frente.

— E eu me sinto como se o universo tivesse conspirado, e me armado uma cilada. —Ela diz ácida.

As palavras dela me são dolorosas, mas muito mais a maneira convincente que ela diz tudo isso. Minha fachada de tranquilidade que fora cuidadosamente erguida se foi e eu travo meus dentes, minha respiração se agita. Passo a mão nos cabelos.

Ela se vira para mim:

—Raed, não se ofenda. Eu sou-lhe muito grata, você já me ajudou muito no passado, quando participava das reuniões e traduzia para seu pai os termos técnicos que eu desconhecia. Sei que tem o coração bom e a prova disso é que está tentando me ajudar novamente, sei que se preocupa com essa criança.

A ira retorce meu íntimo, e isso transparece no meu rosto. Urro as palavras:

— Pare de me dizer que sou bom! Porque eu não sou bom, ouviu!

Isabela se assusta e eu respiro fundo e me levanto, vou até o parapeito, meus olhos fixos no mar prateado pelo luar, algumas embarcações iluminadas no horizonte. Tento me acalmar, mas está difícil. Eu estou nervoso. Nunca pensei que eu tivesse problema para me expressar, mas me deparo de repente com esse nó. Não consigo me fazer entender. Fora a culpa que carrego por esconder o fato de meu pai a ter liberado.

Isabela surge ao meu lado, mas eu não olho para ela.

—Raed, eu não quis te ofender. Eu só quero minha vida de volta.

Um sentimento borbulha em meu peito — o fato de ela ter se entregado tão facilmente ao meu irmão. Um homem que só queria aproveitar-se dela.

Ela não entende que só quero protegê-la? Quero lhe dar o melhor. Cuidar da criança como se fosse minha! Khara! Nunca precisei conquistar alguém, as mulheres sempre me foram muito propícias

Eu a encaro finalmente e digo fora de mim as palavras que me estão atravessadas na garganta:

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