Cativa do Sheik romance Capítulo 10

Meu pai me olha com aqueles olhos negros semicerrados, o olhar fixo e duro, o mesmo que ele usa para todos que ousavam desafiá-lo.

— Escondeu de todos que estava saindo com seu irmão. Abriu as pernas para ele antes do matrimônio. Ela é uma golpista, por isso ficou grávida. É com essa mulher que irá se casar?

—O senhor está enganado. —Digo com a respiração presa na garganta.

Todos os músculos de meu corpo queimam com fadiga.

—Por que você quer assumi-la?

Estremeço, não estou preparado para contar-lhe meus sentimentos.

—Não acho certo afastar o filho de uma mãe.

—Allah! Ela conseguiu o que queria. Sabe que eu fiquei com receio que isso acontecesse quando a quis levar para a sua casa? Mas eu estava tão aéreo com a morte de seu irmão que não consegui raciocinar direito, e juntando isso, eu não a queria vê-la na minha frente, mas agora vejo que errei. Ela, com aquele jeitinho de mulher virtuosa está enganando a todos.

—Pai, o senhor está enganado. Ela...

Meu pai avança sobre mim.

—Saia da minha frente. Eu não quero ver tua cara. Eu considero uma traição isso que está fazendo.

—Traição? É a minha vida.

—Seu desgraçado! Seu irmão está morto por causa dela.

—Meu irmão está morto por ser inconsequente.

Meu pai quase me acerta o queixo, eu me esquivo de seu ataque indo para trás. Ele fecha mais os punhos.

—Some daqui. Melhor você se esquecer por um tempo que é meu filho.

Odeio esse tom arrogante dele.

—Sim, pois o senhor já se esqueceu disso há muito tempo. Zein sempre foi o seu filho predileto.

Meu pai fricciona os dentes.

—Seu irmão me era submisso, diferente de você. Essa mulher o engodou. Eu vi os sorrisos que ela deu para ele na festa.

Eu dou um sorriso amargo.

—Essa boa! Ela o engodou? Zein sempre fez tudo na surdina para não bater de frente com o senhor, isso sim. Mas no fundo, ele fazia o que queria.

Meu pai estremece de nervoso.

—Limpa sua boca para falar do seu irmão. Pare de acusar quem já se foi, ele está morto e não pode se defender.

—O senhor então deveria se preocupar com os vivos e não com os mortos.

Saio da presença dele, cabisbaixo. É sempre assim, ele nem me ouviu direito. Meu peito se aperta dentro de mim, esgotado.

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—Não acredito! Você...vai assumir a mulher de seu irmão!

Eu a olho impassível.

—Exatamente.

—Você prefere se casar com uma estranha a se casar comigo?

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