Ela sai do meu quarto deixando dentro de mim um sentimento de impotência. Eu a tenho sob meu controle, mas estou bem longe do seu coração.
Eu não estava pronto para o efeito que senti, naquele dia no jardim, quando a tive em meus braços. Num momento tão fugaz, senti-me tentado a tomar-lhe os lábios com um beijo impetuoso, de tal forma que mudaria sua definição de beijo, mas ela me resistiu, claro que resistiria. Há um abismo entre nós. Ela sofre por meu irmão e está esperando um filho dele.
Allah! Tenho feito tudo errado?
Como me controlar quando estou ao lado dela?
Quando vou parar de tomar banhos frios para conter meu desejo de tê-la para mim?
E agora isso?
E eu que pensei que Isabela tivesse aceitado seu destino. Se eu não tivesse voltado para casa hoje, ela teria fugido. Eu nunca imaginei que sofreria por uma mulher. E o pior, que eu gostasse. Ao contrário disso, as mulheres sempre foram muito receptivas comigo. Minha posição, riqueza, boa aparência sempre tiveram um grande efeito sobre elas. Mas desde que me formei, quando se deu início a minha vida adulta, eu passei a ter mais discernimento e comecei a me atrair por mulheres que tivessem mais a oferecer do que seus corpos.
Mulheres inteligentes, que tivessem uma conversa interessante. Foi difícil encontrar dentro do meu círculo de amizades uma mulher que pensasse por si própria, por fim encontrei isso em Camily. Estudante de administração, sempre lutou para ter seu lugar ao sol junto as empresas de seu pai. Só que ainda assim, faltava algo. Parecia uma equação difícil de se resolver.
Inteligência atração sexual= eu apaixonado.
Então Isabela começou a trabalhar para o meu pai e algo nela despertou minha atenção. Comedido, eu a observava de longe, intrigado. Tinha trocado meia dúzia de palavras com ela, e ainda sim, eu me sentia como se a tivesse conhecido há muito tempo. Talvez essa sensação tenha se dado pelo fato de meu pai me contar seu histórico pessoal: Perdeu seus pais com quinze anos, fora criada por uma tia solteira até conquistar sua independência.
Sim, fiquei em choque...
Uma mulher morando sozinha, sem depender de ninguém para o seu sustento? Na minha cultura não existe isso. Elas são submissas, e a grande maioria como eu disse nem raciocina.
Bem, ao mesmo tempo que isso me atraiu, também acionou uma espécie de alarme, me dizendo que para me manter longe dela, que nossas culturas eram muito diferentes. Na verdade, mulheres assim como atrai, assustam.
Passo a mão nos olhos quando uma onda de melancolia toma conta do meu coração. Antes eu tivesse me aproximado dela, vencido meus receios.
O meu celular pessoal toca. Ergo as sobrancelhas quando não vejo a identificação. Aperto os lábios com a possibilidade de Camily me ligar usando outro número, pois eu a bloqueei.
— Quem é? – Pergunto, mal-humorado.
Houve um breve silêncio do outro lado antes de uma voz feminina dizer com hesitação:
Praguejo entre dentes. Preciso falar com ela. Meu casamento será falado na mídia. Não posso mais adiar isso.
—Vamos fazer o seguinte. Marcar um encontro. Não quero ir a sua casa. Podemos nos encontrar no Marina Mall. Amanhã às duas horas da tarde. Eu te explicarei tudo.
Ela funga.
— Quem é ela?
—Amanhã conversamos.
Desligo.
Durante um tempo fico pensativo andando de um lado para o outro. Preciso contar a minha resolução ao meu pai que me casarei com Isabela antes de Camily. Não é justo ela saber antes que ele.
Allah! Amanhã terei um dia cheio!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Cativa do Sheik
➡️ São 2 EXTREMOS OPOSTOS... 🌎 No Ocidente as pessoas dizem se casar pelo "sentimento" amor, mas na verdade se casam por paixão, pois o amor verdadeiro não é um sentimento e sim uma AÇÃO ativa e comprometida... Aí obviamente os casamentos não duram, pois as pessoas se divorciam por tudo e por nada, basta um novo interesse pessoal surgir, alguém mais interessante aparecer, uma nova paixão começar, o tédio se manifestar... Tudo depende dos interesses pessoais, não há comprometimento real na maioria dos relacionamentos, apenas desejo fugaz... 🌏 Já no Oriente árabe as pessoas se casam meramente por convenções e conveniências, por interesses familiares, sociais, financeiros ou político-religiosos. E há poucos casos de divórcio, mas não porque os casais são comprometidos e felizes, mas sim porque os homens geralmente não querem romper com o que foi convenientemente estabelecido e as mulheres não tem direito de escolha. Ou seja: se é obrigado a suportar a união mesmo que seja tóxica. Além disso, o homem tem a opção de assumir a amante como segunda esposa, impondo-a para a esposa legítima, que não tem poder de negar. Assim é muito fácil dizer que poucos casais se separam... São dois extremos, ambos negativos, ambos com resultados nefastos......
😒 Aff, já começou a apelação... Do nada, sem qualquer lógica, as pessoas começam a agir como cães no cio nesses livros, como se fossem adolescentes sem cérebro conduzidos pelos hormônios e não adultos maduros com sendo crítico e objetivos além do desejos carnais... Nesse contexto árabe, então, fica tudo ainda mais surreal, como se fossem atores ocidentais fingindo ser personagens árabes caricatos num teatrinho de escola... Tudo muito forçado, tudo muito inverossímil, tudo muito superficial e fútil... Puramente com o objetivo de inserir sexo e tensão sexual na estória, mesmo que nem caiba... 🙄 O QUE VOCÊ ACHA QUE JANE AUSTEN DIRIA SOBRE O GÊNERO ROMANCE DE HOJE EM DIA? "Acho que ela ficaria chocada com o que pode ser escrito e publicado em um livro hoje em dia [... ]. Imagino que ela desejaria histórias de amor mais elevadas e menos focadas no carnal, como nos romances de hoje". (Julianne Donaldson, autora premiada de Edenbrooke)....
* Uai, mas que homem sério e decente gosta de mulher fácil? E que homem (decente ou não) valoriza uma mulher dessa, que não se valoriza? Ninguém que se preze - homem ou mulher - valoriza gente fácil. Os que não valem nada e só estão a fim de tirar proveito podem até gostar pela facilidade de uso, mas valorizar? Só se for pra rir... Nada que é fácil tem valor na vida, seja bens de consumo ou pessoas. É uma verdade lógica e cientificamente provada, só os tolos não perceberam ainda... 🙄...
Muito bom mesmo esse livro!...
To gostando desse livro... bem leve e interessante....