Horas depois, no meu quarto, tiro o lençol com a mancha de sangue, e o lavo na pia do banheiro. Como teve uns pingos, o coloco assim mesmo e me deito do outro lado da cama, para não me deitar na parte molhada.
Ali, escuto uma voz me dizendo baixinho: Suma. Quando fecho os olhos, minha cabeça se enche de imagens da minha vida passada, as coisas que sonhei para mim. Raed não é diferente do meu sonho, mas não consigo relaxar sabendo ele está bancando o homem bom comigo.
Eu quero que ele seja feliz! Sei que no fundo tenho sido um peso muito grande em seus ombros, depois de tanto pensar, adormeço fatigada.
Acordo sozinha na cama com aquele sentimento de vazio no peito. Levanto-me como se nada tivesse acontecido. No coração um objetivo: procurar dinheiro, meus passaportes e sair da vida de Raed. Deixá-lo respirar. Mas antes tenho que provar que perdi essa criança. Ele pode achar que fui embora ainda grávida. Ele não irá descansar até me encontrar.
O negócio é agir naturalmente e lembrá-lo que preciso ir ao médico. Isso ficou esquecido, desde que ele soube de seu pai.
Raed chega à tardinha. As olheiras abaixo dos olhos indicam uma noite sem dormir. Meu coração acelera quando eu o vejo. Sim, eu o amo e me será muito penoso deixá-lo, mas ele merece uma vida normal, e não um erro.
Tentando ignorar a tristeza que me invade quando penso nisso, eu me aproximo dele. Raed abre os braços para mim. Eu o abraço sentindo o calor do corpo dele e seu cheiro. Fecho os olhos, deixando que a emoção de o ver me domine, mas com muito esforço, reprimo minhas lágrimas, não quero preocupá-lo.
Ele se afasta um pouco, eu abro os olhos. Ele me olha com intensidade.
—Está tudo bem com você?
—Sim, Raed. Não se preocupe.
Ele solta o ar e dá um leve sorriso.
—Estou tão cansado! Esses dias não têm sido fáceis.
—E seu pai?
—Está se recuperando, mas quando ele recobrou a consciência ele estava muito agitado, os médicos então acharam melhor sedá-lo.
—Quer comer algo? Você conseguiu almoçar?
Raed assentiu.
—Sim, almocei. Agora só quero tomar um banho e me deitar. Acho que vou dormir até amanhã.
—Vou marcar e pedir ao motorista que te pegue. Hamira terá que ir com você. Eu gostaria muito de participar desse momento, mas...
Eu sorrio para ele.
—Eu sei, Raed. Não se preocupe. Vem, vamos para o quarto. Que tal tomar um banho de banheira para relaxar?
Ele envolve um braço na minha cintura e caminhamos para o quarto. Ele boceja.
—Habibi, se eu me deitar dentro dela eu morro afogado de tanto sono que estou. Vou tomar um banho rápido mesmo.
—Está certo. —Digo e olho de relance para ele com muito amor nos meus olhos.
Tadinho. Sinto-me tão culpada.
Abaixo minha cabeça enquanto vamos até o quarto. Agora estou lidando com a minha dor, recusando as lágrimas que querem cair. Vou sentir falta de Raed. Vou sentir falta de seus olhos gentis, de como as frases se perdem quando ele toma a minha boca com um beijo. Vou sentir falta de seu carinho, de suas palavras sempre preocupadas, querendo verdadeiramente saber se eu estou bem.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Cativa do Sheik
➡️ São 2 EXTREMOS OPOSTOS... 🌎 No Ocidente as pessoas dizem se casar pelo "sentimento" amor, mas na verdade se casam por paixão, pois o amor verdadeiro não é um sentimento e sim uma AÇÃO ativa e comprometida... Aí obviamente os casamentos não duram, pois as pessoas se divorciam por tudo e por nada, basta um novo interesse pessoal surgir, alguém mais interessante aparecer, uma nova paixão começar, o tédio se manifestar... Tudo depende dos interesses pessoais, não há comprometimento real na maioria dos relacionamentos, apenas desejo fugaz... 🌏 Já no Oriente árabe as pessoas se casam meramente por convenções e conveniências, por interesses familiares, sociais, financeiros ou político-religiosos. E há poucos casos de divórcio, mas não porque os casais são comprometidos e felizes, mas sim porque os homens geralmente não querem romper com o que foi convenientemente estabelecido e as mulheres não tem direito de escolha. Ou seja: se é obrigado a suportar a união mesmo que seja tóxica. Além disso, o homem tem a opção de assumir a amante como segunda esposa, impondo-a para a esposa legítima, que não tem poder de negar. Assim é muito fácil dizer que poucos casais se separam... São dois extremos, ambos negativos, ambos com resultados nefastos......
😒 Aff, já começou a apelação... Do nada, sem qualquer lógica, as pessoas começam a agir como cães no cio nesses livros, como se fossem adolescentes sem cérebro conduzidos pelos hormônios e não adultos maduros com sendo crítico e objetivos além do desejos carnais... Nesse contexto árabe, então, fica tudo ainda mais surreal, como se fossem atores ocidentais fingindo ser personagens árabes caricatos num teatrinho de escola... Tudo muito forçado, tudo muito inverossímil, tudo muito superficial e fútil... Puramente com o objetivo de inserir sexo e tensão sexual na estória, mesmo que nem caiba... 🙄 O QUE VOCÊ ACHA QUE JANE AUSTEN DIRIA SOBRE O GÊNERO ROMANCE DE HOJE EM DIA? "Acho que ela ficaria chocada com o que pode ser escrito e publicado em um livro hoje em dia [... ]. Imagino que ela desejaria histórias de amor mais elevadas e menos focadas no carnal, como nos romances de hoje". (Julianne Donaldson, autora premiada de Edenbrooke)....
* Uai, mas que homem sério e decente gosta de mulher fácil? E que homem (decente ou não) valoriza uma mulher dessa, que não se valoriza? Ninguém que se preze - homem ou mulher - valoriza gente fácil. Os que não valem nada e só estão a fim de tirar proveito podem até gostar pela facilidade de uso, mas valorizar? Só se for pra rir... Nada que é fácil tem valor na vida, seja bens de consumo ou pessoas. É uma verdade lógica e cientificamente provada, só os tolos não perceberam ainda... 🙄...
Muito bom mesmo esse livro!...
To gostando desse livro... bem leve e interessante....