Dois dias se passaram. A operação do Sheik foi um sucesso. Pouco vi Raed. Agora com o pai no hospital, ele está se dividindo entre o trabalho e as visitas na UTI. Segundo Raed, ele está se recuperando bem, mas ainda não está consciente.
Não sei como o Sheik irá reagir quando ele ver o filho face a face.
Será que o sentimento de ter quase morrido amenizará as coisas?
Ou ele fará Raed se sentir mais culpado?
Esses questionamentos têm me angustiado.
Agora estou sentada na cama, pensando que tenho sobrevivido a mais um dia de vida a espera que tudo fique bem.
Sem emprego...
Sem estudar....
Mas isso é o que menos está me pegando. Só que a ociosidade traz ansiedade.
Agora estou aqui, esperando Raed chegar. Os dias têm se arrastado para mim e a ausência de Raed só piora as coisas. Sempre fui muito ativa, não estou acostumada a ver o tempo passar e esperar as coisas acontecerem.
Penso em fazer alguma coisa, mas nesse momento tenho receio de tocar nesse assunto com Raed. Ele já tem se preocupado com tantas coisas, não é justo eu jogar minha insatisfação sobre ele.
Tenho pensado em aprender piano para preencher meu tempo. Na sala de instrumentos musicais tem um piano de cauda maravilhoso. Tenho ido lá e tentado tirar algumas músicas fáceis para me distrair.
Raed tem chegado tarde. Ele tem exibido um semblante predominantemente preocupado. Ele tenta sempre suavizá-lo quando me vê, mas sei que não tem sido fáceis esses dias para ele. Tanto que seus olhos perderam aquele fogo da paixão. Embora eu ainda tenho visto doçura neles.
Seu sorriso sempre presente quando estávamos juntos se foi; e eu sinto como se ele estivesse carregando o peso do mundo sobre seus ombros.
Numa noite dessas ele me procurou à noite e fizemos amor. Mas me pareceu mais como algo fisiológico do que o que tínhamos antes, pois tudo foi muito rápido e senti ele mais selvagem do que carinhoso.
Apesar das minhas reservas com o comportamento cada vez mais perturbador que Raed apresenta, eu tenho me esforçado para parecer bem, mas não é assim que me sinto. As coisas têm estado tão diferentes, que só reforça o que Camily me disse. E agora eu tenho pensado em maneiras de deixar Raed. Eu não quero me sentir um peso na vida dele. Tenho lutado para manter as aparências com ele e escondendo minha crescente insatisfação, mas o meu problema é que grávida, sem amigos, sem dinheiro, eu não tenho esperança de conseguir sair dessa.
Os poucos momentos que eu e Raed conversamos nesses dias, pude sentir o carinho que ele tem por mim. Sempre preocupado, perguntando como eu estou, se eu tenho me sentido bem.
Depois de me dar beijos carinhosos sempre me tem feito promessas que tudo irá mudar entre nós depois que o pai dele sair do hospital, que poderemos ficar mais juntos, que as coisas logo entrarão nos eixos.
Momentos depois sinto molhar minha calcinha.
Allah! Meu bebê!
Salto da cama e ainda sentindo dores, vou até o banheiro. Acendo as luzes vejo o sangue escorrer pelas minhas pernas. Tiro minha camisola e entro debaixo do chuveiro. Lágrimas rolam quando entendo o que isso significa. É muito sangue para ser considerado algo normal no início da gravidez. Ligo o chuveiro, a água que cai e se mistura às minhas lágrimas.
Sim, meu bebê morreu. Isso é um aborto espontâneo.
Ainda com cólicas me sento no chão, vendo meu sangue escorrer para o ralo, ainda abundante.
Sim, ele se foi...
Choro pelo bebê que perdi...
Choro pela minha situação...
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Cativa do Sheik
➡️ São 2 EXTREMOS OPOSTOS... 🌎 No Ocidente as pessoas dizem se casar pelo "sentimento" amor, mas na verdade se casam por paixão, pois o amor verdadeiro não é um sentimento e sim uma AÇÃO ativa e comprometida... Aí obviamente os casamentos não duram, pois as pessoas se divorciam por tudo e por nada, basta um novo interesse pessoal surgir, alguém mais interessante aparecer, uma nova paixão começar, o tédio se manifestar... Tudo depende dos interesses pessoais, não há comprometimento real na maioria dos relacionamentos, apenas desejo fugaz... 🌏 Já no Oriente árabe as pessoas se casam meramente por convenções e conveniências, por interesses familiares, sociais, financeiros ou político-religiosos. E há poucos casos de divórcio, mas não porque os casais são comprometidos e felizes, mas sim porque os homens geralmente não querem romper com o que foi convenientemente estabelecido e as mulheres não tem direito de escolha. Ou seja: se é obrigado a suportar a união mesmo que seja tóxica. Além disso, o homem tem a opção de assumir a amante como segunda esposa, impondo-a para a esposa legítima, que não tem poder de negar. Assim é muito fácil dizer que poucos casais se separam... São dois extremos, ambos negativos, ambos com resultados nefastos......
😒 Aff, já começou a apelação... Do nada, sem qualquer lógica, as pessoas começam a agir como cães no cio nesses livros, como se fossem adolescentes sem cérebro conduzidos pelos hormônios e não adultos maduros com sendo crítico e objetivos além do desejos carnais... Nesse contexto árabe, então, fica tudo ainda mais surreal, como se fossem atores ocidentais fingindo ser personagens árabes caricatos num teatrinho de escola... Tudo muito forçado, tudo muito inverossímil, tudo muito superficial e fútil... Puramente com o objetivo de inserir sexo e tensão sexual na estória, mesmo que nem caiba... 🙄 O QUE VOCÊ ACHA QUE JANE AUSTEN DIRIA SOBRE O GÊNERO ROMANCE DE HOJE EM DIA? "Acho que ela ficaria chocada com o que pode ser escrito e publicado em um livro hoje em dia [... ]. Imagino que ela desejaria histórias de amor mais elevadas e menos focadas no carnal, como nos romances de hoje". (Julianne Donaldson, autora premiada de Edenbrooke)....
* Uai, mas que homem sério e decente gosta de mulher fácil? E que homem (decente ou não) valoriza uma mulher dessa, que não se valoriza? Ninguém que se preze - homem ou mulher - valoriza gente fácil. Os que não valem nada e só estão a fim de tirar proveito podem até gostar pela facilidade de uso, mas valorizar? Só se for pra rir... Nada que é fácil tem valor na vida, seja bens de consumo ou pessoas. É uma verdade lógica e cientificamente provada, só os tolos não perceberam ainda... 🙄...
Muito bom mesmo esse livro!...
To gostando desse livro... bem leve e interessante....