Minutos depois, aqui estou, de mãos dadas ao lado desse homem rico, bonito que tem as mulheres aos seus pés. Os olhares de inveja estão direcionados para mim, assim como os flashes que nos iluminam toda hora.
O jantar de gala que se seguiu depois do concerto foi servido no local. Luke está sentado à mesa num lugar de honra e eu estou ao lado dele.
Esse homem é uma fera. Todas as perguntas complexas feitas pelos convidados para testá-lo, ele as responde à altura. Kate, o olha toda orgulhosa. Como se ele fosse sua criação, uma obra de arte feita por ela.
Quando as conversas se silenciam, Luke procura meus olhos. Pega a minha mão e a beija. Sorrio, fazendo meu papel de mulher apaixonada. Nessa hora sinto um novo flash.
—Eu não poderia estar em melhor companhia. —Ele diz com um sorriso de canto de lábios.
Eu olho para ele, imune a tudo ao seu charme. Nessa hora me vem os olhos de Raed, e de repente percebo que ele me olhava de um jeito diferente desse garanhão. Ele me olhava com carinho, com amor.
Allah! Meu coração se aperta em angústia.
O choque dessa comparação me faz quase saltar na cadeira e minha mão resvala no copo e ele quase se vira na mesa. Luke o segura na hora.
—Acho que te assustei. —Ele diz baixo no meu ouvido com um sorriso.
Ah, foi outro tipo de susto que tive, o de uma realidade que eu não enxerguei. Sorrio fraco para ele e retiro minha mão. Tomo um gole grande de vinho.
Voltamos para a mansão já era uma hora da manhã. Luke parece cansado, exaurido. No carro que nos trouxe de volta, não conversamos.
Quando o carro nos deixou em frente à entrada, só então ele olha para mim. Pega meu braço e me conduz até a sala. Então me estuda com seus olhos negros.
— Tirando seu nervosismo àquela hora, você foi perfeita.
Assinto para ele, dura como uma vara. Não consigo relaxar, pois ainda penso na constatação que Raed possa me amar realmente.
— Obrigada, então boa noite.
—Ah, antes de ir, saiba que amanhã temos um novo compromisso. Vamos visitar um hospital. Quero você comigo. Depois iremos a um almoço.
—Pode ficar tranquilo, Kate me passou sua agenda. Estou atenta.
—Ótimo, linda e eficiente. Vou acabar me apaixonando por você. —Ele diz jocoso.
—Duvido, pois não terá abertura. Eu amo outro homem.
Ele ergue as sobrancelhas e ri, gargalha.
—Deus! Linda e direta. Por que não está com ele?
Eu solto o ar.
—É complicado.
Pude ver o brilho em seus olhos e Luke dá um sorrisinho.
—Por acaso você não se apaixonou por um dos filhos do sheik Youssef?
Assinto para ele. Luke solta um palavrão.
—Agora entendo sua decepção.
—Por que diz isso? —O questiono.
—Essa conversa não te fará bem. Boa noite.
—Por favor, eu insisto. Por que acha isso?
Ele me estuda.
—Eles gostam das mulheres certinhas, castas, as estonteantes como você apenas para se divertir. Entendeu?
Por que acho que isso não se encaixa com Raed?
Com Zein sim.
Allah! Acredito que Raed me amava, mas eu não lhe dei a oportunidade de dizer. As coisas estão cada vez mais claras para mim.
—Bem, boa noite.
Eu me viro, para Luke não ver minhas lágrimas. Sinto sua mão em meu braço.
—Hein. Por isso não queria falar esse assunto quando entendi de quem se tratava com você.
Eu ergo meu queixo e o encaro. Meus olhos verdes cheios de lágrimas.
—Zein era assim, mas Raed não. E eu me apaixonei por Raed. E se estamos separados, foi porque eu saí da vida dele sem me despedir. E hoje me sinto culpada por isso, pois eu estou vendo tudo de outra maneira. Acho que ele me amava e eu não lhe dei a chance de dizer.
Luke me solta.
—Se esse homem te amasse, ele já teria aparecido e reclamado você.
Cravo meus olhos brilhantes no rosto dele e respondo, lutando para conter as lágrimas:
Ela pisca ao ver meu rosto transtornado.
—Não sei se posso continuar com isso...
—Como assim?
—Allah! O que foi que eu fiz?
—Isabela, pelo amor de Deus! Não vai me dar para trás agora.
Com o coração agitado, digo:
—Sinto muito, mas... —Eu me levanto da cama. —Encontrem outra pessoa. Diga que sou uma amiga.
—Amiga? Um garanhão como Luke?
—Sim, por que não?
Kate torce os lábios, ela parece bem irritada.
—Isabela! Sinto muito, mas isso não será discutido. Você assinou uma promissória, você tem uma dívida conosco. Esqueceu? Se você der para trás, não tenha dúvidas que iremos usar isso contra você. Por que isso de repente?
Não estou a fim de participá-la da minha vida, do meu sofrimento.
—Kate...Eu tenho meus motivos.
—Deveria ter pensado nisso antes.
Eu respiro fundo. Allah! Não tem mais volta mesmo, Raed com certeza já deve estar sabendo.
Eu a olho desanimada.
—Tudo bem. Esquece o que te disse.
—O que te fez se arrepender? Você não está gostando de Luke, não é?
Eu ri.
—Allah! Não! Ele pode fazer o tipo da maioria das mulheres, mas não faz o meu. Esquece! Vou até o fim.
—Ótimo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Cativa do Sheik
➡️ São 2 EXTREMOS OPOSTOS... 🌎 No Ocidente as pessoas dizem se casar pelo "sentimento" amor, mas na verdade se casam por paixão, pois o amor verdadeiro não é um sentimento e sim uma AÇÃO ativa e comprometida... Aí obviamente os casamentos não duram, pois as pessoas se divorciam por tudo e por nada, basta um novo interesse pessoal surgir, alguém mais interessante aparecer, uma nova paixão começar, o tédio se manifestar... Tudo depende dos interesses pessoais, não há comprometimento real na maioria dos relacionamentos, apenas desejo fugaz... 🌏 Já no Oriente árabe as pessoas se casam meramente por convenções e conveniências, por interesses familiares, sociais, financeiros ou político-religiosos. E há poucos casos de divórcio, mas não porque os casais são comprometidos e felizes, mas sim porque os homens geralmente não querem romper com o que foi convenientemente estabelecido e as mulheres não tem direito de escolha. Ou seja: se é obrigado a suportar a união mesmo que seja tóxica. Além disso, o homem tem a opção de assumir a amante como segunda esposa, impondo-a para a esposa legítima, que não tem poder de negar. Assim é muito fácil dizer que poucos casais se separam... São dois extremos, ambos negativos, ambos com resultados nefastos......
😒 Aff, já começou a apelação... Do nada, sem qualquer lógica, as pessoas começam a agir como cães no cio nesses livros, como se fossem adolescentes sem cérebro conduzidos pelos hormônios e não adultos maduros com sendo crítico e objetivos além do desejos carnais... Nesse contexto árabe, então, fica tudo ainda mais surreal, como se fossem atores ocidentais fingindo ser personagens árabes caricatos num teatrinho de escola... Tudo muito forçado, tudo muito inverossímil, tudo muito superficial e fútil... Puramente com o objetivo de inserir sexo e tensão sexual na estória, mesmo que nem caiba... 🙄 O QUE VOCÊ ACHA QUE JANE AUSTEN DIRIA SOBRE O GÊNERO ROMANCE DE HOJE EM DIA? "Acho que ela ficaria chocada com o que pode ser escrito e publicado em um livro hoje em dia [... ]. Imagino que ela desejaria histórias de amor mais elevadas e menos focadas no carnal, como nos romances de hoje". (Julianne Donaldson, autora premiada de Edenbrooke)....
* Uai, mas que homem sério e decente gosta de mulher fácil? E que homem (decente ou não) valoriza uma mulher dessa, que não se valoriza? Ninguém que se preze - homem ou mulher - valoriza gente fácil. Os que não valem nada e só estão a fim de tirar proveito podem até gostar pela facilidade de uso, mas valorizar? Só se for pra rir... Nada que é fácil tem valor na vida, seja bens de consumo ou pessoas. É uma verdade lógica e cientificamente provada, só os tolos não perceberam ainda... 🙄...
Muito bom mesmo esse livro!...
To gostando desse livro... bem leve e interessante....