Quando começava a se acariciar naquela região não tinha pressa em parar. Sabia exatamente o que fazer, como fazer, onde ir e vir enquanto enlouquecia entorpecida pelo desejo. Embora soubesse que o ponto G ficava na região interna da desejada, longe do ponto mais conhecido e explorado onde brincava, para ela, seu maior prazer estava ali, não apenas por ser a zona mais erógena do corpo, mas por considerar seu universo pessoal de prazer, seu Ponto I.
E quem sabe o amigo um dia não aprendesse a tocá-la daquele jeito?
Se lembrara de Leonel a tocando naquele ponto. Ele não era delicado como ela, mas não haveria nenhum problema em educá-lo - pensara, esboçando um sorriso. Sem que percebesse estava gemendo mais alto. O atrevido dedo médio nas partes mais íntimas era agora acompanhado pelo indicador e enquanto se deslizava carinhosamente, Isadora sonhava com mil coisas que ainda não havia provado.
Finalmente dera dois passos para trás, se encostando na parede de azulejos gelada e se segurara para não exagerar em um gemido mais alto quando fora às estrelas fantasiando coisas que nem tinha certeza se teria coragem para um dia realizar. Precisava ser mais controlada. Nos livros tudo parecia tão gostoso e… fácil. Mas era diferente no mundo real.
Voltara para baixo do chuveiro apanhando novamente o sabonete. Tinha de ser realista, tomar um banho de verdade e dormir. Poderia pensar em sua vida sexual quando saísse do curso de inglês.
Dia seguinte.
—Menina, não acredito… – dizia Katie, amiga de infância de Isadora – Está mesmo dizendo que fugiu no meio da noite para se encontrar, não com qualquer aluno, mas com um dos caras mais conhecidos, senão o mais desejado de todo o colégio no sigilo?
—Girl, que ba-ba-do – emendara Leonard, o outro melhor amigo da garota. Leon, como o chamavam, era gay e não tinha papas na língua – De estudante de masturbação a mais nova oferecida dos cursos técnicos do Colégio Delphine, a ex boca virgem, e não estou falando de beijos – ressaltara – Isadora DJ.
Leonard parecia mais empolgado que Isadora diante do ocorrido. Ainda mais depois que a garota revelara o tamanho do instrumento de Leonel. Katie não deixara a surpresa por menos, igualmente impressionada com a ousadia da amiga.
A verdade era que Isa conhecia Leon e Katherine desde o jardim de infância e mesmo que ambos fossem pouco mais jovens que ela, eram obcecados por sexo e haviam perdido a virgindade tinha muitos anos.
Apenas Isadora, do trio, permanecia a virgem santa imaculada, sendo o alvo das piadas dos amigos. E mesmo que em seus pensamentos fosse uma menina totalmente pervertida e má, junto dos dois era apenas uma garota inocente.
—Ainda estou absorvendo essas informações. Nem eu mesma acredito que tenha acontecido – explicara a garota com os olhos arregalados por trás das lentes dos óculos – Confesso que vi a mensagem no celular dele durante a aula e pensei em fazer uma brincadeira. Mas ele topou e não tive como fugir, quando vi já estava acontecendo.
Isadora caminhava pela movimentada calçada abraçada pelos amigos, um de cada lado de sua cintura. Quando mandara mensagem para Katie naquela manhã dizendo que precisava falar sobre algo sério, recebera como resposta um simples ok, mas na saída do curso de inglês, lá estavam os dois a esperando.
—Querida – dissera a loira, esperando que Isa a encarasse para continuar – Preste atenção e veja se acompanha meu raciocínio, tudo bem? Vou falar bem devagar para que não se perca – a garota odiava quando decidiam tratá-la como criança, mas quando o assunto era sexo, Katie e Leon realmente entendiam mais que ela – Você é simplesmente um pedaço de mal caminho, uma garota perfeita, da cor do pecado, a mais inteligente da sala e a única que durante nove meses de curso não deu atenção para nenhum dos rapazes. E de repente você para um dos homens mais cobiçados do colégio e por livre e espontânea vontade se oferece para fazer com ele o que todo homem sonha que você faça até ele chegar ao fim? Que desfecho esperava para essa história? Seja sincera.
—Bom… não sou a mais inteligente da sala, ele é…
O amigo sequer a deixara concluir a frase, se soltando do abraço em grupo e abrindo os dois braços para chamar atenção. Obviamente não atraía a atenção apenas das duas, mas de todos que passavam por eles na calçada.
—Para, para, para – intercedera Leon ao ver que as garotas olhavam para ele – Katie, meu anjo – dissera focando a loira por um instante – Ela – agora era Isa o alvo dos comentários novamente – não entendeu o que está acontecendo. Isadora Diaz Jimenez – o amigo adorava usar o nome completo da menina – Se estivéssemos na savana, Leonel seria um leão, o rei da selva, o topo da cadeia alimentar, entende? Você domou o leão, é isso. Comemore.
—Tente ignorar a metáfora do Leo, Isa – explicara Katie – Mas ele tem razão. Esqueça por um instante as notas, códigos, fórmulas, linhas de programação, pense só na questão social. Se ele gostou tanto quanto você, tem uma chance de saírem juntos oficialmente. Vão morrer de inveja.
—Então… o que rolou além do sexo? – indagara Leonard – Falaram sobre algo mais, estreitaram amizades, planos? Vão ser dupla oficialmente agora nos trabalhos do curso? Por favor, diga que isso não – ressaltara fazendo expressão de pânico – Precisamos de um de vocês para nos salvarem nos grupos.
—Alertei que se ele contasse para alguém iria matá-lo.
Leon e Katie simplesmente pararam observando a garota.
Ela tinha mesmo ameaçado o rapaz depois do sexo?
Naquela noite.
Whatsapp – De Katie para Isadora. 23h44min.
Ainda não acredito que o ameaçou. Achou mesmo que ele diria para alguém e perderia a chance de repetir?
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