Lilith, a Guerreira de cabelos cor de fogo, segurara a espada de duas mãos que portava com firmeza e focara na lâmina prateada da arma, onde inscrições em runas douradas surgiam junto ao fio desde a guarda até o gume.
Quando o poder estava completamente ativado, toda a extensão da lâmina se iluminara em tons de laranja e vermelho. Os olhos da Guerreira ficaram rubros e ela saltara de onde estava para o meio do bando de esqueletos amaldiçoados.
O primeiro a ser atingido pelo ataque vindo do alto, um grandalhão vestindo uma velha armadura de metal, explodira em pedaços de ferro, couro e ossos no mesmo instante. A combatente estava agora no chão, de joelhos, cercadas pela horda de mortos-vivos.
Isso não era um grande problema. Não para ela.
A espada que Lilith empunhava tinha um metro e meio da base ao gume, a lâmina era larga e pesava quatros quilos e meio, embora a Guerreira executasse seus movimentos como se tivesse o peso de uma pena.
Da posição em que estava a lutadora aplicara um golpe circular, girando em volta num ângulo de trezentos e sessenta graus com a arma em punhos. Dessa vez, uma dúzia de esqueletos foram atingidos. Alguns tinham explodido, outros haviam sido partidos ao meio e outros ainda arremessados longe com o impacto.
Agora não havia mais oponentes tão próximos, mas havia três vezes aquele número de abatidos em monstros se aproximando, surgindo de dentro de uma ampla floresta próxima.
—Estou precisando de uma ajudinha aqui! – berrara a garota ao fone.
—Não precisa gritar! – respondera a loira com outro grito, deitada de bruços na cama e jogando pelo notebook – Estou bem do seu lado e com fone também!
—Desculpa… – relaxara a nerd, sentada diante de uma das telinhas de seu computador – Estou ficando cercada e já fui atingida algumas vezes. Preciso de apoio rápido, perdi quase cinquenta por cento da minha saúde.
—Fique calma que a melhor Sacer do servidor já está a caminho – Sacer era a abreviação de Sacerdotisa, uma classe de personagem especializada em curar ferimentos e restaurar a saúde dos aliados – Acabei de rastrear sua localização e está em uma das áreas desconhecidas da nova expansão. Tem certeza que é seguro explorar esse lugar sem um grupo maior?
—Estou testando minhas novas habilidades, vai ficar surpresa quando as ver – argumentara a nerd – Não vamos nos embrenhar na floresta, ficamos apenas na área da praia e se aparecer algum inimigo perigoso, fugimos.
—Você é a líder, onde for, eu a seguirei – dissera a loira, repetindo o mantra usado pelos membros da guilda liderada por Isadora – Estou acessando o vórtice de teletransporte. Encontro você em dois minutos.
Vórtices de Teletransporte era o nome dado para portais dentro das cidades, que eram áreas seguras e que levavam até os Pontos de Checagem, nas áreas onde havia monstros e inimigos hostis. Era uma forma de os jogadores moverem seus personagens de um lugar a outro em uma longa distância sem precisarem correr todo o percurso através do mapa.
Em menos de um minuto a adorável Sacerdotisa “Kitty Katie”, como a loira gostava de definir seu avatar no jogo, estava ao lado da jovem Guerreira ruiva. Os minions, como os jogadores chamavam os inimigos mais fracos, não tinham a menor chance contra Lilith. Cada ataque era um adversário tombado.
—A melhor e mais linda Sacer de Magical Scrolls se apresentando, chefe – dissera a loira ao fone quando se encontrara com a amiga.
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