—Vamos duelar, Andariel – zombara a ruiva, brandindo a espada em direção à Bruxa – Me mostre o que está aprendendo.
Seria um confronto injusto e todos sabiam disso, inclusive Andariel.
—Querida – respondera a novata de olhos azuis – Só está me desafiando porque sabe que não tenho nenhuma chance contra você. Já alcançou o nível 99, não é? E seus equipamentos são de nível 150, incluindo diversos com poder Divino. O que eu faria, a arranharia? Não vou ser sua vítima… hoje.
—Você sabia que estamos em um Servidor PK? – balbuciara a Sacerdotisa ao lado de Lilith – Seria tão lamentável se alguém lhe golpeasse com a espada por acidente. Poderiam a confundir com algum dos minions.
—Ouvi dizer que os Guerreiros são honrados. Ainda mais os veteranos. Não atacaria uma novata indefesa fora de um duelo justo, atacaria? – provocara a loira encarando Lilith.
Havia diversos seguidores de Trixie nas redes sociais ao lado de Andariel, mas nenhum se envolvera na discussão em sua defesa. O fato era que Lilith, a Guerreira de Isadora, era uma das heroínas mais poderosas do jogo. A desafiar era algo que só os fortes e loucos faziam. Além disso, o Círculo de Fogo, a guilda comandada por Lilith, tinha diversos dos mais poderosos jogadores de Magical Scrolls e a maioria estava ali presente aguardando o início do evento.
Se começassem uma Guerra de Guildas naquele momento, o Círculo de Fogo derrubaria diversas guildas menores nos combates.
—Estou cansado de toda essa conversa fiada – resmungara o Bardo – Você tem razão, Lilith e outros guerreiros são nobres demais para abater qualquer um pelo caminho, no entanto…
Dionísio era alto e magro e vestia uma armadura negra de peças pequenas que cobria grande parte do corpo. Os cabelos prateados brilhavam cada vez que ele se movia e seus olhos e sobrancelhas finos lhe davam um aspecto sério, belo e único. O Bardo sempre levava sua Harpa, instrumento musical que usava como arma para encantar seus aliados e inimigos, mas como qualquer explorador de Magical Scrolls, em sua mochila, carregava diversos punhais e tinha sempre uma espada curta presa à cintura.
Sem dizer mais nada, o sujeito saltara sacando a espada em pleno ar. Todos observavam surpresos. Era incomum que qualquer jogador assassinasse outro aos olhos de muitos, ainda mais um mais forte abatendo um mais fraco.
Andariel estava de olhos arregalados, crente que seria assassinada naquele instante pelo aliado de Lilith quando uma explosão de faíscas mudara o curso daqueles acontecimentos.
Logo após ver que seu golpe de espada havia sido bloqueado pelo punho de metal da armadura de um Guerreiro, Dionísio usara uma de suas habilidades de Bardo e saltara vários metros para trás em segundos.
Poucos Guerreiros ousariam intervir e contra atacar o Bardo, ficando assim na mira da vingança de Lilith. Contudo, o Guerreiro que protegera Andariel não era qualquer um. Era um veterano tão poderoso e famoso quanto a ruiva.
—Não tem vergonha de atacar um jogador mais fraco, Dionísio? – dissera o sujeito, sua voz soando metálica por trás do capacete prateado que cobria sua cabeça – Pensei que estávamos todos do mesmo lado essa noite.
—Leonel… digo, Hércules! – resmungara o Bardo, sabendo agora que não haveria retaliação, afinal, conhecia aquele Guerreiro havia muito tempo – Não sente vergonha em usar poções de invisibilidade? Há quanto tempo estava aí?
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