Contos Eróticos: O Ponto I romance Capítulo 81

Leonel deixara o Camaro em um estacionamento próximo à avenida e fora com Isadora até a orla da praia, onde caminhavam agora descalços sobre a areia beira-mar. O sujeito havia dobrado a barra da calça até quase os joelhos e usava uma camisa social branca, com a gravata vermelha afrouxada e a gola aberta. Isa apenas carregava a sandália que vestira para sair, pois o vestido branco que usava era curto e não era atingido pelas ondas do mar.

—Então você vai mesmo embora? – indagara o sujeito. Leonel usava óculos de armação quadrada, grande, fina e escura. Era impossível não o ver como um executivo nerd de alguma empresa de tecnologia.

—Pretendo partir depois que o curso acabar. Papai e mamãe vão se mudar para Washington e estabelecer os escritórios de seus negócios lá – respondera a nerd – Eu já estou fechando acordo em um apartamento em Cambridge. Sinto é que é hora de crescer, ter meu próprio lugar, minha própria vida. Como você.

—Moro só porque é conveniente para os negócios. Fico bem perto de tudo e nunca me atraso. Mas sou muito ligado à minha família. Eu, meus irmãos e minhas irmãs quase sempre estamos almoçando com nossos pais – dissera o rapaz segurando os sapatos em uma mão e arrumando os cabelos com a outra – Família é importante. Assim como os amigos. São nossa base de apoio.

—Eu sei, sempre terei o apoio deles. São meu alicerce. Falando em família, você tem alguém especial? Sempre vemos Trixie te acompanhando, mas não é sua namorada, como já disse – indagara Isadora.

—Trixie é uma amiga especial, mas a conheço muito para namorarmos. Não estou dizendo que não confio nela, apenas que sei que não conseguiria lidar. Pense em um furacão – comparara o rapaz – Trixie é o olho do furação e eu sou uma brisa matinal perto dela… não tenho ninguém especial. O trabalho é minha esposa, como foi a de meu pai e de meus irmãos por muito tempo. Talvez um dia surja uma mulher que vá disputar com essa dama voraz – sorrira ele.

O sorriso de Leonel era devastador e derretia corações, inclusive o de Isa.

—Tenho certeza que ela será muito sortuda por ter você.

—E quanto a ti? Alguém especial? Josh? – indagara Leonel.

—Josh… – Isadora ponderara as palavras, não queria dizer nada que viesse a se arrepender depois – É um amigo, como Trixie e você. Trabalhamos em um projeto junto, fizemos alguns trabalhos, saímos juntos algumas vezes. Não é um namorado ou algo assim.

Leonel parara de caminhar e a garota fizera o mesmo. Aproximando-se dela, se inclinara para frente e a beijara nos lábios. Um beijo demorado, molhado e salgado, beijo com gosto da brisa que vinha do mar. Dessa vez, como na anterior semanas antes, os óculos de ambos nerds se chocaram e ficaram arranhando um no outro, fazendo um barulho incômodo. Mas pelos segundos que o beijo durara nenhum dos dois fizera nada para mudar.

Quando finalmente suas bocas se afastavam, Isa erguera os pés na areia e segurara a face do amante com as duas mãos, sentindo sua barba feita naquela mesma manhã enquanto seus lábios carnudos envolviam os dele e suas línguas dançavam uma com a outra. Queria sentir a saliva daquele homem e o gosto do mar em sua boca para sempre.

Uma brisa gelada viera de baixo da ponte passando pelo casal e esvoaçando os cabelos negros, longos, cacheados e soltos da menina, bem como levantando a saia de seu vestido, mas ela não se incomodara. Pequenos detalhes não eram capazes de alterar aquele momento maravilhoso.

—Ainda se lembra… daquele dia? – sussurrara o sujeito.

—Claro que sim…

Retirando a mão que estava no bolso, Leon segurara a mão da garota e a levara discretamente até o volume entre suas pernas. Isadora tremera dos pés à cabeça. Felizmente podia alegar a tremedeira ao frio naquele lugar.

—Se lembra de tudo? – provocara ele.

—De cada detalhe – respondera ela com um sorriso de dentes brancos.

—Gostaria de repetir? – continuara avançando o sujeito.

A primeira resposta na mente da jovem fora sim, mas então se lembrara de Joshua, dos encontros, os beijos, os toques e claro, a chupada que dera no pau daquele outro pedaço de mal caminho. Definitivamente queria fazer aquilo, mas não tinha certeza se devia.

Leonel transava com Trixie e Trixie era apenas uma amiga. Logo, ela seria apenas mais uma amiga também. Era isso o que queria? Não tinha certeza sobre a resposta para essa pergunta. Se desejava aquele homem bem diante de si? Claro que desejava, mas agora se imaginava sendo mais uma em sua longa lista de conquistas.

—Adoraria… – respondera – Mas não hoje… logo tem sua reunião e preciso estudar. Podemos combinar um dia, encontrarmos outro tempo livre como agora.

—Quando você quiser, posso alterar minha agenda a qualquer momento que deseje, basta dizer – respondera a garanhão.

—Farei isso. O que quero agora é que me beije mais – pedira ela.

—Com prazer. Mas o que eu gostaria mesmo era… – a frase ficara suspensa no ar enquanto o sujeito fitava o decote generoso da garota. Aquela mesma mão que havia segurado a dela subira até quase tocar um dos seios, parando no meio do caminho sugestivamente.

Isadora respirara fundo. Não queria dizer sim, mas não conseguia dizer não. Eram tantas vontades e tantas dúvidas que não sabia o que fazer.

—Vamos fazer um acordo – dissera ela – Ali… – apontara para as rochas em um canto com o olhar – Está longe das vistas de qualquer um…

—Está deserto aqui – dissera ele sorrindo.

—Está distante das vistas de qualquer um que possa aparecer – emendara a garota ressaltando o final da expressão – Se me prometer que será apenas isso, posso lhe deixar me fazer alguns carinhos.

—Você quer? – provocara o sujeito.

—Por que deixaria se não quisesse, querido? Pareço alguém que faz algo que não tenha vontade? – desafiara ela – Sabe que confio em você. Vamos logo. Não quero que se atrase para sua reunião por minha culpa – rira ela, correndo em direção às rochas.

Leonel sorrira enquanto o vento desarrumava seus cabelos. Aquela era uma garota diferente das outras. Ele não sabia o que via nela, mas sabia que sentiria falta quando ela partisse. No momento, era melhor correr se quisesse provar o conteúdo daquele delicioso decote que a menina tinha.

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