—Vou aguardar ansioso… – respondera o rapaz, voltando a atenção para o monitor de seu terminal de estudos novamente.
Sem que a dupla percebesse, uma terceira pessoa ouvira a conversa entre ambos atentamente. Trixie estava falando com Darlam no terminal vizinho ao de Josh e se focara no assunto dos outros dois tão logo ouvira Joshua pedir por um momento da atenção de Isa.
Voltando para seu próprio computador, a garota se certificara de não estar sendo observada por ninguém e pesquisara online por apresentações em pubs na cidade vizinha no dia seguinte. Não demorara para encontrar a banda Age of Wonders com agenda no local citado por Josh.
—Posso falar um minutinho com você? – sussurrara a loira, se sentando ao lado de Leonel e recostando a cabeça em seu ombro. O sujeito tinha o olhar fixo aos códigos que programava na tela. Seus dedos digitavam centenas de letras por minuto, tão rápido que ele mesmo não saberia explicar como.
Voltando a atenção para a garota, Leonel contemplara aquele par de lindos olhos azuis o fitando, com um sorriso convidativo e sedutor nos lábios rosados.
—Posso ajudar em alguma coisa? – indagara ele.
Era óbvio que sim. Sempre que Trixie se aproximava, ele a ajudaria em algo.
—Vai estar ocupado amanhã à noite? – perguntara a loira diretamente.
—Estou programando um novo jogo e quero abrir um Closed Beta até o fim desse ano, então devo passar o dia no trabalho – Closed Beta era quando parte de um jogo ainda não oficialmente concluído era disponibilizada online para que um grupo de jogadores o testasse. Desenvolvedores de jogos costumavam fazer isso a fim de obter uma opinião antecipada dos jogadores sobre o produto que seria vendido futuramente – E tenho duas reuniões, sendo a última por volta das dezenove horas. Depois disso e de um bom banho, estou livre. O que precisa?
A garota tocara o lábio inferior com o indicador pensando.
—Phoebe e eu estávamos vendo notícias sobre a cidade online e achamos um barzinho em uma cidade vizinha onde uma banda indie irá tocar… e eles têm diversas músicas que gosto no repertório. Estava pensando em conferir…
—Precisam de carona?
—Na verdade – Trixie já havia planejado o que dizer, era como se estivesse jogando com cartas marcadas – Ela tem um compromisso, então fiquei sozinha dessa vez. Posso ir dirigindo, apenas não quero ir sozinha. E sinceramente, entre chamar outras meninas e você, não preciso dizer qual é minha primeira opção.
—Onde será a apresentação? Não precisa dirigir. O Camaro está na oficina, mas posso pegar outro carro. Mas só vou estar livre por volta das nove horas – explicara Leon – Tenho uma empresa para administrar. Ser o CEO e ter tempo livre para passeios sempre é coisa de livros. No mundo real, trabalhamos até em finais de semana – rira ele.
Trixie tinha de admitir ao menos para si mesma. Apenas ouvir aquele homem falando a fazia amolecer as pernas.
—Alguém nessa sala o conhece melhor que eu, querido? – provocara a loira – Se há uma pessoa aqui que sabe o quanto lutou e luta por tudo que tem, essa pessoa sou eu. E sabe disso. E posso esperar, apenas me diga que horas devo estar pronta para sairmos. Será em um pub de Hill Valley.
—Te ligo assim que acabar a última reunião e combinamos os detalhes.
—Vai ser ótimo, amor, prometo – dissera a garota se afastando – Vou voltar a estudar e o deixar em paz para programar. Nos falamos depois.
Leonel argumentara que ela nunca o incomodava. Talvez ele fosse a única pessoa no mundo que conhecia a verdadeira Trixie e não se importava com sua personalidade ou com suas máscaras.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contos Eróticos: O Ponto I