Contos Eróticos: O Ponto I romance Capítulo 90

—Linda voz – comentara ela – Isso me lembra que ainda preciso assistir sua banda qualquer dia, conferir sua performance ao vivo. Amo sua voz – sussurrara – E adoro muitas outras coisas também – emendara virando a face na direção da janela enquanto esboçava um sorriso observando os faróis dos outros carros passando por eles na rodovia.

—Infelizmente – dissera o rapaz – Tudo que é bom, realmente dura pouco e em breve terei de deixar a banda, deixar tudo por aqui. Não posso correr de meu destino para sempre…

—Então se decidiu? – perguntara a nerd.

—Algumas escolhas nunca são fáceis – Josh tinha as duas mãos ao volante e os olhos fixos na pista enquanto falava – Sempre criamos raízes onde ficamos, fazemos amigos que consideramos família ou algo mais e nos desapegarmos é sempre um processo complicado. Mas como você mesma disse, Harvard é o melhor para o seu futuro e para isso, tem de deixar a família e os amigos para trás. Isso me faz pensar que o melhor para nós, nunca vem sem que tenhamos de fazer alguns sacrifícios no processo. Não sou uma exceção.

Isa voltara o olhar para a expressão séria do sujeito. Queria dizer algo que o confortasse, mas sabia que não havia o que dizer. Seus caminhos em breve se dividiriam e cada um seguiria para onde era melhor. Dizer que as coisas seriam diferentes era dar falsas esperanças.

—Como queria poder enforcar aquela víbora – comentara Isadora mudando de assunto. No fundo, era também um desabafo.

—Esqueça aquela maluca. Em poucos dias vamos ter um breve descanso e quando voltarmos será o último módulo do curso – comentara Josh – Não deixe que ela tire sua concentração das coisas que realmente importam.

Isadora suspirara erguendo uma das sobrancelhas e torcendo os lábios. Por mais que desejasse protestar, Joshua tinha razão. Trixie não valia o trabalho.

—Já prevejo os professores nos abarrotando de trabalhos. Vão nos colocar para fazer tarefas de meses nas duas semanas de férias…

—Talvez, mas ouvi um boato que Miss Wingates ordenou que deixem todos livres para elaborarmos nossos planos de TCC. Espero que seja verdade – por um breve momento, Isadora contemplara um sorriso na face do amigo desde a briga horas antes naquela noite – Mudando de assunto, me deixe falar com sua mãe quando a deixar em casa. Você não teve culpa de nada, se alguém tem de assumir a responsabilidade pelo que aconteceu, sou eu.

A garota estreitara o olhar. Embora o rapaz tivesse o olhar fixo na rodovia, Isa sabia que a encarava com o canto dos olhos eventualmente.

—O que o faz pensar que ela não acreditaria em mim quando dissesse que não tenho culpa de nada? Meus pais me conhecem bem o bastante para saber que jamais me meteria em uma enrascada assim por atitude própria, é óbvio que fui ingênua de cair na provocação de outra pessoa – esclarecera a nerd. O tom acusador deixara Josh desconfortável pelo que dissera antes, mas ela não se arrependia – Tente entender, não estou dizendo que não quero sua ajuda, mas não preciso que fale por mim com minha mãe. Deixe que eu resolvo isso.

—Se é o que deseja, respeito sua decisão – respondera o rapaz – Apenas me sinto desconfortável porque estive na porta da sua casa e falei com sua mãe pessoalmente, entende? Sinto que fiquei responsável, mesmo sendo adulta e não cumpri a minha parte. Gostaria de me desculpar com ela.

A garota virara a face novamente, ponderando. Homens superprotetores, o tipo mais complicado que existia. Mas não podia negar que gostava da atenção.

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