Desejo Pecaminoso romance Capítulo 17

Cap. 17

Adele

1 mês depois....

Meu corpo treme sobre a cama, não suporto mais esse frio no quarto. Já faz uma semana que o aquecedor do meu quarto deu um problema. Tio Théo já ligou para o técnico, porém, o técnico só poderá vir na segunda-feira pela manhã.

Já faz um tempo que não vejo Jones. Todos os dias é a mesma coisa, me tranco no quarto que virou meu refúgio, é só passar pelas portas que, automaticamente, o choro vem. Jones brincou com o meu coração, alimentou o que eu sentia por ele e depois pisou nele como se não fosse nada.

A comida não tem mais o mesmo gosto, nada mais faz sentido para mim. Não sem ele, ao meu lado. Tio Théo fica preocupado, me pergunta o que está acontecendo, mas sempre digo que não é nada. Mas sei que ele desconfia de algo. Ele desconversa mudando de assunto, me faz rir das suas piadas que nem fazem tanto sentido, mas pela sua felicidade em dizê-las, fico feliz por ele tentar me fazer sorrir.

Hoje ele irá nos levar para uma boate aqui em Boston, bastante conhecida. Disse que estou precisando me divertir.

Jones Marshall

Em um momento de fúria e exaltação, jogo tudo que estava em cima da minha mesa no chão. Minha vida está um tormento, não consigo trabalhar ou prestar a atenção nas reuniões da empresa, a todo momento me lembro do olhar de Adele, quando aquela vadia deu a notícia que iremos nos casar.

Já estava tudo preparado, para quando voltássemos de viagem. Tinha comprado uma casa afastada de todos, onde poderíamos viver o nosso amor sem interrupções de pessoas intrometidas, que não poderiam compreender o que sentimos um pelo outro.

Contudo, tudo foi pelo ralo quando aquela desgraçada jogou sobre a mesa centenas de fotos íntimas minha e de Adele, principalmente durante a viagem a Paris. De algum modo, a vadia contratou um detetive para me monitorar. Nunca senti vontade de tirar a vida de um ser humano, mas devo confessar que sinto esse desejo todas as noites que volto para casa.

Como o previsto a vagabunda me chantageou, dizendo que se não casasse com ela divulgaria todas as imagens, assim todos saberiam o tipo de relação o pai tem com a própria filha. Como não queria prejudicar a imagem de Adele, preferir me calar e aceitar o que estou sendo obrigado. Pelo menos, até conseguir encontrar uma solução para resolver toda essa merda.

Porém, deixei claro que a faria sofrer com a minha rejeição e desprezo. Que jamais me teria na cama novamente, isso não acontecerá. Não mais. A mulher que amo está longe de meus braços e carícias, ainda assim dentro do meu coração.

Chego do trabalho fazendo os mesmos passos de todas as noites. Entro no quarto, olho com desprezo a mesma cena de sempre. Louise deitada sobre a cama usando uma mini lingerie que não cobre absolutamente nada, mas não sinto nada além de nojo e desgosto por estar me sujeitando a essa porcaria de vida.

Passo diretamente para o banheiro, quando estou me ensaboando sinto seus braços rodearem minha cintura. Viro rapidamente jogando suas mãos para longe de mim.

— Já deixei mais que claro, que não quero suas mãos imundas em mim — esbravejo pegando a toalha e saio do banheiro, com seus passos colados nos meus. — Nem preciso lembrá-la, que não precisa me esperar.

— Já estou exausta, Jones! O trato não foi esse. — Todas as noites é a mesma ladainha.

— Não sei o que se passa nessa sua cabeça. Você me queria ao seu lado e aqui estou, porém, deixei claro que nunca irei amar você, sua piranha. — Passo por ela indo para o closet.

— Se eu não terei o seu amor, aquela vadia também não terá — Louise grita histérica, dou meia-volta encurralando-a na parede com a minha mão em seu pescoço.

— Dobre a sua língua para falar de Adele. Se você ainda está respirando é porque eu permito... Agora se eu ouvir você falando alguma merda relacionada a ela, cortarei essa sua língua envenenada.

Termino de me arrumar, saio de casa com uma vontade imensa de torcer o pescoço de Louise. Estou exausto.

Adele Miller

Gosto do tio Théo por ele não me tratar como uma criança indefesa, como Jenna sempre me tratou. Como não tinha roupa para ir a uma balada, ele me levou até o shopping e me ajudou escolher algumas. Entre os três modelos que escolhi, opto por um preto colado, seu comprimento que vai até à metade de minhas coxas, calço um salto da mesma cor, porém, não muito alto.

Não quero chamar muito a atenção, quero me camuflar entre as pessoas, sendo assim não serei notada e não arrumarei problemas.

— Vamos, Adele.... — Tio Théo diz entrando no quarto. Ele me olha dos pés à cabeça. — Você está muito linda.

— Não é para tanto...

— Sim, é sim. Mas agora vamos.

Assim que chegamos à boate, tio Théo segurou as minhas mãos para passarmos entre as pessoas que se aglomeram na entrada. Quando enfim entramos, fico encantada com a luxúria do lugar, é diferente das outras que fui. Olho para cada canto admirando a beleza do local. A boate possui uma área vip, mas Théo disse que gostava da multidão, até gostei, pois também prefiro dançar solta na pista.

— Fique aqui, vou buscar nossas bebidas. — Poucos minutos depois, ele volta. — Demorei? — Ele me entrega um dos copos que estava trazendo.

— Não — respondo e dou o primeiro gole, sentindo o sabor gostoso da tequila.

— Espero que seu pai não me mate quando descobrir que a trouxe para cá.

— Não se preocupe, ele não vai saber. — Ele me olha com um pequeno sorriso nos lábios, dou de ombros bebendo mais um pouco da bebida.

— Querida... — Depois de um tempo ele me chama a atenção. — O que você acha de ir dançar um pouco, enquanto me divirto com aquela loira? — Ele aponta para a mulher no canto mais afastado, mesmo de longe consigo ver o seu olhar faminto na direção dele.

Sorrio para ele, e sigo para a pista de dança, enquanto ele vai até a mulher. Balanço meu corpo na batida eletrizante de Alok, um dos melhores Dj’s. Quando a música termina, vou até o bar para abastecer mais uma vez meu copo.

Voltando para a pista, danço na melodia de uma das músicas, que mais estou ouvindo nesses últimos dias. Camila Cabello -  Crying in the Club.

Você acha que vai morrer sem ele

Você sabe que isso é uma mentira que conta a si mesma

Agora você teme dormir sozinha para sempre

Não é verdade, não é verdade, não é verdade, não

Então me abrace hoje à noite

Deixe a música te levar

Como se você nunca tivesse estado tão chapada

Abra seu coração para mim

Deixe a música te levar

Como se você nunca tivesse estado tão livre

Até sentir o pôr do sol

Deixe a música aquecer o seu corpo

Como o calor de mil incêndios

O calor de mil incêndios

Sem essa de não chorar na balada

Deixe a batida levar suas lágrimas enquanto caem

Sem essa de não chorar na balada

Com um pouco de fé, suas lágrimas viram êxtase

Sem essa de não chorar na balada

Sem essa de não chorar na balada

Sem essa de não chorar na balada

Você acha que vai morrer sem ela

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