Desejo Pecaminoso romance Capítulo 18

Cap. 18

Jones Marshall

Quando vi Adele passar por aquelas portas, meu coração pulou dentro do peito. Estava morrendo de saudade, já não aguentava mais ficar longe dela. Fiquei observando ela a todo instante, sem desviar o olhar por um segundo. Quando o irresponsável do Théo a deixou sozinha, notei os olhares dos homens ao seu redor, devorando-a com o olhar.

Essa pequena mulher tem o poder de mexer com a minha estrutura. Adele é minha e de mais ninguém. Não vou permitir que outro tome o meu lugar na sua vida. Vou lutar pelo seu amor, nem que tenha que tirar algumas peças do tabuleiro.

Quando o seu olhar se fixou no meu, vi confusão neles, mas também vi a sua excitação. Desci imediatamente, não estava mais conseguindo controlar a minha ansiedade. Tive a oportunidade de explicar tudo que tinha acontecido, para ter mudado de decisão tão rapidamente já que havia prometido ao meu anjo que ficaríamos juntos depois da viagem. E isso em breve vai acontecer, é só uma questão de tempo.

Termino de beber o último gole de whisky, quando estou pronto para sair da casa noturna, meu celular toca no bolso da calça.

— Olá, Dr. Xavier, como vai? — Xavier, é o médico da família. Sempre que tenho tempo, vou ao seu hospital fazer realizar exames que costumo fazer todos os anos.

— Olá, Sr. Marshall, estou bem!

— Qual o motivo da ligação, doutor?

— Jones, estou ligando devido à entrada do seu irmão aqui no hospital, ao lado de... — Ele faz uma pausa. — Adele Miller Marshall, a sua filha, Jones. Os dois sofreram um acidente de carro. Preciso que o senhor esteja aqui o mais rápido possível.

Sinto um aperto no peito e a falta de ar, me sinto desorientado por um instante. O desespero e o medo se apoderam de mim. Em um estalo, volto para a realidade, saio rapidamente da boate e sigo em direção ao hospital.

— Estou a caminho, doutor.

Chego ao hospital, transtornado, por pouco no caminho não causei outro acidente. Na recepção procuro pelo doutor, que não demora muito para vir em minha direção assim que me vê no corredor.

— Doutor, como eles estão? Não quero que me esconda nada. — Devido ao meu desespero e angústia atrás de informações, minha voz sai estrondosa.

— Fique calmo... vamos por partes. — Calmo é a última coisa que estou nesse momento, porém, não irei interrompê-lo. — Vou começar falando sobre o estado do seu irmão. Théo quebrou duas costelas ambas ao lado esquerdo, tinha cacos de vidro perfurando seu abdômen, mas os cortes não são profundos. Ele está na sala de cirurgia agora, por ora seu estado está estável, sem maiores riscos. Já a moça...

— O que tem ela? Vamos diga! — O nível de preocupação que estou agora, está me deixando louco.

— Sua filha perdeu muito sangue devido a um corte que sofreu na cabeça, por esse motivo precisa urgentemente fazer uma transfusão. Porém, o tipo sanguíneo de Adele é bastante raro. Olhamos no banco de sangue e nenhum é compatível com o dela.

— Como assim não tem no banco de sangue? O que devemos fazer agora, doutor? Me explique que tipo de sangue é esse. — Isso só pode ser um terrível pesadelo.

— O tipo sanguíneo de Adele, é RH nulo, conhecido também como sangue dourado! isso significa que o seu tipo de sangue não possui antígenos como o restante dos outros tipos sanguíneos, seus glóbulos vermelhos não têm antígenos A, B, nem RHD. — Ouço tudo atentamente, tentando entender cada palavra que o doutor diz, mas a todo momento só consigo pensar na mulher que conseguiu revirar meu mundo de ponta cabeça. — Sugiro, que você mande chamar a mãe de Adele, já que você tem bolsas de sangue aqui, e, infelizmente, seu tipo sanguíneo não é compatível com o dela, Jones. E esse sangue é adquirido de maneira hereditária, ou seja, pai e mãe são portadores dessa mutação, e como o seu não é compatível a nossa última opção é a mãe de Adele.

O médico sai me deixando em um vendaval de frustração. Preciso avisar Jenna, rapidamente tiro o celular do bolso e ligo para ela. Em poucas horas ela estará aqui, mandarei o jatinho para buscá-la.

Depois de horas andando de um lado para outro, uma enfermeira se aproxima. A mulher de meia-idade mantém um pequeno sorriso no rosto, ela fica à minha frente e diz:

— Sr. Marshall? — Aceno para ela. — Vim informá-lo que seu irmão já saiu da sala de cirurgia. Tudo ocorreu bem. — Pelo menos uma notícia boa, Théo é o meu irmão mais novo, independentemente de qualquer coisa, ele é o que sobrou da família. O amo muito e não aguentaria perdê-lo.

— Quando poderei vê-lo?

— Assim que ele acordar, chamarei o senhor — ela informa e depois se retira.

Enquanto espero Jenna chegar, ligo para o meu detetive particular. Quero que ele apure todos os detalhes desse acidente, preciso saber o que motivou esse desastre. Talvez Théo tenha sido o culpado, e se for esse o caso ele pode ter ferido mais alguém.

Depois que expliquei tudo para o detetive, ele informou que irá até o local do acidente. Enquanto isso vou até à cantina do hospital, preciso tomar um café extraforte só assim para acalmar um pouco os meus nervos. Após alguns minutos, termino meu café e volto para a sala de espera.

Quando já está amanhecendo, vejo Jenna passar pela porta principal. Levanto-me ansioso para levá-la até à sala de transfusão, e assim verei o meu anjo bem. Jenna caminha em passos decididos, de repente sinto o meu rosto queimar com o grande tapa que ela desferiu em meu rosto. Incrédulo passo minha mão no local, tentando reprimir o ardor.

— Seu irresponsável, minha filha está em uma cama de hospital por sua culpa. Como foi permitir que ela saísse para uma boate? Se ela estivesse em casa, nada disso teria acontecido. Pensei que pudesse confiar em você, mas vejo que não!

Se Jenna imaginasse o que anda acontecendo, eu não levaria somente um tapa. De qualquer modo ela não sabe os reais motivos para Adele ter ido parar em uma boate. Quando estou prestes a dizer algo, o Dr. Xavier nos interrompe.

— Creio que a senhora seja a mãe de Adele. — Jenna responde que sim, dando um aperto amigável no médico. — Preciso que a senhora me acompanhe até à sala de exames, o caso de Adele é bastante grave, não temos tempo a perder.

O doutor sai caminhando e Jenna o segue logo atrás. Sento-me em uma das cadeiras, rezando baixinho para que tudo dê certo. Um tempo depois Jenna volta da sala, mas a sua expressão não me agrada.

— O que aconteceu, por que está com essa cara? — Ela me olha por um momento antes de responder.

— Meu sangue deu negativo. Ele não é compatível com o de Adele. — Ela solta um suspiro, chorando logo em seguida me deixando apreensivo.

— Como assim, seu sangue não é compatível? O Dr. Xavier explicou que a genética está nos pais, e se eu e nem você é, então.... o que deu errado? — Seu choro se intensifica, ela se senta e eu faço o mesmo sem saber o que fazer.

— Não sou a mãe verdadeira de Adele, sou a tia dela. — A encaro sem acreditar no que estou ouvindo.

Quando suas palavras penetram minha mente, é como se levasse um soco no peito. Estou confuso, lembro bem quando fiz um teste de DNA comprovando que eu era o pai da criança. Em um fio de voz, sentindo minha garganta seca pergunto:

— Então... onde está a mãe de Adele? — Jenna, passa a mão no rosto chorando ainda mais.

— Esse é o problema... A mãe de Adele, é minha irmã que está morta há muito tempo.

Estou me sentindo como se estivesse em meio a teias de aranha, já não consigo entender nada do que Jenna está dizendo.

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