Desejo Pecaminoso romance Capítulo 22

Cap. 22

Jones

Nunca imaginei ter esse tipo de conversa que pretendo iniciar com Jenna. Adele subiu já faz um tempo, agora estou na sala olhando a mulher que me encara prestando bastante atenção em cada um dos meus movimentos.

— O que você quer conversar comigo? É Adele, não é... Você não quer mais ficar com ela na sua casa, até a formatura? — A sua fala é quase inaudível.

— Não, não é isso. Oh... Caralho, nem sei como começar a droga dessa conversa. — Levanto-me do sofá passando as mãos pelos meus cabelos. — A minha vida mudou drasticamente quando busquei Adele, aqui nessa maldita sala quando a vi sentada me esperando terminar a ligação, eu já previa o reboliço que iria acontecer. Juro que tentei, lutei comigo mesmo para não acontecer o pior, mas falhei miseravelmente e acabei perdendo.

— Que porra você tá tentando me dizer, Jones? — Ela também se levanta.

— Eu me apaixonei por Adele, antes mesmo de saber a verdade já a amava. Já tinha em meus braços... — Jenna reduz o pequeno espaço entre nós e acerta um tapa em meu rosto.

— Seu doente, filho da puta. Você está louco é isso? Que tipo de piada é essa? — Ela se prepara para desferir mais um tapa, porém, seguro sua mão no ar.

— Basta, Jenna.

— Como você pôde fazer isso com a minha menina? Você poderia ser o pai dela e mesmo assim a levou para a sua cama.

— Eu vou me casar com ela, após a formatura. — Ela coloca as mãos sobre a boca, horrorizada com o que acabei de dizer.

— Oh, céus... Isso só pode ser um pesadelo, é isso estou ficando louca — Jenna protesta.

— Sinto muito, mas é a verdade. Eu amo aquela garota, não vou permitir que a tirem de mim.

— E a sua mulher, ela está grávida...

— Não me casarei com aquela mulher, se o filho for meu realmente darei todo o suporte necessário, mas isso não mudará o fato que quero Adele como minha mulher. É apenas ela que ocupa o espaço no meu coração. — Ela balança a cabeça freneticamente, reprovando minhas palavras.

— Não vou abençoar esse relacionamento.

— Sinto muito... Entretanto, a sua reprovação não mudará nada. — Olho em direção às escadas, Adele desce ao lado da sua amiga.

— É isso mesmo, Adele? Você ainda é nova, não sabe o que está fazendo.

— Nada disso aconteceria se você não tivesse indo em frente com a sua mentira. Você não tem o direito de nos julgar... Você jamais iria falar a verdade se o acidente nunca tivesse acontecido. E olha o que fez... Mesmo sem querer, você nos colocou na vida um do outro.

A minha pequena atravessa a sala ficando ao meu lado. Envolvo meus braços ao seu redor, sendo o seu apoio. Sinto o seu corpo tremer com o seu nervosismo ao mesmo tempo que está sendo corajosa. Sem dúvidas a quero para mim, ela sempre foi minha, sempre. Jenna apenas cuidou dela, para no fim entregá-la de bandeja. Ninguém no mundo será capaz de tirá-la de mim.

— Tudo que Jones fez, foi porque eu permiti. Eu o queria tanto quanto ele me queria, nada foi forçado pelo contrário, eu também o amei assim que meus olhos pousaram sobre os seus. Então sim! Eu me casarei com ele, com ou sem seu consentimento.

— Pois bem, já que não precisam da minha aprovação para nada... hum... Não serei mais sua mãe, não quero mais saber de você. Eu não quero que venha mais na minha casa e muito menos quero saber dos dois. AGORA, FORA — Jenna esbraveja alterada.

Seguro a mão de Adele, pego seu casaco e saímos sem olhar para trás. No caminho até o carro ela se despede da amiga, em seguida vamos embora.

***

1 Semana depois

Adele Miller

Esses últimos dias foram insuportáveis com a presença indesejada de Louise, não vejo a hora dessa criança nascer e ela finalmente ir embora. Não costumo ficar andando pela casa, quando Jones não está.

No meu peito carrego o peso por ter enfrentado Jenna, imaginei que fosse dolorido e que de certa forma seria daquela maneira. Mas não esperava pela sua rejeição, ela me apagou de sua vida e se for preciso farei o mesmo, assim como preferiu fazer comigo.

Não se é errado amar, não escolhemos por quem nos apaixonamos, apenas acontece. Lutei, fiquei confusa diante os sentimentos que foram crescendo a cada dia por Jones. No final fomos sortudos por não termos vínculo sanguíneo, não será fácil por ele ser mais velho e o pequeno fato da mídia saber que já fomos considerados pai e filha. Entretanto, vamos superar qualquer obstáculo, juntos.

Olho o tempo chuvoso através do vidro do carro, Will, está me levando de volta para casa. Hoje por ser o último dia de aula antes da formatura, estou voltando um pouco mais cedo para casa.

O carro estaciona em frente à casa, desço e entro. O lugar está em completo silêncio, Jones foi trabalhar, Maria teve que sair para resolver algumas coisas no centro, apenas Louise está em casa.

Subo as escadas, ao passar em frente à porta de Louise vejo que está entreaberta. De repente sinto uma vontade imensa de espionar o que a megera está fazendo. Sem fazer barulho olho pela fresta da porta para saber se ela está no quarto ou banheiro, quando percebo que Louise não está no cômodo, entro por completo. Ouço o barulho do chuveiro ligado, aproveito para olhar melhor.

Vejo a porta do closet aberta, ando com cuidado para não fazer nenhum som indesejado. Sorrateiramente vou me aproximando, observo atentamente os detalhes, até que meus olhos se fixam em um pano de esponja avantajado, em formato de barriga. Quase caio para trás quando ouço o barulho do chuveiro sendo desligado, saio correndo do quarto antes que de ser pega em flagrante.

Entro no quarto de Jones rapidamente e me tranco, levo minha mão até meu peito massageando devido à adrenalina. Que desgraçada, filha da puta. Ela não está grávida coisíssima nenhuma, está nos enganando, nos fazendo de palhaços. Contudo, hoje a palhaçada terá um fim. Essa puta vai sair dessa casa, nem que seja necessário que eu mesma a tire.

***

Espero ansiosamente Jones chegar, meus nervos estão à flor da pele. Quando ouço as batidas na porta, me certifico que é ele, ando em passos largos para abrir.

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