Quando a porta se abriu, Georgia olhou para Damian com nada menos do que antipatia e hostilidade.
— O que quer aqui, senhor Lancaster? — ela perguntou, fazendo questão de mostrar o quão desprezível ela o achava.
— Georgia, eu vim falar com Julian.
Ele não a chamava de “senhora”. Nunca. E isso fazia Georgia querer soltar fogo pelas narinas, literalmente. Os dedos se abriam e fechavam sempre que os olhos recaíam sobre Damian, o lembrete de que o filho dela sempre seria o segundo filho. E o pior: um bastardo.
— Meu filho não tem…
— Mãe, deixa. — A voz de Julian soou de dentro do quarto. Damian manteve o olhar sério, mas com um toque de cinismo, ao encarar Georgia após as palavras do filho dela. À contra-gosto, ela deu um passo para o lado e deixou Damian entrar.
— Preciso falar com ele à sós. Pode nos dar licença, Georgia?
Ela não queria, mas Julian piscou de uma maneira que era um pedido. Bufando, ela saiu e deixou os dois sozinhos. Damian olhou para o meio-irmão e se aproximou alguns passos.
— Em primeiro lugar, eu quero agradecer por ter colocado a cadeirinha no lugar certo, ou Oliver teria se machucado. — Damian falou. — E vou agradecer por ter dado apoio a Lauren nos anos em que estivemos separados, mesmo que suas intenções não tenham sido louváveis.
Julian estava com um braço quebrado, uma perna imobilizada, duas costelas rachadas e o rosto batido e arranhado. Porém, ele ainda mantinha um ar de superioridade e deboche. Damian pensou consigo: “Se Lauren te visse agora, eu queria ver o que ela acharia!”
Desde pequenos, Julian sempre foi falso. Ele costumava cometer pequenas travessuras e jogar a culpa em Damian, quando as coisas saíam do controle. Mesmo não gostando de Georgia, Damian tentou ser um bom irmão, afinal, ele queria ter companhia. E ele demorou um tempo até perceber a natureza do garoto.
— Se está… tão grato… por que não me… não me dá Lauren?
Damian moveu a mandíbula de um lado para o outro e esboçou um sorriso feio.
— Lauren não é um brinquedo para ser dado. Ela não é uma coisa.
Julian soltou uma risada gorgolejante.
— Ela é uma mulher. Bonita, inteli… inteligente.
Damian chegou a Julian em duas passadas longas.
— Não se atreva!
— Você já a usou bastante… não me importo… de ter uma mulher de segunda-mão. Ela é… gostosa.
Damian levantou o punho.
— Vai. B**e.
— Seu desgraçado!
— Se você machucar o meu filho…
— É melhor cuidar da própria vida do que ficar me ameaçando, Georgia. — Ele falou e saiu andando. Damian não disse nada sobre estar investigando o que ocorreu anos antes. Ele tinha o pressentimento de que aquela mulher tinha dedo no ocorrido com a mãe dele!
Ao voltar para onde Oliver estava, Damian viu Lauren cochilando a um canto. Ele aproximou-se e a cobriu com um cobertor, antes de se acocorar e observar a mulher.
Os cabelos dela estavam aparecendo por baixo da tintura e ele se lembraria de pedir que ela não pintasse mais. Ele amava a cor natural dos cabelos dela. Damian sorriu de leve e passou as pontas dos dedos pelo rosto dela. Lauren parecia ainda mais bonita, naquela noite.
Ela se remexeu e abriu um pouco os olhos. Assim que viu Damian, a primeira coisa que Lauren fez foi esboçar um sorriso, porém, ela logo fechou a expressão e sentou-se direito.
— Damian? Ainda não foi embora? — ela perguntou e olhou confusa para o cobertor.
— Não vou embora. Se você quiser ir pra casa e descansar, eu fico aqui. — Damian falou baixinho e o tom dele, carinhoso, mexeu com Lauren. Mas ela afastou o sentimento. Damian não era confiável!
— Não. Eu vou ficar com Oliver. É melhor você ir pra casa e ficar com a sua mãe.
Damian suspirou. Loui tinha ficado com a mulher, só então ele se lembrou.
— Eu vou fazer uma ligação e já venho. Se eu tiver que sair, eu aviso. Mas volto logo, ok? — Damian disse e ia beijar os lábios de Lauren, mas optou pela testa. Ela soltou um suspiro. — Precisamos conversar, amanhã. Muito sério.

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