— Oh, perdão! — o médico disse e abaixou a cabeça., voltando-se novamente para a prancheta em suas mãos.
Lauren se afastou de Damian e queria apenas desaparecer. Por que alguém tinha que entrar naquele momento?
Damian, por sua vez, estava com a expressão fria. Como é que o médico não teve a “delicadeza” de bater na porta? Entrar assim? Agora, ele tinha visto parte do tronco de Lauren, descoberto. Damian queria bater no homem!
— O senhor veio me dar alta? — Damian perguntou, a voz dele parecia sem emoção, mas na verdade estava mais do que com raiva. Lauren conhecia aquela versão dele: quando estava se controlando para não falar o que não devia, Damian simplesmente se deixava ficar daquele jeito, aparentemente apático.
— Vim verificar como o senhor está. Amanhã o senhor poderá ter alta se tudo estiver bem e assim permanecer pelas próximas horas.
O médico não olhou para Lauren. Ele sabia que tinha cometido uma indiscrição ao entrar no quarto do paciente sem bater. Ele estava com a cabeça em outro lugar, por isso, acabou não se anunciando antes de entrar.
“Mas eles não deveriam estar fazendo esse tipo de coisa aqui!”, ele se lembrou. No entanto, de que adiantava? Ele não iria falar isso, nem para constranger a pobre mulher que parecia prestes a desmaiar, e nem para ser desafiador com aquele homem que ele sabia muito bem quem era. Arrumar uma briga com os Lancaster por pouca coisa não valia a pena!
O quarto ficou em silêncio, exceto pelos pequenos barulhos dos instrumentos do médico sendo utilizados, do virar de papel e do riscar de caneta.
— O senhor está se recuperando muito bem. — Ele disse, colocando a caneta no bolso do jaleco.
— Certo. Espero sair daqui o mais rápido possível. Obrigado.
O médico pediu licença e, quando ia sair, quase foi atropelado por um Loui visivelmente abalado. Os cabelos dele estavam despenteados, a roupa toda amarrotada.
— Senhor Lancaster! — ele disse.
Damian levantou as sobrancelhas e cruzou os braços em frente ao peitoral.
— Se fosse pra eu morrer, já tinha morrido, não é mesmo?
Lauren sabia que Damian estava apenas pegando no pé de Loui, mas este estava à ponto de chorar. Ela deu uma cutucada no paciente.
— E-eu… senhor Lancaster, eu pensei que tinha lhe acontecido algo pior. Ninguém me disse nada, a mídia não deu notícias! — ele se aproximou. — O senhor está mesmo bem?
— Eu poderia ter morrido, Loui. E você, ainda sem reassumir o seu cargo, não é mesmo?
Os olhos de Loui se arregalaram e ele abriu a boca para se justificar.
Loui ia sair, mas antes, ele se aproximou de Damian e o abraçou, o que pegou o CEO completamente de surpresa.
— O senhor é meio difícil, às vezes, mas não faça mais uma dessas, por favor. Pessoas se importam com o senhor.
Sem mais, Loui saiu dali correndo, sem esperar por uma resposta de Damian. Este olhou para Lauren, ainda meio desnorteado, e ela tinha um sorriso nos lábios, mesmo com o olhar de surpresa.
— Loui é um bom amigo. — Ela falou e Damian suavizou a expressão, sorrindo também, e olhando para a porta agora fechada.
— Sim. Eu sou grato por ele. Em muitos aspectos.
Se Loui não tivesse sido tão certeiro nas palavras, talvez Damian não tivesse acordado para a realidade e teria perdido Lauren para sempre.
Damian segurou a mão dela e a levou aos lábios, beijando o dorso.
— Lauren… eu quero casar com você assim que eu sair do hospital.

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