— Pai, por favor! — Alysha puxou o ar e olhou para o casal como se pedisse desculpas. — O senhor sabe muito bem que eu não escolhi isso, nem ele!
Alysha estava se sentindo constrangida. Ela tinha se casado praticamente com o noivo tendo uma arma na cabeça. Chegava a ser humilhante! Ele tinha outra mulher e, se ela o reconhecesse como marido, ainda mais naquele momento, iriam rir dela, e não do suposto homem infiel.
— Mas ele é o seu marido!
— Shhh! — Alysha usou toda a força que tinha para arrastar o pai para longe.
— Alysha!
— Pai! O senhor sabe muito bem como foi que esse casamento aconteceu! E eu não quero ter parte nesse absurdo. Nesse… crime!
Reginald fez como se revirasse os olhos.
— Não foi um crime. O garoto recebeu a grana e casou. Só isso! O que está errado é ele aparecer aqui com outra mulher! O que ele quer, afinal? Jogar nosso nome na lama?
Alysha franziu o cenho.
— Ele não recebeu dinheiro algum. O senhor fez um acordo com o pai dele.
— Não dá no mesmo? — Reginald soltou o ar e segurou as mãos da filha. — Meu bem, esse tipo de gente só se importa com o dinheiro. Eles…
Alysha tirou as mãos das do pai, e teria sido mais enérgica se não estivesse em público. Ela sentou-se e não levantou o rosto para encarar o pai enquanto falava.
— O senhor fala como se não fizesse o mesmo. Me obrigou a casar para que eu mantivesse o poder da nossa família no topo da empresa. Se “esse tipo de pessoa” faz de tudo por dinheiro, onde isso coloca o senhor?
Apesar de ter orgulho da inteligência, da capacidade e da sagacidade da filha, às vezes Reginald queria que ela fosse um pouco mais burrinha, um pouco mais incapaz, um pouco mais lenta nos pensamentos. Ao menos no que se referia a lidar com ele. Era tão cansativo!
Ele se sentou elegantemente, pois a pior coisa que podia acontecer era atraírem atenção negativa. E já tinha gente andando até onde eles estavam.
— Não importa o quê, ele é o seu marido.



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